sábado, 28 de julho de 2007

Quarta-feira

A rivalidade entre Palmeiras e Corinthians é das maiores que existe no futebol. Desde o início da década de 90, foram as duas equipes que fizeram boa parte das principais decisões envolvendo clubes paulistas, e até em nível continental, como nas decisões da Libertadores em 99 e 2000.

Sou corintiano, nunca fiz questão de esconder. Acima de tudo, fã do futebol. Quarta fui conhecer o Parque Antártica, casa palmeirense, em um Palmeiras e Vasco. E foi uma noite bastante divertida, a iniciar pelo horário. Acompanhado de meu amigo Phellipe, nem corintiano, tampouco palmeirense - é santista - pegamos o metrô para a Barra Funda. Chegamos ao estádio e a bola já rolava há um tempo.

Não tínhamos ingresso, mas a bilheteria não tinha fila. Nem ingresso para estudante. Então, pagar R$20 para aquele jogo não seria lá um resultado positivo na relação custo-benefício. Mas eis que fomos abordados, ou melhor, rodeados, por uma série de cambistas, em situação tipicamente paulistana do futebol. Após ofertas e contra-ofertas, pechinchas e a concorrência entre os próprios cambistas, conseguimos cada entrada por valorosos R$5.

Já na arquibancada, fiquei meio pasmo, pois a bola estava no meio-campo. Ainda não teria começado o jogo? Claro que tinha! E com 20min, no momento em que chegamos, o Vasco tinha 2 a 0, gols de Rubens Jr e Leandro Amaral, dois renegados corintianos. E palmeirenses!

A providencial e precoce entrada de Makelele, já com 25min do primeiro tempo, fez o Palmeiras ir pra cima, mesmo que o público fosse pequeno, cerca de 7 mil torcedores. Foi justamente o substituto que roubou a bola no meio e deu início ao gol inicial do Palmeiras, com Valdívia, camisa 10 que honra o número que tem às costas.

Na segunda etapa, a reação palmeirense simplesmente não vinha. O frio já começava a atingir a torcida e eu, que só vestia duas blusas, resolvi me levantar. Makelele, o herói do primeiro tempo, virou vilão, usando o contraponto de preferência número 1 na imprensa brasileira. Deu um pontapé e, sem nem tomar amarelo, foi pro chuveiro.

Como em um lance de mágica, o frio aumentou, talvez pela gelada atuação palmeirense no segundo tempo. Os três atacantes - Edmundo, Luiz Henrique e Max - assistiam ao jogo e a bola não passava do meio-campo. Caio Júnior então foi brilhante com uma substituição decisiva.

Valmir, lateral-esquerdo, entrou no lugar de Edmundo. Mas o que pensava Caio Júnior, perdendo o jogo, com um a menos, e recuando o time? E o substituto mudou o panorama do jogo ao dar a fluência ao jogo palmeirense, perdida após a saída de Martinez no intervalo. Com Leandro preso, Valmir pôde ir ao fundo em mais de uma oportunidade, talvez chamando Wendel pra frente.

E o ala-direito foi importantíssimo. Em jogada pelo corredor, pôs na cabeça de Nen, empatando o jogo e incendiando a gelada torcida alviverde. Não demorou muito para Luiz Henrique, com calma, dar a vitória, de virada, em belíssimo chute cruzado, rasteiro, seco no gol de Sílvio Luiz.

A noite de estréia no Parque Antártica, mesmo para um corintiano, se tornou memorável. Para memorizar melhor ainda, fica o registro.

5 comentários:

André Augusto disse...

Bacana o registro.
Reitero o convite para trocarmos links...
Abraço!

André Augusto disse...

Ja tinhamos nos falado pela comu do FE no orkut, por aqui tb!
Valeu pelas visitas e muito sucesso.
Abraço!

Marcus Alves disse...

Pow, que desconto, hein! De quinze reais, hehe!
Sacadas como a da partida contra o Vasco credenciam ainda mais o Caio Júnior como um bom treinador, apesar da desconfiança de alguns.
Com dois ou mais reforços, esse Palmeiras pode ir mais longe.
Abraço!

Gerson Sicca disse...

Dassler, foi um grande negócio. Cinco pilas por um dos melhores jogos do brasileirão. Eu vi pela TV e gostei do bom jogo do vasco no primeiro tempo e do espírito de luta do palmeiras.
Agora, impressionante como o vasco entregou a rapadura. Isso deve ser efeito da passagem do roth pelo Beira-Rio. Não há time mais qualificado para entregar jogos fáceis do que o Inter. Por isso é um time desgraçado.
Grande abraço

Luiz Fernando Bindi disse...

Genial relato, meu caro.

Só discordo de vc pagar para cambista, cara. É incentivar a bandidagem.

Abraçasso!!