quarta-feira, 21 de abril de 2010

As conquistas não fazem bem ao Flamengo


O título brasileiro do Flamengo, completamente atípico pelo baixo aproveitamento e pela campanha de início ruim, deram sustentação a vários argumentos que não fazem bem ao futebol sério e profissional. Entre eles, o de que craques podem ter privilégios, que o treinador detalhista e bem preparado é desnecessário e que veteranos sem qualquer condição física podem ser a solução. O sucesso que Adriano, Andrade e Petkovic tiveram em 2009 é diametralmente oposto ao fracasso de 2010. O discurso dos defensores do planejamento nas coxas ruiu.

Ainda em campanha, Patrícia Amorim cobrava que o Flamengo recuperasse sua credibilidade institucional. Foi assim, por exemplo, que o Corinthians aumentou sua receita em R$ 89 milhões em dois anos. O Fla não é um clube organizado e essa imagem afasta investimentos. Não à toa, o Santos de 2010, da gestão mais transparente de Luis Alvaro, ganhará R$ 1 milhão da Herbalife por uma mera consultoria e para ceder espaço em seu banner de coletivas.

Patrícia parece ter ficado transtornada com a perda do Campeonato Carioca e com a forma como as coisas acontecem no Fla. Ela, que confessava se dedicar mais a outros esportes e setores do clube e deixou o departamento de futebol intacto e nas mãos de Marcos Braz, agora arregaça as mangas. A troca de Andrade é questão de tempo e muito mais precisa mudar na Gávea. Um treinador como Muricy, que exige seriedade do porteiro ao capitão, seria um ótimo impulso. Não espere privilégios a quem seja o sucessor de Adriano como craque do time.

O desenho para as oitavas de final da Libertadores já não é animador para o Flamengo, que pode até mesmo dar adeus com um novo Maracazo nesta quarta-feira contra o eliminado Caracas. Seria a senha para a reconstrução rubro-negra.

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