terça-feira, 3 de julho de 2007

Autodestruição


Há quase onze meses Internacional e São Paulo decidiam a final da Libertadores. Naquele momento, eram decantadas como as maiores equipes do país. Mais que isso, fora de campo, recebiam elogios pelos trabalhos de seus dirigentes. Outra decisão recente na competição sul-americana foi a semifinal de 2007, envolvendo Santos e Grêmio.

Chegar às fases finais da Libertadores representa sucesso de planejamento. Deduz que as coisas vão bem, que há bons jogadores, salários em dia e, principalmente, bom futebol. Por coincidência, em um intervalo de quatro dias, os dois duelos SP versus RS se repetem, no Campeonato Brasileiro, e propiciam constatações bem diferentes.

São Paulo x Internacional

O Internacional, que venceu o mundo em dezembro, hoje flerta com a zona de rebaixamento por ter ganho só dois de seus oito jogos. Além disso, perdeu o Gre-Nal, não chegou nem às oitavas-de-final da Libertadores e nem às semifinais do Gauchão. Dos onze titulares no duelo contra o São Paulo, apenas cinco ainda estão no clube: Clemer, Ceará, Edinho, Alex e Fernandão. Abel Braga saiu, e hoje o técnico é Alexandre Gallo. Mostras cruciais de como devastar um timaço.

O tricolor do Morumbi também se ressente de perdas sensíveis. Embora hoje seja o quatro colocado no Brasileirão, já esteve em nono há três rodadas. Pior que isso, foi goleado pelo São Caetano no Paulistão e viu a Libertadores ficar pelo caminho já no início dos mata-matas, em um período que foi o mais crítico no clube nos últimos três anos. Dos onze jogadores da finalíssima de 2006, apenas Rogério Ceni e Josué ainda são titulares. Leandro, Edcarlos e Souza têm sido reservas. Os outros foram negociados.

Santos x Grêmio

Nem pareciam as duas equipes que pararam o futebol brasileiro há cerca de um mês. Santos e Grêmio, no último sábado, fizeram uma das piores partidas dentre as setenta e sete que já rolaram até aqui. Em poucos dias, o Peixe já perdeu nomes vitais como Cléber Santana e Zé Roberto, além de constatar que tem deficiências claras no elenco, tais quais o miolo de zaga e o ataque. Tudo fruto de um planejamento equivocado, em que só mesmo com muita ingenuidade um clube nacional pode fazer contratos com final previsto pro meio do ano. Atualmente, é o 16º na tabela.

Os gremistas só venderam Lucas, justiça seja feita. Mas têm provado que o elenco era bastante limitado. Embora tenha acertado com Bustos e esteja indo atrás de outros nomes, o Grêmio não tem reposição à altura para Teco, Tcheco, Carlos Eduardo e Tuta, atuais dores de cabeça de Mano Menezes. Hoje, ocupa a 13ª posição na tabela e paga muito por seus erros.

Os dois jogos são provas claras de como os clubes brasileiros não conseguem se manter com estabilidade no topo durante muito tempo. Talvez seja por isso que, sempre que o Brasileirão vai começar, alguém diga que podemos ter dez ou mais favoritos. Não por serem ótimos clubes, mas sim, por faltar competência em muitos momentos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Grêmio: "Hoje, ocupa a 13ª posição na tabela e paga muito por seus erros".

Vamos com calma. O campeonato ainda está no começo para o Grêmio. Lembre-se que o time esteve envolvido com a Libertadores até a sexta rodada. Nas rodadas que colocou o time titular em campo (7ª e 8ª), não só não tomou gols como somou 4 pontos em dois jogos fora de casa.

Por isso, não há o que pagar por erros. Chegar à final e priorizar a Libertaroes não pode ser cosiderado erro. Eu concordo que o Grêmio tem um time bastante limitado, mas qualificado tbm. É time pra ficar entre os 4.

Já para São Paulo e Internacional não há desculpas: nunca precisaram colocar os reservas em campo esse ano no Brasileirão.

Abraço!

Maurício disse...

Excelente sacada. Também tinha percebido isso e cheguei a comentar na rádio. Vejo uma seqüência muito complicada para Inter e Santos. Quanto a São Paulo e Grêmio, acredito que brigarão por vagas na Libertadores.

Abraços!

Arthur Virgílio disse...

O São Paulo continuou em alta pois manteve a base mesmo sendo vice. Já o Inter perdeu muitos jogadores para o futebol europeu e Galo ainda não deu ritmo ao time, apesar do título da Recopa.

O Santos sem Zé Roberto, Kléber e Cléber Santana deve cair muito e como Luxemburgo fica nessa história?