segunda-feira, 13 de abril de 2009

Semis das viradas


As semifinais do Paulista têm ingredientes especiais: quatro grandes na disputa e, felizmente, todos exercendo, de fato, seus mandos de campo e jogando em estádios onde levam vantagem. Melhor ainda: não houve nenhum caso de violência que mereça ser citado, o que valoriza ainda mais o que aconteceu dentro das quatro linhas: dois jogos para nenhum fã de futebol botar defeito.

As grandes viradas do fim de semana no Campeonato Paulista têm circunstâncias muito parecidas. Não bastasse o fato de os placares terem sido iguais, Santos e Corinthians levaram vantagem por falhas de marcação dos rivais. Foram melhores em boa parte do tempo e também demonstraram personalidade contra equipes mais consistentes para reverter uma desvantagem.

Mano ousou ao lançar mão do 4-2-3-1, fazendo com que Júnior César se prendesse à marcação de Jorge Henrique e tornando Miranda, quase sempre, o zagueiro da sobra, embora atuasse pela esquerda. Com Ronaldo também bem neutralizado, as soluções eram forçar o jogo com Dentinho sobre Rodrigo e André Santos sobre Arouca – por aquele lado, faltava a sobra dos são-paulinos. E foi assim que o Corinthians jogou a maior parte do tempo. Nos melhores momentos da primeira etapa e quando passou a pressionar após o cartão vermelho em André Dias.

A outra chance de achar espaço se deu pela frouxidão na marcação aos volantes Elias e Cristian. E foi com eles que os gols saíram. Em ambos os lances, faltou Jean, preso à marcação de Douglas, para proteger a frente da área. No primeiro, Elias entrou como quis, e no segundo e fatídico gol, Cristian carregou a bola sem ser vigiado.

Indubitavelmente, as chances de classificação do Corinthians, no Morumbi, passam por conter a bola aérea rival. Em duas jogadas de desatenção de Chicão, Miranda criou as melhores chances do São Paulo no jogo. E em momentos extremos, como promete ser a partida de volta, os são-paulinos intensificam isso: em 2008, o Palmeiras se valeu de Henrique e Marcos afastando tudo que viam pela frente. Se manter a invencibilidade, o Corinthians volta à final após cinco temporadas.

Na Vila Belmiro, curiosamente, na dificuldade de marcação ao 4-2-3-1 santista é que o Palmeiras perdeu o jogo. Com laterais que marcam mal e volantes que jogavam por dentro, Neymar e Madson tinham espaço e foi por ter espaço que o Santos jogou. Com a disposição dos grandes campeões, os santistas fizeram marcações duplas e triplas em vários momentos aos palmeirenses. Pareciam se multiplicar para tomar a bola e armar o ataque.

Apesar dessa grande atuação, não fosse Fábio Costa, as coisas não teriam acontecido como aconteceram. Com Marquinhos e Keirrison, o Palmeiras pôde deixar a Vila Belmiro com um placar melhor, o que dá a sensação de grande equilíbrio para o jogo do Palestra Itália.

Um comentário:

André Augusto disse...

A proposta do SP foi pautada estritamente em segurar o empate, ao contrário do Palmeiras, que foi pra cima no início e recuou so no final, dado o ímpeto santista.

Hernanes continua sumido e faz grande falta a armação do Tricolor, que vem dependendo, em grande parte, nas jogadas aéreas, na qual é eficiente ao extremo.

Pequena vantagem dos vencedores, que é quase que dissolvida pelo fato de atuarem fora de casa na partida decisiva.