sábado, 4 de abril de 2009

O clube do povo tem 100 anos


Qualquer grande clube brasileiro se diz do povo, mas poucos podem provar. Um deles é o centenário colorado. Que surgiu da persistência de Henrique Poppe e seus seguidores. Se não abriam seus quadros para eles, se criou o Sport Club Internacional, xará paulistano. Lá, dois negros assinaram a ata de criação e desde então, o Inter deu motivos para ser intitulado o clube do povo.

Muito antes do rival Grêmio, abriu seus quadros para jogadores negros, como Dirceu Alves, o primeiro deles, em 1925. Ou quando os colorados se uniram para erguer arquibancadas de cimento no Estádio dos Eucaliptos. O clube dito internacional, já em seu despertar, aceitava qualquer um que fosse. Bastava o desejo de praticar esportes. E em 100 anos de vida, o Inter pode dizer que praticou como poucos.

Praticou com o Rolo Compressor, que não precisava de um grande treinador. Com Tesourinha, Carlitos, Russinho e Nena, já era mais que suficiente. Estava ali o primeiro esquadrão da história do Sul do Brasil. Ou com o Rolinho, a Máquina de Teté, arquitetada pelo Marechal das Vitórias Coloradas, mas esculpida pelo brilho do cerebral Larry e do inesquecível Bodinho. Mas ainda tinha Paulinho, Oreco, Chinesinho, Salvador...

Quando os colorados novamente se uniram para fazer o Gigante da Beira-Rio, às margens do Rio Guaíba, estava se desenhando o maior esquadrão da história. Rubens Minelli chegou para fincar suas raízes no colorado e conseguiu ser lembrado em um time que tinha Manga, Figueroa, Caçapava, Falcão, Carpegiani e Valdomiro. O maior time da década de 70, o único campeão invicto em 79, o de melhor aproveitamento da história em 76. Há maior supremacia?

O colorado ainda fugiu das ruínas dos anos 90 e do quase rebaixamento em 99 e 2002. Se uniu em torno do grupo político liderado por um histórico Fernando Carvalho, inspirador de novas conquistas. Prestes a chegar aos 100 anos, o Internacional ganhou tudo que faltava para sua sala de troféus. À frente disso, um capitão acima de qualquer suspeita: Fernandão.

Hoje, com o sétimo maior quadro associado do planeta e o maior de toda a América Latina, não há como o Internacional não ser o clube do povo. O que lota estádios, revela jogadores e, acima de tudo, encanta e conquista. Onde quer que esteja, Henrique Poppe sorri feliz: seu desejo se realizou.

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