sábado, 13 de outubro de 2007

Eliminatórias Sul-Americanas - Parte 2 (Uruguai, Paraguai, Venezuela e Equador)

#2

Uruguai: “Grande não, médio sim”

Últimas eliminatórias: em 2006 (5º) e em 2002 (5º) / Copas do Mundo: 13

Time base: Carini, Pereira (Diogo), Scotti (Godín), Lugano e Fucile; Diego Pérez e Pablo García; Cristian Rodríguez; Luis Suárez, Abreu e Forlán.

Técnico: Oscar Tabárez

A quase classificação para a final da Copa América não foi um sinal do renascimento do futebol uruguaio. Ao longo do torneio, a seleção de Oscar Tabárez mostrou um futebol burocrático e bastante inconsistente, tendo, por exemplo, perdido para o Peru por 3 a 0. Todavia, Tabárez conseguiu montar uma equipe lutadora e de intensidade, reconhecendo a fragilidade do Uruguai perante a Brasil, Argentina e Paraguai – além do México, presente na competição.

Esta, sim, pode ser uma lição para a Celeste. Jogando firme e incansavelmente, pode se sobressair pela razoável condição técnica de seus jogadores. Forlán é há três temporadas um dos principais nomes do futebol espanhol, Cristian Rodríguez foi muito bem na Copa América e Luis Suárez desponta no Ajax – apenas para exemplificar. Edison Cavani, no Palermo, pinta como uma referência para o time a médio-prazo.

Com a combinação destas duas misturas, especialmente a de intensidade, o Uruguai pode se colocar como uma das médias seleções do continente, hoje ao lado de Equador, Paraguai e Chile. O desejo de Tábarez, naturalmente, é ficar entre os quatro primeiros, fugindo do drama da repescagem que marcou a vida do país nas últimas duas eliminatórias.

Paraguai: “Força três”

Últimas eliminatórias: em 2006 (4º) e em 2002 (4º) / Copas do Mundo: 7

Time base: Villar; Verón, Cáceres, Da Silva e Morel Rodríguez; Bonet, Santana, Riveros e Barreto; Santa Cruz e Cardozo (Cabañas)

Técnico: Gerardo Martino

Não foram só os argentinos que tiveram um dramático fim de Copa América. O Paraguai, até então soberano durante o torneio, levou 6 a 0 do México nas semifinais. O resultado surpreendeu, mas a lição a ser seguida é a do bom futebol apresentado. Isso, se repetido, dará novamente o terceiro lugar na classificação para o time do argentino Gerardo Martino.

O treinador, aliás, tem boas opções para montar um time forte no ataque, desmistificando a tradição recente de retranqueiros do Paraguai. A falta de imaginação ofensiva já se mostrou decisiva em alguns momentos, especialmente na fraca apresentação da seleção na última Copa. Santa Cruz – que está lesionado e perde as duas primeiras rodadas – parece mais maduro, e tem bons companheiros como Cardozo, Cabanãs, Cuevas e Valdez.

No meio-campo, Barreto oferece algum talento, embora pareça insuficiente. A defesa, aliás, também segue sendo muito firme. Cáceres é um nome seguro e tem as companhias dos experiente Paulo da Silva e Morel Rodríguez. Ao todo, uma equipe forte como nos últimos dez anos, fatalmente a terceira força – ao menos inicialmente, destas Eliminatórias.

Venezuela: “Lanterna nunca mais”


Últimas eliminatórias: em 2006 (8º) e em 2002 (9º) / Copas do Mundo: 0

Time base: Veja; González, Rey, Cichero e Rojas; Vera (Mea Vitali), Pérez (Páez), Guerra e Arango; Maldonado e Arismendi (Torrealba)

Técnico: Richard Paez

O sentimento de melhor time da história do futebol venezuelano é unânime. Tida historicamente como saco de pancadas da América do Sul, pela primeira vez a Venezuela chega com alguma cancha para a disputa das Eliminatórias, pela qual nunca conseguiu passar. Até mesmo o Caracas, na última Taça Libertadores, fez uma campanha digna, eliminando o River Plate na fase de grupos e fazendo jogo duro contra o Santos nas oitavas.

Há seis anos no cargo, Richard Paez terá a chance de solidificar seu trabalho. Arango, titular absoluto no Mallorca, é a referência técnica do time, que conta ainda com o bom respaldo de Guerra no meio-campo e de Maldonado, em ótima fase pelo Atlante na Liga Mexicana, tendo feito 11 gols em 11 partidas. Rey e Cichero, dupla de zaga titular, são outras figuras relevantes da equipe.

O furor causado pela recente Copa América, naturalmente, tem feito a população venezuelana olhar o esporte - que quase nunca foi uma prioridade - com mais carinho. Isto, somado ao fato de que é melhor time formado na história do país, materializa a Vinotinto como candidata a zebra das Eliminatórias, desde que a pressão não pese sobre os ombros dos atletas.

Equador: “Instabilidade”


Últimas eliminatórias: em 2006 (3º) e em 2002 (2º) / Copas do Mundo: 2

Time base: Klimowicz; De La Cruz (Campos), Hurtado, Espinoza e Ambrossi (Reasco); Valencia (Lara), Urrutia, Castillo (E.Tenório) e Méndez; Benítez e Carlos Tenório

Técnico: Luis Fernando Suárez

As duas últimas campanhas equatorianas nas Eliminatórias, além do ótimo papel cumprido na Copa da Alemanha, fazem – ou deveriam fazer – o Equador um candidato natural a uma das quatro vagas. Contudo, as três derrotas em três jogos da Copa América disputada há pouco, evidenciaram um declínio da seleção, que quase nunca é a mesma quando atua longe de Quito.

Simultaneamente, adversários antes fragilizados, como Chile e Uruguai, vivem um momento mais positivo, o que, por conseqüência, diminui as possibilidades do Equador se classificar pela terceira vez consecutiva para uma Copa do Mundo. Ainda que, mesmo envelhecida, a seleção tenha os seus valores.

Méndez, e principalmente Benítez e Valencia, são as principais figuras no processo de renovação pelo qual precisa passar o Equador. Ter Luis Fernando Suárez, há muito tempo no banco da equipe, pode ajudar. Mas, o que tem indiscutivelmente se visto, é que há outras seleções mais fortes, especialmente no surgimento de jovens talentos.

3 comentários:

Maurício disse...

Falei de sacanagem ne, haha. Quero ver seus palpites agora, antes ed começar...palpitar no escuro é uma arte haha.

abraços

Marcus Alves disse...

Enxergo como indefinido o papel de terceira força na América do Sul. O Paraguai não transmite a mesma confiança de outrora, enquanto Equador e Uruguai são inconstantes demais. É a vez da Venezuela? Com a palavra, Arango :)

Futeblogpe: disse...

Gosto muito do time do Paraguia. Tem bons nomes!

E será que Acosta vai ser convocado?

Abraço, Dassler.

Hugo