sábado, 24 de janeiro de 2009

Fins de turno 04/05 – La Liga

Barcelona: o dono do primeiro turno no Espanhol


O Campeonato Espanhol teve um protagonista absoluto no primeiro turno: o Barcelona quebrou recordes, fez um caminhão de gols, sofreu quase nenhum e catapultou os problemas do Real Madrid, que não encontrou paz em nenhum momento. A classe média tradicionalmente composta por Valencia, Sevilla, Villarreal e Atlético de Madrid também marcou presença, ocupando as seis primeiras posições que dão vagas nas competições européias. Sem mais, vamos ao melhor do turno.

Para ler o resumo do primeiro turno da Ligue 1:
http://dassler.blogspot.com/2009/01/fins-de-turno-0205-ligue-1.html

Para ler o resumo do primeiro turno da Premier League:
http://dassler.blogspot.com/2008/12/fins-de-turno-0105-premier-league.html

Números do primeiro turno

Média de gols: 2,95
Melhor ataque: Barcelona, 59 gols
Melhor defesa: Barcelona, 13 gols
Pior ataque: Espanyol, 17 gols
Pior defesa: Sporting Gijón, 39 gols
Artilheiro: Samuel Eto’o, 18 gols

Seleção do primeiro turno

Valdés; Daniel Alves, Puyol, Albiol e Capdevilla; Gago e Xavi; Maxi Rodríguez e Messi; Eto’o e David Villa.

CLUBE A CLUBE

1-) Barcelona – 50 pontos em 19 jogos

A estréia com derrota, contra o Numancia, aprofundou as desconfianças que haviam sobre Pep Guardiola. Nos 18 jogos seguintes, porém, o Barcelona se transformou na equipe mais forte da Europa e terminou o turno com um índice histórico: 50 pontos em 19 jogos e um futebol exuberante, competitivo e, por que não, perfeito.

Guardiola manteve a espinha dorsal deixada por Rijkaard e agrupou Daniel Alves e Keita, os dois principais novos reforços, de maneira competente. Xavi assumiu, de fato, a condição de grande líder, enquanto Messi segue brilhando intensamente. Eto’o, com 18 gols, tem média de um por jogo.

Assim, o incrível Barcelona enfiou seis no Atlético de Madrid, quatro no Valencia, três no Sevilla e ainda passou de maneira marcante contra o Villarreal, de virada no El Madrigal, e dominou o clássico contra o Real Madrid, completando a vitória no fim. Na Espanha, a questão é: quando o Barça levanta a taça?

Time-base (4-3-3): Valdés; Daniel Alves, Puyol, Márquez e Abidal; Touré; Xavi e Keita; Messi, Eto’o e Henry. Téc: Pep Guardiola

Colocação na última temporada: 3º
Objetivo: título

Mais utilizados: Valdés (19j)
Melhor jogador: Messi
Artilheiro: Eto’o – 18 gols
Melhor partida: Barcelona 6 x 1 Atlético de Madrid (6ª rodada)
Pior partida: Numancia 1 x 0 Barcelona (1ª rodada)
Jogo-chave no returno: 34ª rodada contra o Real Madrid, fora de casa

2-) Real Madrid – 38 pontos em 19 jogos

O primeiro turno da Liga Espanhola foi um incêndio total em Chamartín. Desde a lesão de mais de dez jogadores, até as saídas de Bernd Schuster e do presidente Ramón Calderón, em nenhum momento, praticamente, os merengues estiveram em paz. Para piorar, o momento do Barcelona impõe uma pressão ainda maior no Bernabéu, que ainda precisou assistir à glória do vizinho: em dezembro, após 10 anos, o Atlético passou à frente do Real na classificação do Espanhol.

Juande Ramos, que assumiu o clube às vésperas do clássico com o Barcelona, perdeu na estréia, mas depois somou quatro vitórias seguidas, com Robben jogando seu melhor futebol desde 2004, e experimentou um clima um pouco mais ameno. As contratações de Huntelaar e Lassana Diarra ainda deram a sensação de poder que o Real tanto precisa para se sentir grande.

O título espanhol é completamente improvável, mas Juande Ramos ganha fôlego para trabalhar a equipe para enfrentar o Liverpool pela Liga dos Campeões, grande objetivo da temporada.

Time-base (4-4-2): Casillas; Sergio Ramos, Cannavaro, Pepe e Marcelo (Heinze); Van der Vaart, Gago, Guti e Robben; Raul e Higuaín. Técnicos: Bernd Schuter / Juande Ramos

Colocação na última temporada: 1º
Objetivo: título

Mais utilizados: Casillas (19j) e Van der Vaart e Raul (18j)
Melhor jogador: Higuaín
Artilheiro: Higuaín – 12 gols
Melhor partida: Mallorca 0 x 3 Real Madrid (18ª rodada)
Pior partida: Getafe 3 x 1 Real Madrid (1ª rodada)
Jogo-chave no returno: 34ª rodada contra o Barcelona, em casa

3-) Sevilla – 38 pontos em 19 jogos

A campanha do Sevilla no Campeonato Espanhol não apresenta nada de muito novo. Como nos últimos anos, os rojiblancos mantiveram a estabilidade que lhe caracterizaram, mas não foram capazes de medir forças com o Barcelona. Mesmo com a saída de muitos nomes em relação à última temporada e a chegada de vários outros, como Konko, Navarro, Duscher e Romaric, o desempenho médio se repetiu, o que pode ser considerado uma vitória.

Ao contrário dos últimos anos, a dupla Luís Fabiano-Kanouté não tem sido exatamente letal e Manolo Jiménez até adotou o 4-2-3-1, priorizando a presença de Renato como meia e fazendo dele o nome mais regular no primeiro turno. O vice-campeonato parece ser um resultado palpável ao Sevilla, mas o equilíbrio da classe-média na tabela fará com que a vaga na próxima Liga dos Campeões seja um sucesso.

Time-base (4-4-2): Palop; Fazio (Konko), Squillaci, Escudé e Navarro; Jesús Navas, Romaric, Renato e Capel (Adriano); Kanouté e Luís Fabiano. Téc: Manolo Jiménez

Colocação na última temporada: 5º
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões

Mais utilizados: Romaric (19j) e Palop e Jesús Navas (18j)
Melhor jogador: Renato
Artilheiro: Renato – 6 gols
Melhor partida: Real Madrid 3 x 4 Sevilla (14ª rodada)
Pior partida: Sevilla 0 x 1 Málaga (8ª rodada)
Jogo-chave no returno: 32ª rodada contra o Barcelona, fora de casa

4-) Valencia – 34 pontos em 19 jogos

Para a equipe que teve péssima temporada em 2007/08, terminar o primeiro turno em quarto lugar foi mais que uma vitória. Com a chegada do técnico Unai Emery, e mesmo que praticamente sem nenhum reforço de grande expressão, o Valencia voltou a ser a equipe que comanda a classe-média espanhola e põe pressão sobre os grandes. Entre a terceira e a oitava rodada, os Ches ainda pontearam a Liga, mas não tiveram fôlego para acompanhar o Barcelona.

A recuperação imposta por Unai Emery passa, primeiramente, por retomar a forma ofensiva de atuar e a boa utilização dos flancos do campo, com Mata se afirmando como um jogador de muito bom nível pela esquerda e Joaquin apresentando seu melhor futebol em três ou quatro temporadas. À frente, o Valencia contou, mais uma vez, com a média de gols implacável de David Villa, autor de 15 em 19 partidas.

Para uma temporada em que o objetivo era voltar a ocupar o primeiro terço da tabela, o Valencia pode se dar por satisfeito onde está. Brigar pelo título é uma utopia, mas jogar a próxima Liga dos Campeões seria excelente.

Time-base (4-2-3-1): Renan; Miguel, Albiol, Alexis e Moretti; Albelda e Baraja; Joaquin, Manuel Fernandes e Mata; David Villa.

Colocação na última temporada: 10º
Objetivo: vaga ma Copa da Uefa

Mais utilizados: Manuel Fernandes, Mata e Villa (19j)
Melhor jogador: David Villa
Artilheiro: David Villa – 15 gols
Melhor partida: Valencia 3 x 1 Atlético de Madrid (17ª rodada)
Pior partida: Barcelona 4 x 0 Valencia (14ª rodada)
Jogo-chave no returno: 37ª rodada contra o Villarreal, fora de casa

5-) Villarreal – 33 pontos em 19 jogos

Sempre regular nas últimas temporadas, o Villarreal se manteve na zona de classificação para a Liga dos Campeões por 15 rodadas, mas não venceu quatro duros confrontos diretos que teve em seqüência no fim do turno: perdeu para Sevilla, Real Madrid e Barcelona, além de empatar com o Valencia. Assim, deu uma razoável despencada na tabela.

Com um elenco amplo, Manuel Pellegrini até conseguiu conciliar a Liga com as outras competições, especialmente a Liga dos Campeões, mas faltou um pouco mais de vibração à sua equipe, principalmente em jogos decisivos. Em um campeonato disputadíssimo do segundo ao sexto colocado, o desempenho em confrontos diretos é essencial.

Outro defeito do Villarreal é sentir a falta de jogadores de primeira classe. Embora seja um conjunto regular e muito bom, a ausência de um craque prejudica. Rossi, com só oito gols, foi o artilheiro do time nos primeiros 19 jogos. Contudo, não se engane: o Submarino Amarelo deve brigar por vaga à Liga dos Campeões.

Time-base (4-2-2-2 espanhol): Diego López; Angel, Gonzalo Rodríguez, Godín e Capdevilla; Eguren e Marcos Senna; Pires e Cazorla; Rossi e Llorente. Téc: Manuel Pellegrini

Colocação na última temporada: 2º
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões

Mais utilizados: Cazorla e Diego López (19j)
Melhor jogador: Joan Capdevilla
Artilheiro: Giuseppe Rossi – 8 gols
Melhor partida: Athletic Bilbao 1 x 4 Villarreal (9ª rodada)
Pior partida: Villarreal 0 x 3 Valladolid (12ª rodada)
Jogo-chave no returno: 37ª rodada contra o Valencia, em casa

6-) Atlético de Madrid – 31 pontos em 19 jogos

Nem mesmo voltar à Liga dos Campeões ou passar o Real Madrid na classificação da Liga Espanhola trouxe paz ao Vicente Calderón. Assim como ao Villarreal, faltou dar demonstrações de força nos confrontos diretos. Mesmo assim, o Atlético de Madrid mostrou qualidade, por exemplo, ao terminar o turno com o melhor ataque do torneio.

Muito disse se deve às boas fases dos quatro jogadores mais ofensivos: juntos, Maxi, Simão, Agüero e Forlán fizeram 31 dos 42 gols rojiblancos no Espanhol. Essa, ao contrário do Villarreal, é uma característica do Atlético, que possui em Agüero um atacante que já merece a alcunha de classe mundial.

Uma dose melhor de organização e tranqüilidade é essencial para o Atlético entrar novamente nas quatro primeiras posições. Potencial técnico, para isso, não falta.

Time-base (4-2-2-2 espanhol): Leo Franco; Heitinga, Perea, Ujfalusi e Pernía; Paulo Assunção e Maniche; Maxi Rodríguez e Simão; Forlán e Agüero. Téc: Javier Aguirre

Colocação na última temporada: 4º
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões

Mais utilizados: Raul Garcia e Agüero (18j)
Melhor jogador: Agüero
Artilheiro: Forlán – 12 gols
Melhor partida: Villarreal 4 x 4 Atlético de Madrid (8ª rodada)
Pior partida: Barcelona 6 x 1 Atlético de Madrid (8ª rodada)
Jogo-chave no returno: 26ª rodada contra o Real Madrid, fora de casa

3 comentários:

André Augusto disse...

Barcelona sobra na Espanha. É o título ganho da Europa, até aqui. Além do mais, a folga na Liga Espanhola pode ajudar na preparação pra Champions, onde a equipe é uma das favoritas, na minha concepção.

Greg Reis disse...

Só uma pergunta:
Afinal, o Llorente joga no Bilbao ou no Villareal?
Vi que vc o colocou no time-base do Submarino, mas fazem umas duas semanas que li na coluna de Espanha da Trivela que ele tem sido um dos destaques da campanha do Bilbao...
Por acaso tem dois Llorentes em La Liga?

Greg Reis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.