Dez jogos marcarão, neste final de semana, o início do returno da Ligue 1. E, para servir de aquecimento, este blogueiro fez uma breve análise de como foi o primeiro turno de Lyon, Bordeaux, Rennes, Paris Saint-Germain, Olympique de Marselha e Lille, os seis primeiros colocados na tabela de classificação. Cabe lembrar que os três primeiros avançam para a Liga dos Campeões 2009/10, enquanto o quarto colocado, além dos campeões da Copa da França e da Copa da Liga disputarão a Euroliga, que substitui a Copa da Uefa na próxima temporada.
Média de gols: 2,23
Melhor ataque: Olympique Marseille, 33 gols
Melhor defesa: Lyon, 12 gols
Pior ataque: Le Havre, 13 gols
Pior defesa: Grenoble, 34 gols
Artilheiro: André-Pierre Gignac, 12 gols
Seleção do primeiro turno
CLUBE A CLUBE
1-) Lyon – 38 pontos em 19 jogos
Embora tenha encerrado o turno na liderança, com 38 pontos ganhos, o Lyon esteve longe de empolgar na primeira metade do campeonato. Lesões, improvisações e a falta de padrão tático foram a tônica do atual heptacampeão durante as 19 rodadas iniciais. Para se ter uma idéia, o técnico Claude Puel, que não tem sido nem sombra do “milagreiro” dos tempos de Lille, jamais repetiu a mesma formação por duas partidas seguidas. O tradicional 4-3-3 lionês perdeu espaço para o 4-2-3-1 e, até mesmo, para um engessado 4-4-2.
Karim Benzema, mesmo com problemas físicos e sem contar com companheiros ofensivos confiáveis – Kader Keita, Fred e Frédéric Piquionne simplesmente inexistiram –, foi, como de praxe, o principal destaque da equipe, que chegou a ficar quatro jogos sem vencer entre a 15ª e a 18ª rodada. No returno, será imprescindível que os comandados de Puel ganhem consistência e, acima de tudo, padrão tático caso realmente queiram o tão sonhado octa. Afinal, Bordeaux e Rennes já mostraram que não estão para brincadeira.
Time-base (4-3-3): Lloris; Réveillère (Mensah), Cris, Boumsong (Bodmer), Grosso; Juninho, Toulalan, Makoun; Govou (Keita), Benzema, Ederson (Fred)
Colocação na última temporada: 1º
Objetivo: título
Mais utilizados: Makoun (19j)
Melhor jogador: Benzema
Artilheiro: Benzema – 10 gols
Melhor partida: Lyon 3 x 0 Toulouse (1ª rodada)
Pior partida: Rennes 3 x 0 Lyon (8ª rodada)
Jogo-chave no returno: 32ª rodada contra o Bordeaux, fora de casa
2-) Bordeaux - 35 pontos em 19 jogos
Liderado pelo meia Yoann Gourcuff, de volta ao país após passagem frustrante pelo futebol italiano, o Bordeaux mostrou ser um forte concorrente ao título. Donos do segundo melhor ataque e da segunda melhor campanha em casa, os Marine et Blanc não deixaram que a participação na Liga dos Campeões afetasse o desempenho na Ligue 1, e garantiram a vice-liderança ao final do primeiro turno. Laurent Blanc, já em sua segunda temporada sob o comando do time, comprovou que, de fato, conhece do riscado.
O zagueiro senegalês Souleymane Diawara e o atacante argentino Fernando Cavenaghi – vice-artilheiro do certame com 11 gols – também brilharam, sendo essenciais numa campanha ilustrada por dez vitórias e apenas quatro derrotas. Para que o sonho do título se mantenha vivo, contudo, será preciso que, de agora em diante, a equipe tenha melhor sorte frente aos outros postulantes à taça: no turno, a turma de Blanc apenas empatou com Rennes e Olympique de Marselha, e saiu derrotada diante de Lyon e Paris Saint-Germain.
Time-base (4-1-3-2): Ramé (Valverde); Chalmé, Planus, Diawara, Jurietti (Trémoulinas); Diarra; Menegazzo (Gouffran), Gourcuff, Wendel; Bellion (Chamakh), Cavenaghi
Colocação na última temporada: 2º
Objetivo: título
Mais utilizado: Cavenaghi (19j)
Jogo-chave no returno: 32ª rodada contra o Lyon, em casa
3-) Rennes - 34 pontos em 19 pontos
O início do Rennes na Ligue 1 2008/09 não empolgou: nas duas primeiras rodadas, um empate, em casa, com o Olympique de Marselha (4 a 4) e uma derrota para o recém-promovido Grenoble (1 a 0). No entanto, nem mesmo o mais fanático torcedor bretão poderia imaginar o que estava por vir... Com uma impressionante invencibilidade de 17 partidas, os comandados do técnico Guy Lacombe fizeram do Stade de la Route de Lorient um de seus principais trunfos, e finalizaram o turno na terceira colocação.
Além da belíssima campanha em casa, os Rouge et Noir se destacaram pela consistência de seu sistema defensivo, vazado em apenas 13 oportunidades. Ratificando o belíssimo trabalho de base feito pelo clube, jovens como Fabien Lemoine, Stéphane M’bia, Jimmy Briand e Moussa Sow deram conta do recado e, respaldados pela pontual experiência dos veteranos Jérôme Leroy e Mickäel Pagis, contribuíram diretamente para o êxito. O time, todavia, precisa parar de acumular empates. Até o momento, foram dez (!).
Time-base (4-2-3-1): Douchez; Fanni, Mangane, Hansson, Bocanegra; Lemoine, M’bia (Cheyrou); Leroy (Danzé/Sow), Pagis, Thomert (Echiejile/Kembo-Ekoko); Briand
Colocação na última temporada: 6º
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Mais utilizados: Fanni, Douchez, Bocanegra e Lemoine (19j)
Melhor jogador: Mickäel PagisArtilheiro: Pagis – 6 gols
Melhor partida: Rennes 3 x 0 Lyon (8ª rodada)
Pior partida: Rennes 1 x 1 Le Havre (5ª rodada)
Jogo-chave no returno: 33ª rodada contra o Bordeaux, em casa
4-) Paris Saint-Germain - 33 pontos em 19 pontos
Ao contrário da temporada passada, quando brigou ferrenhamente para não cair, o Paris Saint-Germain acertou nas contratações e fez bonito no primeiro turno. Mesmo tendo perdido pontos cruciais em seu estádio – derrotas para Grenoble e Toulouse; empate com o Valenciennes –, a equipe do contestado Paul Le Guen adquiriu consistência suficiente para bater adversários qualificados como Lyon, Bordeaux e Olympique de Marselha. Quarta colocada, estaria classificada à Copa da UEFA se o campeonato terminasse hoje.
Trazidos durante o mercado de verão, Claude Makélélé, Ludovic Giuly, Stéphane Sessegnon e Guillaume Hoarau corresponderam às expectativas. Juntos, aliás, os três últimos foram responsáveis por 17 dos 24 gols marcados pelo time – ao lado de Cavenaghi, o até então desconhecido Hoarau, buscado no Le Havre, é o vice-artilheiro da Ligue 1. A rodagem do elenco, repleto de jogadores que já defenderam a seleção francesa, poderá ser uma arma numa eventual briga pelo título. "Sonhar não custa nada", diria Paulinho Mocidade.
Time-base (4-2-3-1): Landreau; Ceará, Camara, Traoré (Sakho), Armand; Makélélé, Clément (Luyindula); Giuly (Pancrate), Sessegnon, Rothen; Hoarau
Colocação na última temporada: 16º
Objetivo: vaga na Copa da Uefa
Mais utilizados: Landreau, Ceará, Hoarau e Zoumana Camara (19j)
Melhor jogador: Stéphane Sessegnon
Artilheiro: Hoarau – 10 gols
Melhor partida: Olympique Marseille 2 x 4 PSG (10ª rodada)
Pior partida: PSG 0 x 1 Grenoble (7ª rodada)
Jogo-chave no returno: 34ª rodada contra o Rennes, em casa
5-) Olympique Marseille - 32 pontos em 19 pontos
Um revés por 3 a 0 diante do modesto Nancy, em pleno Velódrome, na última rodada do turno, fez com que o Olympique de Marselha caísse da vice-liderança para a quinta colocação. E essa, diga-se de passagem, foi apenas uma das decepções promovidas pela equipe – que também fracassou na Liga dos Campeões – ao longo do semestre. Ainda assim, a pequena distância em relação ao Lyon faz com que os pupilos do técnico Eric Gerets, criticados publicamente pelo presidente Pape Diouf, mantenham as chances de título.
Com os até pouco tempo selecionáveis Hatem Ben Arfa e Mathieu Valbuena alternando bons e maus momentos, coube a Karim Ziani o papel de ser a referência do time. Versátil, o argelino foi utilizado em todas as funções do meio-campo, evidenciando que a ausência de padrão tático segue sendo um problema. Mas, caso Ben Arfa e Valbuena voltem aos seus melhores dias, Gerets defina um parceiro confiável para Hilton no miolo de zaga e, claro, a dupla Niang-Koné possa atuar junto com maior regularidade, tudo tende a melhorar.
Time-base (4-3-1-2): Mandanda; Bonnart, Zubar, Hilton, Taiwo; Ziani, Cana (M’bami), Cheyrou; Ben Arfa (Valbuena); Niang, Koné
Colocação na última temporada: 3º
Objetivo: título
Mais utilizados: Mandanda, Hilton e Bonnart (19j)
Melhor jogador: Karim Ziani
Artilheiros: Ben Arfa, Koné e Niang – 6 gols
Melhor partida: Grenoble 0 x 3 Olympique (15ª rodada)
Pior partida: Olympique 2 x 4 PSG (10ª rodada)
Jogo-chave no returno: 36ª rodada contra o Lyon, em casa
6-) Lille - 32 pontos em 19 jogos
Numa temporada que se desenhava complicada após a saída do técnico Claude Puel para o Lyon, o Lille contrariou a lógica e, com um futebol vistoso e ofensivo, deixou ótima impressão no primeiro turno. Méritos, principalmente, de Rudi García, novo comandante da equipe. Ex-jogador do próprio clube, ele não sentiu a pressão de substituir Puel, e, graças à mesma filosofia que fez do Le Mans o time mais simpático da Ligue 1 passada, deu nova cara aos Dogues, que buscam voltar a disputar a Liga dos Campeões.
No 4-3-3 de García, a referência é o extremo-esquerdo brasileiro Michel Bastos, autor de nove gols até aqui. Ludovic Obraniak, Yohan Cabaye e a sensação belga Eden Hazard (nascido em 1991) evoluem a cada dia, enquanto Florent Balmont, buscado no Nice, tem substituído à altura o camaronês Jean II Makoun. Pequenos ajustes defensivos e uma solução para o comando de ataque – Túlio de Melo, Robert Vittek e Pierre-Alain Frau vêm sofrendo com lesões – podem fazer com que esse retorno à Europa seja uma ótima possibilidade.
Time-base (4-3-3): Malicki; Debuchy, Rami, Plestan (Béria/Chedjou), Emerson (Tafforeau); Balmont, Mavuba, Cabaye; Obraniak, Vittek (de Melo/Fauvergue/Frau), Michel Bastos
Colocação na última temporada: 7º
Objetivo: vaga na Copa da Uefa
Mais utilizados: Malicki e Michel Bastos (19j)
Melhor jogador: Michel Bastos
Artilheiro: Michel Bastos – 9 gols
Melhor partida: Monaco 0 x 2 Lille (7ª rodada)
Pior partida: Lille 1 x 3 Le Mans (2ª rodada)
Jogo-chave no returno: 31ª rodada contra o PSG, em casa
Um comentário:
Blog tá show de bola, Dassler. Nem sempre comento, mas sempre leio.
abração. Hugo Fernandes.
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