Em 2006, a Espanha deu um duro golpe a quem sempre tentava lhe defender nas conversas de bar e afins: ganhou os três jogos da primeira fase e, nas oitavas, se ajoelhou aos pés da França e de Zidane. Casillas, Puyol, Xavi, Fernando Torres, Xabi Alonso, Sergio Ramos, Fabregas e David Villa estavam em campo, além de Iniesta entre os reservas. Todos esses nove grandes jogadores chegaram maduros à África do Sul, o que mostra que é com trabalho, planejamento, evolução e, claro, estrela, que se conquista um título mundial.
Como o Brasil no vôlei, como a Argentina no tênis, como os Estados Unidos no basquete, a Espanha trabalhou duro para vencer a Copa do Mundo. Não por acaso, venceu quatro das últimas oito edições do Europeu Sub-19 e duas das últimas quatro, além de um vice, no Europeu Sub-17. Não foi dando as costas para a formação de craques como Xavi, vice-líder da história do time sub-21 em convocaçòes, que chegou a duas das últimas seis decisões do Mundial Sub-20, e ganhou uma. Ou ainda foi três vezes semifinalista nos últimos quatro Mundiais Sub-17.
A Copa do Mundo que a Espanha conquista passa também pela construção de um estilo muito próprio, seguro e bom de se ver. Desde que Luis Aragonés assumiu o time, em 2004, sempre se priorizou a técnica acima de qualquer outro aspecto. A identidade de jogo não parou de se aperfeiçoar, os movimentos em campo passaram a ser automáticos e sincronizados. A mentalidade antes insegura deu lugar a um time gelado nos momentos chaves do jogo e ao mesmo tempo vibrante como manda sua história.
Na Copa 2006 e na Euro 2008, respectivamente, os espanhóis jogaram com 59% e 54% de posse de bola. A média no Mundial 2010 cresceu em proporções consideráveis, atingindo 62%. A geração que em campo é liderada por Xavi jogou sempre de forma segura no mata-mata. Finalizou sempre mais que o adversário e nunca passou a sensação de que poderia perder. Ajuda muito ter um goleiro como Casillas, que repetiu a Eurocopa e passou os jogos eliminatórios novamente sem sofrer gols.
Qual a seleção que hoje em dia tem um zagueiro armador como Piqué? Uma dupla de organizadores como Xavi e Iniesta? Atacantes tão letais quanto Villa e Torres? Dois jogadores seguros como Sergio Ramos e Capdevilla em uma posição que várias grandes equipes têm problemas? Quem se dá ao luxo de manter Fabregas no banco? Será que Bronckhorst, Lahm, Lugano, Lúcio e Mascherano são mais líderes e tão bem aceitos quanto Puyol? E mesmo com um repertório tão grande, a Espanha preserva o jogo coletivo, sempre deixa o individual em segundo plano. Afinal, com 11 se faz um time.
A técnica, o conjunto e o preparo superiores da Espanha ficaram mais que evidentes na decisão. Mesmo criando mais dificuldades que a Alemanha, a Holanda se mostrou um time competitivo, mas em todo o tempo dominado. Sneijder e Robben quase decidiram como nos outros mata-matas, mas prevaleceu a qualidade dos espanhóis. Para um time que era visto como amarelão, a seleção espanhola foi provavelmente o primeiro favorito pré-Copa a vencer desde 1974.
Aliás, como o time de Beckenbauer e mais ninguém, levou a Euro e o Mundial de forma consecutiva. Certamente não foi por acaso.
Alemães e uruguaios também plantam
Salvo Friedrich e Klose, há nove titulares dessa Alemanha que podem estar em 2014 mais maduros, entrosados e confiantes. Foi o único time que poderia ter tirado a taça da Espanha em capacidade técnica e que surpreendeu tanto positivamente ao longo do Mundial. O Uruguai, é natural, terá mais dificuldades ao longo dos próximos quatro anos. Possui uma liga fraca, jogadores um pouco mais velhos e uma população pequena. Por outro lado, Suárez e Cavani têm enormes possibilidades de crescerem e é bem provável que atuem em clubes de ponta já na próxima temporada.
Assim como os espanhóis fizeram de 2006 a 2010, ambos têm tudo para chegar fortíssimos ao Mundial do Brasil. E o emocionante e agradável jogo de terceiro lugar foi a sétima prova que Alemanha e Uruguai deram de suas grandezas na África do Sul.
ESPANHA (4-2-3-1) x HOLANDA (4-2-3-1)
Melhor em campo: Iniesta
Melhor da Holanda: Sneijder
O leão: Sergio Ramos
O preguiça: mais uma vez Van Persie
A imagem do jogo: o choro copioso de Casillas após o gol da vitória
ALEMANHA (4-2-3-1) x URUGUAI (4-4-2)
Melhor em campo: Forlán
Melhor da Alemanha: Khedira
O leão: Diego Pérez
O preguiça: Aogo
A imagem do jogo: bola na trave de Diego Forlán
Como o Brasil no vôlei, como a Argentina no tênis, como os Estados Unidos no basquete, a Espanha trabalhou duro para vencer a Copa do Mundo. Não por acaso, venceu quatro das últimas oito edições do Europeu Sub-19 e duas das últimas quatro, além de um vice, no Europeu Sub-17. Não foi dando as costas para a formação de craques como Xavi, vice-líder da história do time sub-21 em convocaçòes, que chegou a duas das últimas seis decisões do Mundial Sub-20, e ganhou uma. Ou ainda foi três vezes semifinalista nos últimos quatro Mundiais Sub-17.
A Copa do Mundo que a Espanha conquista passa também pela construção de um estilo muito próprio, seguro e bom de se ver. Desde que Luis Aragonés assumiu o time, em 2004, sempre se priorizou a técnica acima de qualquer outro aspecto. A identidade de jogo não parou de se aperfeiçoar, os movimentos em campo passaram a ser automáticos e sincronizados. A mentalidade antes insegura deu lugar a um time gelado nos momentos chaves do jogo e ao mesmo tempo vibrante como manda sua história.
Na Copa 2006 e na Euro 2008, respectivamente, os espanhóis jogaram com 59% e 54% de posse de bola. A média no Mundial 2010 cresceu em proporções consideráveis, atingindo 62%. A geração que em campo é liderada por Xavi jogou sempre de forma segura no mata-mata. Finalizou sempre mais que o adversário e nunca passou a sensação de que poderia perder. Ajuda muito ter um goleiro como Casillas, que repetiu a Eurocopa e passou os jogos eliminatórios novamente sem sofrer gols.
Qual a seleção que hoje em dia tem um zagueiro armador como Piqué? Uma dupla de organizadores como Xavi e Iniesta? Atacantes tão letais quanto Villa e Torres? Dois jogadores seguros como Sergio Ramos e Capdevilla em uma posição que várias grandes equipes têm problemas? Quem se dá ao luxo de manter Fabregas no banco? Será que Bronckhorst, Lahm, Lugano, Lúcio e Mascherano são mais líderes e tão bem aceitos quanto Puyol? E mesmo com um repertório tão grande, a Espanha preserva o jogo coletivo, sempre deixa o individual em segundo plano. Afinal, com 11 se faz um time.
A técnica, o conjunto e o preparo superiores da Espanha ficaram mais que evidentes na decisão. Mesmo criando mais dificuldades que a Alemanha, a Holanda se mostrou um time competitivo, mas em todo o tempo dominado. Sneijder e Robben quase decidiram como nos outros mata-matas, mas prevaleceu a qualidade dos espanhóis. Para um time que era visto como amarelão, a seleção espanhola foi provavelmente o primeiro favorito pré-Copa a vencer desde 1974.
Aliás, como o time de Beckenbauer e mais ninguém, levou a Euro e o Mundial de forma consecutiva. Certamente não foi por acaso.
Alemães e uruguaios também plantam
Salvo Friedrich e Klose, há nove titulares dessa Alemanha que podem estar em 2014 mais maduros, entrosados e confiantes. Foi o único time que poderia ter tirado a taça da Espanha em capacidade técnica e que surpreendeu tanto positivamente ao longo do Mundial. O Uruguai, é natural, terá mais dificuldades ao longo dos próximos quatro anos. Possui uma liga fraca, jogadores um pouco mais velhos e uma população pequena. Por outro lado, Suárez e Cavani têm enormes possibilidades de crescerem e é bem provável que atuem em clubes de ponta já na próxima temporada.
Assim como os espanhóis fizeram de 2006 a 2010, ambos têm tudo para chegar fortíssimos ao Mundial do Brasil. E o emocionante e agradável jogo de terceiro lugar foi a sétima prova que Alemanha e Uruguai deram de suas grandezas na África do Sul.
ESPANHA (4-2-3-1) x HOLANDA (4-2-3-1)
Melhor em campo: Iniesta
Melhor da Holanda: Sneijder
O leão: Sergio Ramos
O preguiça: mais uma vez Van Persie
A imagem do jogo: o choro copioso de Casillas após o gol da vitória
ALEMANHA (4-2-3-1) x URUGUAI (4-4-2)
Melhor em campo: Forlán
Melhor da Alemanha: Khedira
O leão: Diego Pérez
O preguiça: Aogo
A imagem do jogo: bola na trave de Diego Forlán
Um comentário:
Fala, cara!
É piada ver o Ricardo Teixeira decidir do nada que a seleção principal precisa de renovação. Ou seja, vai ser mais um algo com 'jeitinho brasileiro', e o pior de tudo é que é bem capaz de dar certo e ganharem a Copa de 2014 assim, e as seleções de base seguirão abandonadas.
Sobre o Uruguai: Kagelmacher, Coátes, Lodeiro, Viudez, Cardacio, Abel Hernández. Não sei se o país faz algum trabalho diferente de base, mas fazia tempo que não saíam tantos bons jogadores de lá.
Espero que o Palermo, se for vender o Cavani, que faça um negócio de gente, vender o Kjaer por 10 milhões foi pífio (ou seja, Réver vai piorar um pouquinho mais a imagem do jogador brasileiro na Europa...).
Abraços!
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