domingo, 16 de setembro de 2012

Narciso, a demissão no Corinthians e o Palmeiras


O destino prega peças que pouca gente é capaz de imaginar. Ex-juniores do Corinthians, Narciso foi demitido em 19 de junho e irá enfrentar seu último clube menos de três meses depois. Irá buscar também sua própria redenção e o próprio sonho de atuar entre os profissionais: a demissão no Parque São Jorge teve circunstâncias controversas, já que ele havia sido campeão da Copa São Paulo em janeiro e mesmo assim recebia críticas. 

Membros da comissão técnica reclamavam sobre suas faltas e treinamentos cancelados. Mesmo no comando de um clube da capital, Narciso ainda morava em Santos. Reclamava da estrutura precária para a base no Corinthians e também de Tite. Ele se queixava da falta de diálogo com o treinador que enfrenta neste domingo. Queria mais garotos da base no profissional. 

Internamente, Narciso também enfrentava críticas pelo relacionamento muito próximo a empresários e grupos investidores, razão pela qual também saiu do Santos em 2011 após quatro temporadas. Na mudança de presidência, entrou na alça de mira da nova direção. No Palmeiras, em menos de dois meses, ele indicou a contratação de três jogadores dos juniores que jamais chamaram a atenção no Corinthians: Allan Juscelino, Igor Barros e Edílson - o último pertence à DIS e firmou um longo contrato de três anos. 

Narciso, por sinal, aponta Vanderlei Luxemburgo como sua maior fonte de inspiração. Foi com ele, no Santos, que viveu os melhores momentos da carreira antes da leucemia que pôs fim a uma carreira promissora como volante, uma invenção do tempo em que as invenções de Luxa davam mais certo. "Ele mudava tudo com uma substituição", lembra. 

Se Tite vai ao dérbi como o mais duradouro treinador da Série A, há dois anos no cargo, Narciso é o mais breve. São dois dias para tentar reerguer o time de um rebaixamento que ganhou força no Palestra Itália. A diferença de sete pontos - que pode aumentar neste domingo - só foi tirada duas vezes na história dos pontos corridos. Com Adilson Batista no Grêmio (2003) e Cuca no Fluminense (2009).


Foto: Ricardo Matsukawa - Terra

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