segunda-feira, 26 de julho de 2010

O que ensinam o não de Muricy e a permanência de Ricardo Gomes


A necessidade de velocidade no jornalismo e a concorrência obsessiva para a disponibilização de um furo não param de trazer informações erradas ao público. Atualmente, convivemos com chamadas mentirosas como "Fulano fecha com tal clube". E quando você e eu, todos leitores, paramos para ler, somos surpreendidos com a informação de que "só falta o acerto entre os dois times". Ora, então será que está fechado mesmo?

A gota d'água ocorreu entre quinta e sexta-feira últimas. A começar por Ricardo Gomes, cuja demissão foi noticiada por diversos veículos de imprensa. Quase sempre correto, o Estadão precisou emitir uma errata, minutos após cravar a saída do treinador são-paulino, desmentindo a informação que havia dado. Até a apresentação de Dunga, nesta segunda-feira, foi dita publicamente por pessoas influentes. Ricardo permanece, aos trancos e barrancos, mas nossa ânsia pela informação antecipada provoca estragos.

Muricy Ramalho, então, é digno de uma tese de mestrado. Rede Globo e seus diversos meios de comunicação, como tevê fechada, site e etc, confirmaram Muricy como novo técnico da seleção. Tudo bem, você vai dizer que até Ricardo Teixeira fez isso, mas será que não faltou um pouquinho mais de atenção a um detalhe importante: o treinador tinha um contrato em vigência com um clube que não é obrigado a liberá-lo.

Convite de trabalho para a seleção não é convocação para guerra. Muricy tinha direito a dizer não, e assim, mesmo a contragosto, fez. A atitude de muita gente grande e competente, mesmo em um país onde o papel assinado não vale absolutamente nada, é de se lamentar. Afinal: o Fluminense não havia liberado e o próprio treinador não havia confirmado. Enquanto muitos lhe apontavam já como novo técnico, o modesto Terra onde trabalho, com seus erros e acertos, trazia declarações do próprio Muricy: "Acho impossível o Flu me liberar".

Nesta segunda, curiosamente, o New York Times traz reportagem que detecta: quem trabalha com jornalismo online se desgasta muito mais. Enquanto outras categorias do meio têm estresse apenas nos instantes do fechamento, internet significa pressão a todo instante. Daí surgirem tantos erros por ansiedade.

Em momentos como esse, devemos lembrar do papel básico da imprensa: informar. É o que todos nós devemos fazer. Apenas informar, acima de tudo.

Um comentário:

Braccini disse...

Parabéns pelo blog!
Tem interesse em troca de link?
Abraços,
Treinador Braccini