"Não poderia pedir uma final mais atrativa. Com quem vou? Sou holandês, mas defendo o futebol que joga a Espanha. Quero desfrutar intensamente desta final". É assim, resumidamente, que Johan Cruyff, em seu blog, se referiu à decisão do próximo Mundial. De fato, a intimidade dele com as duas finalistas é enorme.
Holandeses e especialmente espanhóis jogam sob a inspiração e os conceitos de Cruyff, alguém que colocou seu nome no futebol independente das taças. As semifinais diante de Uruguai e Alemanha repetiram ideias do mito que vestia a camisa 14 do Barcelona e até hoje vê suas ações como jogador se refletirem em campo e suas palavras ecoarem fora dele.
Por mais que houvesse um encantamento geral com o bom e jovem futebol dos alemães, Holanda e Espanha farão uma final digna para a Copa do Mundo 2010. Pela primeira vez desde 1978, duas seleções que não têm títulos mundiais se enfrentarão, mas a suposta falta de tradição é incapaz de tirar o brilho de suas escolas fascinantes. Ambas com uma perceptível interferência de Cruyff.
A Espanha comandada por Del Bosque atua sob grande influência do Barcelona de Guardiola, o fiel seguidor dos princípios do legendário holandês. Não só pelo fato de ter tido seis titulares do clube catalão contra a Alemanha. Os códigos azuis-grenás estão muito claros desde o papel de Piqué, a quem sempre recai a responsabilidade de levar a bola da defesa ao centro do campo. Busquets possui os mesmos deveres: se Xabi Alonso quer armar, como fez tantas vezes contra os germânicos, Sergio faz o papel de trinco.
Xavi e Iniesta têm total liberdade de movimentação. O primeiro pode voltar à linha dos volantes, encostar nos homens de frente e dar fluidez aos dois lados do campo. Especialista em fazer o time jogar coletivamente. O segundo se move pelas duas bandas e procura o meio para se aproximar de Xavi. Pedro, a última cartada espanhola, dá profundidade ao ataque, incomoda a linha defensiva do adversário e prende a bola para a aproximação dos companheiros. Está grudado ao flanco mas nunca isola o centroavante. Sem dúvida, um jogador de características muito especiais que Del Bosque soube usar como elemento surpresa em um momento apropriado.
Esse estilo de jogo coletivo e dominador esteve no DNA da Holanda de Cruyff. Por mais que o capitão fosse o dono da equipe, jamais se colocava acima do conjunto. Assim é a Espanha que finalizou mais e teve mais posse de bola que seus adversários nos seis jogos deste Mundial. Definitivamente pronta para unificar Copa e Eurocopa, como apenas a Alemanha conseguiu em 74.
A influência de Cruyff no futebol holandês já atravessa quase quatro décadas e segue intacta. O jogo com pontas, com velocidade, ocupação de espaços e futebol coletivo ofensiva e defensivamente está em qualquer manual que se compre em Amsterdã ou Roterdã. Bert van Marwijk não poda exatamente esses signos, bastante presentes até os dias de hoje. Só faz com que a Laranja atue de forma mais segura.
A derrota diante da Rússia na última Eurocopa criou feridas profundas na Holanda que havia vencido franceses e italianos por três gols de diferença. O time de Van Marwijk joga duro no meio-campo, com De Jong e Van Bommel, para impedir que os adversários se aproximem de sua frágil defesa composta por dois laterais de origem no miolo. Também tem dificuldades em fazer Van Persie ser mais participativo e prender a bola, dois pontos que empobrecem a beleza do jogo.
Se não é a Holanda que encanta tanto quanto a Espanha em alguns pontos, ainda assim é um time cujo legado de Cruyff está sempre presente. Teve dificuldades contra o Uruguai em muitos momentos, afinal enfrentou um adversário que jamais se dá por vencido e tem qualidade em todos os setores. Só foi batido, basicamente, porque enfrentou um time muito, muito superior do
ponto de vista técnico.
Os últimos 50 jogos das finalistas:
Holanda - 36 vitórias, 9 empates e 5 derrotas
Espanha - 44 vitórias, 4 empates e 2 derrotas
ESPANHA (4-2-3-1) x ALEMANHA (4-2-3-1)
Melhor em campo: Xavi
Melhor da Alemanha: Neuer
O leão: Puyol
O preguiça: Trochowski
A imagem do jogo: a arrancada de Puyol, se escorando em Piqué
HOLANDA (4-2-3-1) x URUGUAI (4-4-2)
Melhor em campo: Sneijder
Melhor do Uruguai: Forlán
O leão: Arévalo Rios
O preguiça: Van Persie
A imagem do jogo: quase empate uruguaio no último lance
Holandeses e especialmente espanhóis jogam sob a inspiração e os conceitos de Cruyff, alguém que colocou seu nome no futebol independente das taças. As semifinais diante de Uruguai e Alemanha repetiram ideias do mito que vestia a camisa 14 do Barcelona e até hoje vê suas ações como jogador se refletirem em campo e suas palavras ecoarem fora dele.
Por mais que houvesse um encantamento geral com o bom e jovem futebol dos alemães, Holanda e Espanha farão uma final digna para a Copa do Mundo 2010. Pela primeira vez desde 1978, duas seleções que não têm títulos mundiais se enfrentarão, mas a suposta falta de tradição é incapaz de tirar o brilho de suas escolas fascinantes. Ambas com uma perceptível interferência de Cruyff.
A Espanha comandada por Del Bosque atua sob grande influência do Barcelona de Guardiola, o fiel seguidor dos princípios do legendário holandês. Não só pelo fato de ter tido seis titulares do clube catalão contra a Alemanha. Os códigos azuis-grenás estão muito claros desde o papel de Piqué, a quem sempre recai a responsabilidade de levar a bola da defesa ao centro do campo. Busquets possui os mesmos deveres: se Xabi Alonso quer armar, como fez tantas vezes contra os germânicos, Sergio faz o papel de trinco.
Xavi e Iniesta têm total liberdade de movimentação. O primeiro pode voltar à linha dos volantes, encostar nos homens de frente e dar fluidez aos dois lados do campo. Especialista em fazer o time jogar coletivamente. O segundo se move pelas duas bandas e procura o meio para se aproximar de Xavi. Pedro, a última cartada espanhola, dá profundidade ao ataque, incomoda a linha defensiva do adversário e prende a bola para a aproximação dos companheiros. Está grudado ao flanco mas nunca isola o centroavante. Sem dúvida, um jogador de características muito especiais que Del Bosque soube usar como elemento surpresa em um momento apropriado.
Esse estilo de jogo coletivo e dominador esteve no DNA da Holanda de Cruyff. Por mais que o capitão fosse o dono da equipe, jamais se colocava acima do conjunto. Assim é a Espanha que finalizou mais e teve mais posse de bola que seus adversários nos seis jogos deste Mundial. Definitivamente pronta para unificar Copa e Eurocopa, como apenas a Alemanha conseguiu em 74.
A influência de Cruyff no futebol holandês já atravessa quase quatro décadas e segue intacta. O jogo com pontas, com velocidade, ocupação de espaços e futebol coletivo ofensiva e defensivamente está em qualquer manual que se compre em Amsterdã ou Roterdã. Bert van Marwijk não poda exatamente esses signos, bastante presentes até os dias de hoje. Só faz com que a Laranja atue de forma mais segura.
A derrota diante da Rússia na última Eurocopa criou feridas profundas na Holanda que havia vencido franceses e italianos por três gols de diferença. O time de Van Marwijk joga duro no meio-campo, com De Jong e Van Bommel, para impedir que os adversários se aproximem de sua frágil defesa composta por dois laterais de origem no miolo. Também tem dificuldades em fazer Van Persie ser mais participativo e prender a bola, dois pontos que empobrecem a beleza do jogo.
Se não é a Holanda que encanta tanto quanto a Espanha em alguns pontos, ainda assim é um time cujo legado de Cruyff está sempre presente. Teve dificuldades contra o Uruguai em muitos momentos, afinal enfrentou um adversário que jamais se dá por vencido e tem qualidade em todos os setores. Só foi batido, basicamente, porque enfrentou um time muito, muito superior do
ponto de vista técnico.
Os últimos 50 jogos das finalistas:
Holanda - 36 vitórias, 9 empates e 5 derrotas
Espanha - 44 vitórias, 4 empates e 2 derrotas
ESPANHA (4-2-3-1) x ALEMANHA (4-2-3-1)
Melhor em campo: Xavi
Melhor da Alemanha: Neuer
O leão: Puyol
O preguiça: Trochowski
A imagem do jogo: a arrancada de Puyol, se escorando em Piqué
HOLANDA (4-2-3-1) x URUGUAI (4-4-2)
Melhor em campo: Sneijder
Melhor do Uruguai: Forlán
O leão: Arévalo Rios
O preguiça: Van Persie
A imagem do jogo: quase empate uruguaio no último lance
Um comentário:
Post genial. Como foi Cruyff.
Abração, Dass!
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