sábado, 30 de maio de 2009

Galeria dos imortais - Fernando Redondo


IMAGEM: DIEGO BRITO - diegodbrito@gmail.com


A origem é o Argentino Juniors, coincidentemente a mesma de Diego Armando Maradona. A perna esquerda, aliás, é outra coincidência entre Fernando Redondo e El Diez. Aos 16 anos, o médio-volante mais talentoso da década de 90 já desfilava sua classe pelos gramados argentinos, e assim o fez até 1990, quando o Tenerife descobriu a receita ideal para dar classe a sua cabeça-de-área. Foi lá que Fernando Redondo encontrou uma das pessoas mais importantes para sua carreira.

Sob o comando de Jorge Valdano, então treinador, mostrou que era possível ter um volante argentino que não fosse destruidor. Não que Redondo não combatesse, afinal ninguém é portenho impunemente, mas a sua arma principal era a partir da bola retomada. Com a perna esquerda fabulosa e uma elegância de causar inveja a Carlos Gardel, além de um corpanzil de 1,86 m, fazia a bola rolar limpa, redonda como ele, e a levava ao ataque como se fosse um motor.

Em seu último ano no Tenerife, a dobradinha com Valdano foi tão perfeita que o modesto clube ganhou vaga na Copa da Uefa e ainda bateu o Real Madrid, o tirando da briga pelo título. Como não é tolo, o Real buscou justamente Valdano e Redondo para ir atrás novos objetivos.

Depois de realizar um grande papel na Copa de 94, o meio-campista rapidamente conquistou o exigente público merengue, dando a ele o título espanhol que havia tirado há uma temporada. Àquela altura, Fernando Redondo já era um dos três grandes nomes da posição no planeta, consagrando um estilo que virou modelo para novos argentinos da cabeça-de-área, como Cambiasso e Gago, constantemente - e em vão - comparados a ele.

Esse cartaz todo não foi suficiente para Daniel Passarela, treinador albiceleste, entrar em acordo para ter o grande volante argentino em sua seleção. Se Batistuta topou cortar seus longos cabelos para se aplicar à lógico do técnico, Redondo foi até o fim, e assim ficou de fora do selecionado por vários anos. Justamente nesse período é que, ano a ano, o meio-campista construía uma reputação indestrutível na Europa.

Em 2000, já tinha duas Ligas dos Campeões, sendo eleito o melhor jogador da competição no segundo desses títulos. Em Old Trafford, contra o então campeão Manchester United, teve a maior exibição de sua vida, com um drible fabuloso sobre o norueguês Henning Berg. "O que esse jogador tem nas chuteiras? Um imã?", questionou Sir Alex Ferguson.

Sentindo-se completo em Madri, Redondo topou o desafio de emprestar um pouco de seu brilho ao futebol italiano, tendo assinado com o Milan logo em seguida do título ganho sobre o Valencia. Uma multidão de torcedores merengues foi ao aeroporto da capital espanhola dar adeus para Fernando.

Infelizmente, aquela final europeia foi seu último grande capítulo. No terceiro minuto da partida de pré-temporada em que, pela primeira vez, vestiu rossonero, El Príncipe, como era chamado, lesionou o joelho, abrindo um caminho sem volta, marcado por várias e várias tentativas de retorno aos gramados. Em vão, aos 33 anos, Redondo largou o futebol, que nunca foi mais o mesmo sem ele.

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