segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Um título com a marca Flamengo


Não poderia ser uma campanha sóbria e linear. O sexto título brasileiro do Flamengo (sim, o sexto) tem características muito próprias sobre a vida na Gávea, sobre as virtudes e defeitos de um clube populoso, plural, único e apaixonante. Uma conquista marcante, após 17 anos de estiagem, no Campeonato Brasileiro mais equilibrado na era dos pontos corridos.

Em primeiro lugar, o título de Andrade. Curiosamente, o treinador do Fla, avesso ao estigma do professor moderno, é sim muito responsável pela conquista. Teve méritos na administração do grupo, unindo Adriano e seus privilégios, Pet a desconfiança em torno de si, o grupo com salários atrasados. Também táticos, encerrando a era do 3-5-2 e tornando Léo Moura e Juan marcadores. A ponto de sofrer 12 gols em 19 jogos do returno. E também motivacionais, mantendo a força do elenco após a frustração contra o Goiás.

Claro, também é a conquista de Adriano, artilheiro com 19 gols, segundo maior goleador do Fla em uma só edição do Brasileiro. O craque do Brasileiro. Petkovic, que voltou com tudo, se condicionou, comprou a ideia do título. Sem o sérvio, em nove jogos, o aproveitamento cai para 29%. Não é à toa.

Também o título de Bruno, que virou capitão, amadureceu, não criou problemas, pegou pênaltis decisivos, e ainda foi o segundo goleiro mais acionado na Série A. O melhor goleiro da Série A. Sim, ainda foi o Brasileiro de Willians, volante, meia e o que mais fosse preciso. Zé Roberto, de jogador-problema e dispensável a salvação em momentos agudos. Baita recuperação. De Léo Moura, Angelim e os campeões de última hora, decisivos, Álvaro e Maldonado.

É, acima de tudo, o título com cara de Flamengo, apesar da ausência de pratas da casa entre os titulares (o blogueiro não inclui Aírton e Adriano nessa lista). Um clube que contornou problemas políticos, os problemas de saúde de Márcio Braga, o racha de Kléber Leite e todo o departamento de futebol, um processo eleitoral em meio à reta final do Brasileiro. Superou também a demissão de Cuca e a perda de titulares do nível de Ibson e Fábio Luciano.

Enfim, um título com a marca Flamengo, de maior média de público e renda. A mais forte de todas as marcas. Não dá para duvidar.

- Flamengo - campeão em fundamentos
- Flamengo-09, terceiro em aproveitamento; Adriano, segundo maior goleador
- Entrevista com Patrícia Amorim
- Fla depende mais de Pet que de Adriano

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