
Como em outros momentos, o Santos tenta pautar parte da mídia diante de uma fase bastante ruim do ponto de vista administrativo. O elenco profissional se desfez como cabana na areia desde a queda na Copa Libertadores, o time sequer atinge o top 10 do Campeonato Brasileiro e o caríssimo Muricy Ramalho tem duas vitórias sem Neymar na competição. E ainda tinha o caso Ganso...
Com ações que vão de encontro à ética, a direção santista tentou até onde pôde e conseguiu transferir a Paulo Henrique Ganso todo o ônus da transferência para o São Paulo. A obsessão de transmitir à torcida que Ganso desejava sair só foi completada quando ele próprio, contra a parede, pediu para deixar a Vila Belmiro na última quinta. E aí surge Gabigol.
Diante de investida fortíssima do São Paulo para também contratá-lo, o Santos contrariou até uma própria política para manter Gabriel Barbosa, que agora tem 40% de seus direitos econômicos. Há não muito tempo, vale lembrar, a direção santista publicou matérias em que se vangloriava de ter 70 ou 80% dos direitos de todos os jogadores da base. De Gabigol, tem 60%.
O diagnóstico interno, de quem convive com Gabriel no dia a dia, também é de que o jogador foi superestimado – ou mesmo usado como remédio contra a crise - pela diretoria. As informações dão conta de um possível ótimo jogador, quem sabe grande. Mas nada que justifique tanta badalação por conta da assinatura de um contrato. Nada a ponto de ser a “next big thing” do futebol brasileiro.
Mesmo após ser a principal figura no título da Copa Brasil Sub-15 no início do último ano, Gabriel Barbosa foi deixado de lado e teve pouco espaço nas convocações de Marquinhos Santos para a seleção brasileira. Não foi ao Sul-Americano da categoria e, na transição infantil-juvenil, na Vila Belmiro, teve muitas dificuldades. Chegou a sentar no banco de reservas.
O diagnóstico da comissão técnica santista, que também havia trabalhado com ele na categoria sub-15, era de que Gabriel não teria grandes chances de virar um jogador de ponta caso continuasse a jogar como meia. A falta de uma leitura de jogo qualificada e capacidade de organização foram razões para que Gabigol virasse atacante em 2012. Com força física e grande poder de definição, ele é internamente comparado a Hulk, e não a Neymar. Subiu de produção novamente.
O caso de Gabriel remete a outros em que a direção santista tenta proclamar seus talentos da base, que não são poucos, como se eles fossem colhidos em árvores plantadas na Rua Princesa Isabel, bem diante da Vila Belmiro. O mesmo Santos, vale lembrar, que perdeu dois titulares importantes de sua geração /96 – um deles para o São Paulo - e ainda dispensou o terceiro por grandes suspeitas sobre sua documentação.
Foto: Bruno Giufrida - Santos FC
Foto: Bruno Giufrida - Santos FC
Um comentário:
Fala Dassler.
Essa dificuldade na transição de categoria, especialmente entre sub-15 e sub-17, não seria algo normal e até esperado?
E o fato de não estar na seleção brasileira também não diz muito. Se não estou enganado, o próprio Neymar não era chamado na época dele.
Não to dizendo que o garoto vai ser craque, pra falar a verdade vi pouco dele ainda. Mas, pelo menos tem aprovação do melhor olheiro do Brasil - Wagner Ribeiro - rsrs.
Brincadeiras à parte, ainda parece cedo pra falar se ele vai ser Neymar ou Tiago Luiz.
Abraço.
Postar um comentário