quinta-feira, 5 de novembro de 2009

É o mesmo São Paulo


Ricardo Gomes chegou ao São Paulo com a proposta de reformular a forma do tricampeão brasileiro jogar. De cara, como fizeram Leão, Autuori e Muricy, tentou jogar com dois zagueiros. Armou o meio-campo em losango, tentou algo diferente com Marlos titular. O tempo foi passando, o time escalou - e bem - a tabela do Campeonato Brasileiro, voltou ao 3-1-4-2 de 2008 e continua jogando exatamente do mesmo jeito.

A bola foi bem levantada por Tostão em sua última coluna. "Olho o São Paulo de Ricardo Gomes e vejo o mesmo time de Muricy". Completo, mestre: olho para o Palmeiras de Muricy e vejo o São Paulo. Muitas bolas esticadas, faltas táticas e marcação firme, e a boa e velha bola aérea. A herança de Muricy no Morumbi é tão grande que o time joga da mesma forma, mesmo sem ele por lá.

Miranda e André Dias sabem no automático o posicionamento na defesa. Hernanes só sente à vontade marcando e tendo os alas por perto para passar a bola. Jorge Wagner, idem. Só mesmo a planejada reformulação de 2010, que pode ter Marquinhos Paraná, Marcelinho Paraíba, Carlinhos Paraíba e Fernandinho, para realmente alterar o São Paulo.

O desempenho da equipe no Campeonato Brasileiro prova que, apesar do desgaste, a fórmula de jogo ainda surte efeito. Contra o Grêmio, o São Paulo foi melhor em quase todo o primeiro tempo, se controlando na defesa e com o meio bem posicionado. A questão é mudar de mentalidade, como fez o Real Madrid quando trocou Capello por Schuster. Por enquanto, o São Paulo que pode ser o tetra é o mesmo dos outros anos. Daí se questionar se Ricardo Gomes está entre os grandes técnicos deste Brasileiro.

Matérias:

- Com Ricardo Gomes, vermelhos crescem mais de 100%
- Grêmio encurrala São Paulo e pouco finaliza

3 comentários:

André Rocha disse...

Perfeito.

E é só por isso que ainda não fiz o "mea culpa" em relação ao Ricardo Gomes, embora manter a estrutura tática de um elenco já habituado também seja um mérito, ainda que só pela humildade e inteligência.

Abraço!

Futebol ao Cubo disse...

E olha que no início do trabalho do Ricardo Gomes o São Paulo chegou a fazer bons jogos, como contra o próprio Grêmio, no Morumbi. Era um time de bola no chão, Júnior César e Jorge Wágner fazendo triangulações pela esquerda, Hernanes ressurgindo... Mas voltou ao normal. Aliás, pior do que isso, começou a ter falhas bizonhas em bola parada, coisa que não se via desde os áureos tempos de Jean e Júlio Santos.

Abraços!

Claudio Sacramento disse...

Isso mesmo. O São Paulo é o velho São Paulo de Muricy. Nem parece que ele deixou o Morumbi. Futebol feio, voltado para as bolas aéreas. Nada de novo. Por isso como comparar o trabalho do Ricardo Gomes aos de Andrade, Silas e Celso Roth? O treinador do Flamengo mudou a forma do time jogar. Percebeu que com 2 zagueiros de área, usando laterais em vez de alas, com 3 volantes, 1 deles jogando pelo lado do campo, com mais liberdade, aliado a algumas boas contratações como o Maldonado e o Álvaro fez o time brigar pelo título. Já Silas levou o Avaí, rebaixado por antecipação no início do campeonato, a uma incrível sequência de ótimos resultados para brigar por vaga na Copa Sul-americana e faltando pouco para brigar por presença na Libertadores. E o treinador do Atlético de BH faz o que sempre fez: "tira leite de pedra". Não é um técnico vencedor mas é inegável a sua contribuição tática a times que não poderiam chegar tão longe não fosse tão organizado em campo.