domingo, 17 de maio de 2009

Galeria dos imortais - Eric Cantona


IMAGEM: DIEGO BRITO - diegodbrito@gmail.com

Quem disse que os gênios devem ser perfeitos, não conheceu Eric Cantona. Seguidor do estilo George Best de ser, este parisiense marcou tanto com a bola nos pés quanto com a nitroglicerina em suas atitudes. Exímio finalizador, Cantona foi estrela do Manchester United, por exemplo, na primeira Premier League da história mancuniana, em 93. Desde então, ocorreram outras dez.

Revelação das categorias de base do Auxerre, Cantona jamais se firmou como jogador confiável no futebol francês. Não que lhe faltasse qualidade, mas os atos destemperados, como agressões e insultos a companheiros de clube, adversários e até mesmo árbitros, fizeram com que o cerco se fechasse, obrigando Eric a atravessar o Canal da Mancha para tentar um recomeço aos 25 anos.

No caminho de Cantona também se destacaram algumas personalidades do futebol. Emprestado ao Montpellier, o atacante chutou o rosco de Jean-Claude Lemoult e foi dispensado. Na volta ao Bordeaux, Blanc e Valderrama convenceram a direção a ofertar uma nova chance para Eric, que criaria problemas na sequência. Por uma confusão com autoridades esportivas, o jogador chegou a definir por seu fim no futebol, mas foi demovido por Michel Platini.

Na Inglaterra, em que se tornaria um dos maiores nomes da história do Manchester United, Cantona quase acertou com o Liverpool, mas o treinador Graeme Souness recusou o francês pela harmonia do vestiário. Após uma rápida passagem pelo Leeds, Eric foi contratado por Alex Ferguson depois de o escocês fracassar em tentativas por David Hirst, Brian Deane e Matt Le Tissier. Santas recusas!

Em Old Trafford, Cantona conseguiu encontrar um equilíbrio maior - ainda que imperfeito - e se tornou uma lenda. Habilidoso, goleador, cativante, ganhou o rótulo de craque, mesmo que nunca tenha emprestado seus gols para os Bleus. Capitão do clube em 97, foi importante para a integração da turma que ampliaria o legado vitorioso, com Beckham, Scholes, Butt e os irmãos Neville. Venceu quatro Premier Leagues e mais duas FA Cups.

Em maio de 97, Cantona, aos 30 anos, definitivamente disse adeus para o futebol. Cedo demais para quem tinha, além de técnica e explosão, muita inteligência, um gênio. Mas quem disse que eles precisam ser perfeitos?

Um comentário:

André Augusto disse...

Gênio nas duas acepções da palavra. E realmente, tem um quê de Best, tanto na personalidade quanto no estlo de jogo. Por isso é adorado, a exemplo do norte-irlandês.