Assim como o defasado esquema com três zagueiros, surpreendentemente propagado pelo limitado Alberto Zaccheroni em sua emergencial chegada a Juventus, a marcação individual é algo praticamente extinto no futebol moderno. Espera-se que os jogadores tenham consciência tática suficiente para saber os espaços que devem ocupar, as coberturas que devem fazer e como improvisar em situações desconfortáveis na defesa.
Do início da década de 90 a meados dos anos 2000, o futebol brasileiro viveu em um mundo anacrônico no que diz respeito a seu desenvolvimento tático, muito em parte por uma escola de treinadores ultrapassada. Um desses sintomas era sempre ter um ou dois volantes marcadores destacados para parar a qualquer custo um adversário que fosse capaz de desequilibrar.
Até mesmo Vanderlei Luxemburgo, visto como um treinador moderno e a afeito a inovações, foi um dos que utilizou tal prática. Ele que transformou Narciso, um zagueiro comum, em primeiro volante mordedor quando no Santos. Também havia sido o responsável pelo espaço dado a Amaral no Palmeiras. No Corinthians, ganhou o Campeonato Brasileiro com Gilmar Fubá sempre destacado no melhor articulador do time adversário.
Hoje em dia, pouco já se utiliza a marcação individual, mas na cartilha de Cuca essa se trata de uma ferramenta indispensável. Suas defesas são sempre montadas encaixando o posicionamento de seus marcadores com os do time adversário, tornando o desenho da equipe em campo algo quase sempre imprevisível. Também por isso, seus trabalhos nunca tiveram um início promissor, mas com o volume maior de treinamentos, dá para dizer que surtiram certo efeito.
Esse vício de Cuca pode gerar confusões na cabeça dos jogadores e ser desarranjado por uma mudança do adversário. No sábado, enquanto o Vasco estava melhor postado e executando sua proposta de jogo com correção, o Fluminense sempre ficava refém da eficácia de Diogo e Diguinho na caça a Carlos Alberto e Coutinho, os dois homens criativos do time de Mancini.
Quando o treinador vascaíno redesenhou o time, indo para um nítido 4-2-3-1 com Magno à esquerda, o Flu se perdeu e por pouco o Vasco não matou o jogo nos instantes finais. Melhor para Cuca seria ter um time bem posicionado, com laterais preocupados com a marcação, volantes cientes da cobertura e zagueiros menos expostos.
Do início da década de 90 a meados dos anos 2000, o futebol brasileiro viveu em um mundo anacrônico no que diz respeito a seu desenvolvimento tático, muito em parte por uma escola de treinadores ultrapassada. Um desses sintomas era sempre ter um ou dois volantes marcadores destacados para parar a qualquer custo um adversário que fosse capaz de desequilibrar.
Até mesmo Vanderlei Luxemburgo, visto como um treinador moderno e a afeito a inovações, foi um dos que utilizou tal prática. Ele que transformou Narciso, um zagueiro comum, em primeiro volante mordedor quando no Santos. Também havia sido o responsável pelo espaço dado a Amaral no Palmeiras. No Corinthians, ganhou o Campeonato Brasileiro com Gilmar Fubá sempre destacado no melhor articulador do time adversário.
Hoje em dia, pouco já se utiliza a marcação individual, mas na cartilha de Cuca essa se trata de uma ferramenta indispensável. Suas defesas são sempre montadas encaixando o posicionamento de seus marcadores com os do time adversário, tornando o desenho da equipe em campo algo quase sempre imprevisível. Também por isso, seus trabalhos nunca tiveram um início promissor, mas com o volume maior de treinamentos, dá para dizer que surtiram certo efeito.
Esse vício de Cuca pode gerar confusões na cabeça dos jogadores e ser desarranjado por uma mudança do adversário. No sábado, enquanto o Vasco estava melhor postado e executando sua proposta de jogo com correção, o Fluminense sempre ficava refém da eficácia de Diogo e Diguinho na caça a Carlos Alberto e Coutinho, os dois homens criativos do time de Mancini.
Quando o treinador vascaíno redesenhou o time, indo para um nítido 4-2-3-1 com Magno à esquerda, o Flu se perdeu e por pouco o Vasco não matou o jogo nos instantes finais. Melhor para Cuca seria ter um time bem posicionado, com laterais preocupados com a marcação, volantes cientes da cobertura e zagueiros menos expostos.
4 comentários:
Olá, Dassler.
Concordo integralmente com sua crítica ao Cuca, mas gostaria de fazer uma observação sobre a abordagem histórica utilizada em seu texto.
Primeiramente, considero que os treinadores brasileiros estão entre os pioneiros na utilização da marcação por zona no futebol mundial. Me lembro de ter lido sobre como Paulo Amaral tentou mudar o sistema de marcação da Juventus quando na Bota só se marcava homem a homem. E também me recordo de como Zagallo usou a marcação individual de Facchetti sobre Jairzinho na final de 70 para abrir um corredor por onde Carlos Alberto Torres avançaria.
Além disso, discordo da tese de o 3-5-2 brasileiro surgiu da importação tardia de um esquema em desuso na Europa.
Para mim, nosso 3-5-2 surgiu da evidente necessidade de se gerenciar taticamente as subidas desenfreadas de nossos alas. Algo que também se aplica à proliferação de nossos volantes pegadores.
Grande abraço.
Mas Michel, isso só mostra como jogador brasileiro (em sua maioria) não tem muita noção tática. É difícil ver algum jogador saber definir bem a tática do técnico, até mesmo discutir com ele o que melhor fazer em campo. Geralmente ele só acata a decisão, sem ter uma ideia muito grande do que fazer em caso de mudança.
Se no Brasil fosse aliado ao talento mais dessa noção, com certeza muito mais jogadores fariam sucesso na Europa. Isso que já tem muita gente lá...
Uma das exceções é Paulo Roberto Falcão. Tente ver, ou ouvir algum comentário dele sobre tática. Não estou falando só dele na Globo. Aqui no RS, ele tem um programa de rádio todos os sábados. É muito esclarecedor o que ele fala sobre tática. E ele aprendeu muito na Itália sobre isso.
Rafael,
O meu comentário se pontua na contextualização histórica da marcação por zona e na utilização do 3-5-2 no Brasil.
De fato, o jogador brasileiro é menos interessado em tática do que os entrangeiros em geral. No entanto, quando lembramos que alguns estudos sobre o tema dão conta de que o atleta só consegue assimilar três instruções do treinador ao mesmo tempo, fico pensando se não é melhor mesmo que ele saiba agir por instinto.
Abraço e obrigado pela sugestão. Vou tentar acompanhar mais o que diz o Rei de Roma.
Oi Michel, mas eu não disse que os treinadores brasileiros não inovam ou não são competentes ao longo dos tempos. Me referi a apenas um período em que a marcação individual era comum por aqui.
De certa forma, o 3-5-2, um esquema completamente ultrapassado e muito ruim, também serve como forma de conseguir organizar melhor a marcação com encaixes individuais.
E se os jogadores têm problemas de posicionamento, os treinadores também são os culpados. Seja os que formam na base, seja os que escalam e montam os times.
Valeu pelo Gerland, foi erro de digitação mesmo.
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