quinta-feira, 1 de julho de 2010

A lição da Copa: futebol evoluindo e em constante mutação



Quem, em sã consciência, diria que brasileiros enfrentariam norte-coreanos e demorariam 55 minutos para marcar um gol? Ou que uma desacreditada Nova Zelândia jogaria três vezes em um grupo acirrado e não perderia nenhum jogo? Quem apostaria que uma seleção se defenderia tão bem ao ponto de não sofrer gols em mais de 9 horas jogando na Copa? Foi a Suíça, primeira equipe a impedir a Espanha de marcar após 12 partidas consecutivas.

Se há uma lição clara sobre o Mundial jogado na África do Sul, é de que o futebol se desenvolveu tanto, e os conceitos se difundiram por tantos países, que vencer fácil em torneios de alto nível é quase um mito. Na Copa de 2010, cabe lembrar, 12 dos 32 treinadores são estrangeiros. Um recorde absoluto na competição. No mundo cada vez mais global do esporte, há poucos segredos. Nada surpreende ninguém.

Com muitas comissões estrangeiras, se aprimoram a parte física e fisiológica, se absorvem novas ideias técnicas e táticas e, muitas vezes, se cria uma linha de trabalho que vai das categorias de base ao time profissional. Basta ver a Austrália e a invasão de holandeses desde Guss Hiddink. É a unificação dos conceitos.

É essa a Copa em que, dentro de um universo de 56 partidas, só há quatro gols de falta e duas vitórias de virada. Da primeira rodada com média de gols mais baixa da história. De apenas 13 gols em 123 marcados em jogadas individuais. O Mundial que precisa de ao menos 19 gols nos últimos oito jogos, sob o risco de virar o dono do índice mais baixo em todos os tempos.

Mas como dizer que a Copa é ruim? Impossível argumentar contra os passes preciosos de Sneijder e a magia de Robben. Difícil não se solidarizar à busca de Lionel Messi, de grandes atuações, pelo primeiro gol no Mundial. Como não se impressionar com o futebol coletivo e vistoso dos repaginados alemães? Também não dá para não reconhecer como o time de Dunga é prático e executa perfeitamente, com uma beleza própria, aquilo que propõe. Ou que a Espanha tem uma identidade moderna, bonita e imutável.



Mais atual e globalizado que uma Copa na África, só o futebol jogado nela. Boa parte dos times atua da mesma forma: quatro defensores e esquemas que variam sempre entre 4-3-3, 4-1-4-1, 4-4-2 e 4-2-3-1. O que, na prática, é quase a mesma coisa, com uma peça mais para lá ou uma peça mais para cá.

Nesse novo futebol, há duas escolhas: ficar reclamando e pedindo a volta do tempo em que o Brasil, livre e solto, ficava tocando bola pelo campo todo até Carlos Alberto Torres aparecer, livre e solto, para fazer o gol. Ou se adaptar e ver que, ainda bem, o talento ainda sobressai.

Afinal, restaram cinco seleções de altíssimo nível entre as finalistas. Só temos mais oito jogos. Vamos aproveitá-los.

Um comentário:

Manuel Oliveira disse...

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