sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Eliminatórias Sul-Americanas - Parte 1 (Chile, Argentina e Bolívia)

Daqui até domingo, o Papo de Craque entra no clima da Copa Mundo e traz, detalhadamente, o que de melhor – e também pior – irá ocorrer nas Eliminatórias Sul-Americanas.

Serão dez textos - sendo um para cada seleção - trazendo as expectativas, destaques, promessas e números importantes de quem poderá estar em ação nos gramados da África do Sul em 2010.

# 1 Chile: “O fenômeno Bielsa”




Últimas eliminatórias: em 2006 (7º) e em 2002 (10º) / Copas do Mundo: 7

Time base: Bravo, Alvarez (Droguett), Ponce e Riffo; Fierro, Maldonado (Iturra) e Vidal; Matías Fernández (Alexis Sánchez); Rubio (Jiménez), Salas e Mark González.
Treinador: Marcelo Bielsa

Marcelo Bielsa foi o nome encontrado pelos dirigentes chilenos para levar ‘La Roja’ de volta a um torneio mundial, já que o Chile não vai à Copa desde 98. Mais que isso, o treinador argentino terá de agrupar uma talentosa safra de jogadores, integrando imediatamente alguns jovens valores como Vidal, Medel e Alexis Sánchez.

Manter o foco pelos primeiros lugares será uma tarefa árdua, especialmente se lembrarmos o desalentador fim da trajetória de Nelson Acosta na Copa América, em que seis jogadores – Contreras, Vargas, Valdívia, Navia, Tello e Ormeño – foram suspensos por arruaça em um hotel venezuelano.

Acenando com um futebol rápido e ofensivo, Bielsa talvez tenha como principal referência a sua Argentina, das Eliminatórias para a Copa 2002. Será salutar, sobretudo pelos vários talentos de que dispõe, ver o Chile mais arrojado. A chegada do novo treinador, já ficou claro, deu novo alento ao ambiente da seleção chilena. Seguindo assim, dá para imaginar o país na África do Sul.

Argentina: “Entresafra”



Últimas eliminatórias: em 2006 (2º) e em 2002 (1º) / Copas do Mundo: 14

Time base: Abbondanzieri, Zanetti, Demichelis, Milito e Heinze; Mascherano; Maxi Rodríguez e Cambiasso; Riquelme; Messi e Tevez (Agüero)

Treinador: Alfio Basile

Jogar a Copa América com alguns jogadores mais velhos, embora merecedores de respeito, foi uma estratégia discutível de Alfio Basile. Embora tenha ido bem em boa parte da competição, a Albiceleste não deve mais ter Verón e Ayala, que abriram espaço para nomes emergentes como Rodríguez e Demichelis. Por ora, Zanetti e Abbondanzieri – este por não ter um concorrente forte – seguem sendo os nomes mais experientes da espinha dorsal.

As incertezas, fora a tradicional instabilidade mental de Riquelme, pairam sobre a linha defensiva. Milito vive fase irregular desde a Copa América e, embora jogando bem, Demichelis ainda não é uma certeza. Heinze e Zanetti, prováveis titulares da lateral, raramente vão oferecer opções na frente.

Mas as mudanças devem parar por aí. Nos jogos recentes, especialmente no amistoso contra a Austrália, ficou nítida a dependência que o time tem de Riquelme, ocasionalmente substituído pelo instável Federico Insúa. Messi e Tevez, este com a sombra do cada dia mais brilhante Agüero, compõem uma dupla de ataque fabulosa, que tem o respaldo do meio-campo que brilhou na Alemanha. Enfim, problemas à parte, a Argentina fatalmente brigará pela liderança,

Bolívia: “Valeu, Fifa”


Últimas eliminatórias: em 2006 (10º) e em 2002 (7º) / Copas do Mundo: 3

Time base: Suárez; Hoyos, Raldés, Peña e Álvarez; Rodríguez (Reyes), Garcia; Mojica, Vaca e Marcelo Moreno (Jaime Moreno); Arce.

Treinador: Erwin Sánchez

A liberação de La Paz para os jogos das Eliminatórias certamente garantirá alguma vantagem, e possivelmente alguns pontos, para os bolivianos. O objetivo da afirmação, que fique claro, não é julgar a justiça da decisão, apenas apontar a relevância dela para as aspirações da Bolívia que, por exemplo, perdeu todos os nove jogos de disputou fora de seus domínios na classificação para 2002.

Basta uma passada de olho para perceber a fragilidade da Bolívia, que só somou dois pontos na última Copa América. Há, porém, algum talento, sobretudo do meio para a frente. Vaca é um jogador interessante, assim como podem comprovar cruzeirenses e corintianos, testemunhas do futebol de Marcelo Moreno e Arce, respectivamente.

São bem remotas, porém, as possiblidades de se ver a Bolívia na Copa de 2010. Até mesmo equipes frágeis, como Venezuela e Peru, possuem mais consistência e podem extrair mais qualidade de seus plantéis. Mas, jogando em La Paz e impondo um jogo físico e especialmente veloz, os bolivianos não serão, definitivamente, presas fáceis.

3 comentários:

Anônimo disse...

Acho que vai ser uma eliminatória disputada.

Chile tem bons nomes, e um treinador experiente, tem tudo pra jogar direitinho e ser uma surpresa.

Já a Bolívia deve ganhar 70% dos seus jogos em casa, e sinto que Marcelo Moreno vai ajudar a seleção. Sempre é um time chato em La Paz.

E sobre a Argentina não tem o que falar. É favorita e pronto.

abração, Hugo

Anônimo disse...

Excelentes textos Dassler.

Sobre o Chile: Os jogadores punidos farão muitíssima falta à equipe. Sem eles, vejo o Chile uma das piores seleções dessas eliminatórias. Com eles, seria um nome praticamente certo entre os classificados.

Sobre a Argentina: Com Tevez em excelente fase e se firmando de vez no ataque argentino, creio que a seleção argentina é a favorita para terminar em primeiro lugar nas eliminatórias.

Sobre a Bolívia. O ataque formado por Arce e Marcelo Moreno é o ponto forte da equipe. Um completa o outro. Formam um ataque rápido e habilidoso. Sem contar no faro de gol do atacante cruzeirense. Eu acho que a bolívia surpreenderá nessas eliminatórias e não ficaria surpreso em sua classificação para a Copa do Mundo. Apesar de apenas 2 pontos na Copa América, a Bolívia me surpreendeu com os bons jogos que fez.

Abração cara.

Anônimo disse...

El Loco Bielsa tem de chamar Valdívia e os festeiros do hotel.

Dassler, fiz um texto sobre a noite de 13 de outubro de 1977.

Se for corintiano, vai gostar.

Se não for, pode gostar igual, pois gosta de futebol.

Abraços!