segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ronaldo e os pecados do Santos


Foram dez chances santistas de vazar Felipe, que defendeu seis delas e botou uma para dentro. Como sempre, a jogada que foi às redes surgiu dos pés do encantador Madson – segundo o Datafolha, acertou 15 de 17 dribles e 51 dos 55 passes. Mas os erros do Santos na Vila Belmiro também não pararam nas chances criadas, e sim nas que foram concedidas.

Vágner Mancini gosta de adiantar sua linha defensiva, sempre que possível, para compactar o jogo e se manter no campo de ataque. Era assim no Vitória, quando Viáfara surgia como líbero em vários momentos, é assim no Santos. Mas isso tem seu preço. Os três gols corintianos – dois de Ronaldo e o lance da falta de Chicão – surgem do mesmo artifício santista. Um tiro no pé.

O jogo da Vila Belmiro, que dá ao Corinthians uma vitória na casa do rival que não ocorria há 26 anos, foi muito mais fruto dos pecados santistas que propriamente de uma atuação exuberante dos corintianos. Morais e Jorge Henrique, e depois Elias adiantado, foram defensores em quase todo o tempo, por exemplo.

De encantador, mesmo, Ronaldo, claro. Três finalizações, dois gols de gênio. Quando a bola de Chicão vem torta, os zagueiros santistas esperam que o Fenômeno domine para dar o bote, mas o domínio já o deixa em condições de finalizar e o resultado é bola na rede. A pintura que praticamente assegura o título e vale placa, também com o pé esquerdo, surge dos espaços concedidos ao dono da camisa 9. Claro, mais um pecado do Santos.

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