terça-feira, 2 de outubro de 2007

O imbróglio Thiago Neves


A questão envolvendo Thiago Neves merece uma discussão. Possivelmente o melhor jogador do Campeonato Brasileiro, o meia do Fluminense acabou afastado por Renato Gaúcho enquanto não renova o contrato, cuja vigência se expira em dezembro.

Renato diz ser o dono da decisão pelo afastamento, embora isso, ao menos, só tenha sido possível por um respaldo da direção tricolor. Semanas atrás, porém, o treinador havia dito que isso não passava por sua cabeça. Ou Renato Gaúcho mudou de opinião, ou o fizeram mudar.

Segundo tem dito a imprensa, especialmente Paulo Vinícius Coelho, além do interesse do Fluminense, o São Paulo e o Palmeiras têm ofertas na mão de Thiago Neves. A idéia do jogador, de 22 anos, é jogar na Europa, mas por uma proposta sedutora. Desta feita, a camisa 10 tricolor tem sido a vitrine que Thiago precisa, mas o Flu, de olho na Libertadores 2008, quer mais é que o meia fique nas Laranjeiras.

Assim, está colocada uma questão ética. Se Renato continuar a escalar Thiago Neves e o futebol do meia seguir brilhando, fatalmente suas chances de ir para a Europa aumentam. Na mesma dimensão, ficar dois meses e meio sem jogar, na reta final do ano, fecharia as portas para o atleta entre os grandes europeus.

Talvez, por mais maquiavélico que possa parecer, o Fluminense prefira desvalorizar Thiago Neves agora e lhe ter na Libertadores 2008. Na pior das hipóteses, renova o contrato imediatamente e abre a possibilidade de ter um lucro na reabertura da janela européia. Tudo isso, porém, só é de fato possível por 2007 ser uma formalidade para o Flu, sem qualquer aspiração. Estivesse brigando, de verdade, por alguma coisa, jamais abriria mão de seu principal jogador.

Opinião

Na minha opinião, particularmente, a pressão do Fluminense é válida. O clube resgatou Thiago e é grande o bastante para não servir de vitrine. Além do mais, tem todo o direito de afastar quem bem entender, sobretudo após inúmeras tentativas, ainda que um pouco tardias, de renovação. Me parece, no caso, que Thiago Neves não está bem orientado. Afinal, para seus empresários, fatalmente é mais negócio o levar para a Europa e faturar alguma quantia com um contrato longo.
Para a carreira do meia, ter um 2008 de afirmação pode ser bem mais interessante. Principalmente, pela proposta do Fluminense ser financeiramente bem viável.

E você, leitor? Qual sua opinião ?

7 comentários:

Anônimo disse...

Se o Flu não tivesse classificado para a Libertadores 2008, Thiago Neves seria afastado?

Brasileirão dos Sonhos:

http://carlospizzatto.blogspot.com/2007/10/brasileiro-dos-sonhos.html

Dê uma olhada. Abraços!

Unknown disse...

Essa pressão do Fluminense terá efeito zero no futuro de Thiago. As fitas de vídeo com grandes jogadas dele já devem estar na Europa, assim como as notícias publicadas sobre essa "democrática" retaliação.

Dassler, outro dia vi você falando sobre uma matéria que fez com os goleiros revelados neste brasileiro, que foi publicada na Trivela.

Se você quiser me enviar, posso publicá-la no Arquibancada. Claro que se não houver nenhum problema ou restrição da revista.

Um abraço,

Zé Neves

André Rocha disse...

Tomara que ele e seus empresários fiquem com bastante raiva do Flu e ele assine com o Flamengo, que já fez a sondagem. Hehehe

Falando sério: A carreira é do jogador. Portanto, acho que eles ouvem demais seus empresários. Por comodismo, praticamente entregam o seu futuro na mão desses caras que vêem o atleta como uma fonte de lucros, como uma cabeça de gado (neste caso, superfaturado como os bois do Renan Calheiros).

Ele deveria ter uma conversa sincera com a direção e definir o que quer: Se ele abrir o jogo e dizer "Eu quero ir para o exterior. Para ficar no Brasil, a prioridade é do Flu, mas se outro time que for disputar a Libertadores fizer uma proposta melhor, eu saio. Pode ser assim?", duvido muito que o Branco e o Renato Gaúcho façam algo contra ele.

Gerson Sicca disse...

Se ele tiver um pouco de consideração com o Flu ele fica. Mas, como jogador não tem vontade própria, pois quem manda é o empresário, ele vai pular fora pra quem der mais dinheiro.
Quanto ao Alício acho que ele conduziu direitinho a arbitragem no domingo. Mas tb, com Magal em campo ficava difícil ganhar de alguém. O bom é que Guiñazu e Magrão foram bem. Se o Inter não cair os dois podem contribuir muito para o colorado no ano que vem.
Qto à rivalidade em Pelotas, que comentaste no blog, vou te dar mais umas informações.
Pelotas é a cidade mais brasileira do Rio Grande do Sul.Por causa das charqueadas nos sécs. 18 e 19 muitos escravos foram mandados para lá. No fim do século XIX quase 70% da população era negra.
Isso deixou marcas eternas na cidade. O carnaval é o maior do Estado, a cidade adora festas e o futebol é um fanatismo gigante, principalmente com o Brasil.
A torcida do Brasil é, de longe, a mais fanática do Rio Grande do Sul, muito mais do que Grêmio e Inter. Mesmo com toda a dificuldade financeira do time, que chegou a ficar cinco anos na segundona gaúcha, a torcida segue firme e sustenta do jeito que dá o clube. Aliás, grande parte da torcida sequer tem dinheiro para pagar os cinco reais do ingresso. Pelotas é uma cidade muito pobre.
A afrodescendência deu um toque especial à torcida do Brasil. Torcida que empurra o time e canta na derrota, como em um episódio inigualável em 96. O Brasil foi jogar no beira-rio em uma eliminatória do gauchão. Havia cinco mil xavantes(é como se chama a torcida) no estádio, que andaram 250 km para apoiar o time em uma improvável vitória.
O xavante levou 4 a 1. A torcida cantou o jogo todo e saiu do estádio cantando o hino do clube, ao som do batuque da xaranga. Esse episódio entrou para a história do futebol gaúcho.
Há um vídeo de má resolução no youtube sobre o episódio. Dá uma olhada: http://www.youtube.com/watch?v=wtF46hlCBuI.A reportagem é do régis roesing, da globo
Em 98 a torcida invadiu o Olímpico, mas a história foi diferente. O xavante eliminou o Grêmio do Gauchão, empurrado pela torcida que foi em massa ao Olímpico, após o primeiro jogo do Brasil em casa, em que empatou. Mesmo precisando vencer o Grêmio em POA a torcida foi e seu grito dominou o Olímpico.
Cara, não tens idéia do que é estar no estádio do Brasil. Não dá pra entender como um time modesto pode ser o responsável por uma religião em pelotas.
NO RS a torcida do Brasil é reconhecida até pelos torcedores da dupla gre-nal. Em 2004, qdo o Grêmio estava pra cair e perdeu o mando de campo foi jogar justamente no pequeno Bento Freitas, o estádio do Brasil. O objetivo era tentar buscar forças no maior caldeirão do interior. O Grêmio entrou em campo carregando a bandeira do Brasil, em homenagem ao clube e à torcida.
Pra terminar, é inexplicável como a CBF não coloca um time desses na série C, que colocaria muita gente no estádio em uma competição acostumada com estádios vazios.
Grande abraço

André Augusto disse...

Tem que segurar mesmo...jogador não pode fazer o time de refém...acho válido, pelo menos, nesse caso.

Marcus Alves disse...

Como te disse em outro post, não acho que a postura do Fluminense é a mais correta. Longe disso.

Mateus Ribeirete disse...

Eu, se fosse Thiago Neves, renovaria p/ Libertadores.