quinta-feira, 29 de outubro de 2009

As soluções que Muricy ganhou


Pergunte a Edmílson em qual posição ele prefere atuar e o pentacampeão dirá que é entre dois zagueiros, na sobra, e se deslocando na saída de bola. Muricy Ramalho tinha a chance de colocá-no na função, mas preferiu Marcão na defesa. Cercado por Edmílson, Léo Lima fazia gato e sapato na frente, combinando com Iarley e fazendo Marcos trabalhar. Curiosamente, não era o Goiás do 3-4-1-2 de sempre, e sim de 4-2-2-2. Mas ainda assim pronto para provocar a zebra no Palestra Itália.

O destino sorriu para Muricy quando Edmílson se machucou e o meio-campo ganhou Sandro Silva, que marca tão bem quanto os outros volantes palmeirenses e se desloca. Assim, Léo Lima foi neutralizado e o Palmeiras ganhou confiança para agredir durante todo o segundo tempo, principalmente com o brilho da finalização de Obina. Também com Diego Souza fazendo o que dele se espera - e até o brigador Ortigoza e o sempre apagado Deyvid Sacconi brilhando.

Muricy Ramalho, com o 4 a 0 contra o Goiás, manteve a liderança, que é verde há 18 rodadas. De quebra, ganhou notícias boas das quais não se lembrava mais, como o esquema competitivo dos três zagueiros, Sandro Silva, Ortigoza, Deyvid e até Obina, tão em baixa até esta partida. Dos problemas com Maurício Ramos, Pierre, Cleiton Xavier, Vagner Love e até Edmílson, pintaram soluções que podem ajudar o Palestra Itália a receber o título. Ainda é o favorito.

- Matéria Footstats

A diferença dos campeões


O Internacional envolveu o São Paulo dentro do Morumbi. Trocou passes, girou a bola à frente da área são-paulina, aproveitou a inteligência de Kléber, Giuliano e D’Alessandro. Mas centrou muito para a área – e nenhum desses cruzamentos foi finalizado ao gol de Bosco.

O time são-paulino foi mais aquele de outros tempos, quase sempre de Muricy: posicionado do meio para trás, agora com dois volantes e boa marcação pelos dois lados, com Adrian e Richarlyson. Mas, quase sempre, se sente confortável assim. É atacado e não se apavora. E ainda quase ampliou com Washington, duas vezes, nos últimos minutos.

A diferença entre o São Paulo e o Internacional é que o atual tricampeão ganha, muitas vezes, quando não joga bem. Foi assim contra o Náutico nos Aflitos, contra o Cruzeiro no Mineirão e contra o Avaí no Morumbi, por exemplo. O Inter, seja com Tite ou Mário Sérgio, que ganhou dois dos cinco jogos que fez, não tem esse espírito. Não bate adversários duros fora do Beira-Rio, não vibra com o jogo. É a diferença dos campeões, coisa que dificilmente será o Colorado neste Brasileiro.

- Análise no Terra com dados do Footstats

terça-feira, 27 de outubro de 2009

As quatro novidades de Dunga


A menos de um ano da Copa do Mundo, é positivo Dunga pensar em testes novos. Primeiro porque, de fato, há lacunas a preencher, especialmente no leque de opções do banco de reservas e alternativas táticas. Segundo porque dá a sensação aos jogadores, o que foi reforçado na entrevista coletiva, de que ninguém tem cadeira cativa. André Santos, deixado de fora da lista, que o diga.

Não há como não cobrar a oportunidade que Grafite merece há tempos e verificar que Robinho, instável nos últimos tempos, não tem um reserva 100% confiável. Alguém também poderia ter aparecido por ali.

Fábio Aurélio: merecia ter sido lembrado há muito tempo, como o próprio Dunga admitiu, e realmente teria não fosse uma lesão na pré-temporada do Liverpool. É a esperança para os problemas sérios do setor, eventualmente quebra o galho no meio-campo - foi campeão espanhol jogando assim com o Valencia -, e parece ter na Inglaterra um adversário ideal para mostrar serviço.

Michel Bastos: se fosse uma opção confiável para o meio-campo, valia levá-lo e deixar apenas um lateral-esquerdo na lista. Mas, crer nele como real opção para uma linha defensiva é surreal. No Brasil, só funcionou atuando como ala, e na Europa virou meia externo ou mesmo ponteiro em alguns momentos. Não tem cancha para atuar na Seleção.

Carlos Eduardo: é mais uma opção interessante e que, cabe lembrar, estava na pré-lista da Copa América em 2007. No Grêmio, realizava função semelhante a Robinho, mas virou outro tipo de jogador na Europa. Marca forte atuando ao lado de um volante e outro meia, seja pela direita ou pela esquerda, e arma bem o time. Pode ser o reserva que Felipe Melo ainda não tem.

Hulk: o atacante do Porto tem um nome que é puro marketing e uma perna esquerda poderosa. Precisará impressionar e muito, nos dois amistosos, para aparecer na Copa do Mundo. Merecia uma oportunidade, mas talvez ela tenha vindo tarde demais. Difícil não ver Luís Fabiano, Adriano, Robinho e Nilmar na Copa. Hulk não deve ser o atacante para quebrar a preferência pelo quarteto.

O trabalho de Autuori não é bom


Em 24 de maio, Paulo Autuori estreou no Grêmio e, após quatro jogos, já alterou drasticamente a forma de jogar da equipe, que vinha de sete vitórias e um empate na Copa Libertadores. Os gremistas, inspirados no trabalho de Celso Roth, jogavam de forma competitiva, taticamente organizada e com defesa e ataque inspirando segurança. Autuori propôs uma mudança drástica de conceitos que, até agora, não se consolidou. Pior, a expectativa de chegar ao G-4 é cada vez mais distante.

O Grêmio de Autuori só joga com vibração quando empurrado pela torcida no Olímpico, onde até os times mais medíocres que vestiam as cores azul, preto e branco venciam os adversários com certa autoridade. Decepciona a limitação do trabalho do treinador, sem variações táticas inteligentes, sem extrair o máximo de jogadores importantes, como Herrera e Maxi López, e sem uma defesa poderosa.

O desempenho fora de casa merece um capítulo à parte. Desde a Libertadores, quando o Grêmio de Autuori só arrancou um empate sofrido com o Caracas, e caiu categoricamente contra o Cruzeiro no Mineirão, o time do treinador de bons conceitos se mostra uma presa frágil. No Brasileiro, como se sabe, é o pior dos visitantes, com 1 vitória, 4 empates e 11 derrotas – pior que Sport e Fluminense. O problema é de postura e também psicológico – e o treinador não resolveu nenhum dos dois.

Time no papel e elenco, o Grêmio tem tanto quanto todos os seis primeiros colocados, os que realmente brigam por vaga na próxima Libertadores. É provável que, para 2010, a direção precise abdicar de titulares, possivelmente Victor ou Réver, ou os dois. Há de se analisar as opções de treinadores disponíveis no mercado, em dezembro, e aí avaliar se Autuori deve ficar.

É bom lembrar que Autuori, indiscutivelmente um ótimo treinador, fracassou nos retornos ao Botafogo, em 98 e 2001, Cruzeiro, 2007, e ainda por Santos e Internacional. No Peru, afetado por problemas externos, falhou na tentativa de ir à Copa do Mundo, com a talvez melhor geração do país nos últimos 15 anos. No Olímpico, além de mudar tudo no profissional, alterou drasticamente a estrutura das categorias de base, das mais prolíficas nos últimos anos.

Vale repensar se a troca de Roth por Autuori valeu a pena. Afinal, Gre-Nal o Grêmio segue perdendo e o time não decola.

domingo, 25 de outubro de 2009

Don Diego do Galo


Contra o Vitória, pela 36ª vez na temporada, Diego Tardelli foi para as redes e salvou a pele do Atlético-MG, que jogou mal e foi ameaçado pelo sempre perigoso time de Vagner Mancini. Com poucos jogos a serem realizados em 2009, é provável que Tardelli arremate o título de principal goleador da elite do futebol brasileiro na temporada.

Outro título, o do Campeonato Brasileiro, também parece palpável para o Galo, que tem na tabela sua maior dor de cabeça. Em seus últimos sete jogos, constam visitas ao Goiás e ao Palmeiras, além de confrontos no Mineirão contra o Flamengo e contra o Internacional. Jogando com vibração e podendo contar com Diego Tardelli inspirado, o Atlético-MG pode bater esses adversários.

Vale a dica para conferir a sensacional narração de Mário Henrique da Rádio Itatiaia no gol de Diego Tardelli, o Don Diego do Galo, contra o Vitória. Clique aqui e ouça:

Os maiores artilheiros da elite brasileira em 2009:

Diego Tardelli (Atlético-MG) – 36 gols
Felipe (Goiás ) – 30 gols
Gilmar (Náutico) – 29 gols
Alecsandro (Internacional) – 27 gols
Kléber Pereira (Santos) – 26 gols
Marcelinho Paraíba (Coritiba/Flamengo) – 26 gols
Taison (Internacional) – 26 gols
Washington (São Paulo) – 24 gols
Keirrison (Palmeiras) – 24 gols
Kléber (Cruzeiro) – 23 gols
Jonas (Grêmio) – 23 gols

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Depois da queda o coice


Quatro jogos sem vitória, com três derrotas consecutivas. A margem de manobra do Palmeiras na liderança do Campeonato Brasileiro pode definitivamente acabar no fim de semana e até o Flamengo tem condições efetivas de pensar em título. A quarta taça de Muricy Ramalho já não é nada certa e, pior, o time vive momento de pura instabilidade emocional, tática e defensiva.

Contra o Santo André, o Palmeiras fazia bom jogo até levar o gol. Se aproveitava do meio-campo pouco combativo dos andreenses, mas parava na exímia atuação do sempre linear Neneca, que recebeu nove finalizações em sua meta durante a partida. Com um inspirado Camilo nas costas de Armero e depois Figueroa, no entanto, o time do ABC construiu a vitória que, temporariamente, põe o Botafogo dentro da zona do rebaixamento. E arrasa o território no Palestra Itália.

Não bastasse tudo isso, Cleiton Xavier está fora por um mês. É ruim porque se trata de jogador fundamental e pior, porque não há substitutos do mesmo perfil no elenco. Muricy precisará encontrar uma nova f'órmula para a equipe - talvez no 4-3-1-2 ou mesmo no 4-2-3-1, apostando em Marquinhos e Willians.

Tudo difícil para o alviverde, que já perdeu os ótimos Pierre e Maurício Ramos. Um desafio daqueles para as últimas sete partidas do ano.

Veja matéria legal de hoje no Terra

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Casos sem cura?


Muitos jogadores do passado tiveram a carreira abreviada por lesões, como Zé Sérgio, Van Basten e Redondo, por exemplo, cada um em uma década diferente. Hoje em dia, há a sensação de que a ciência avançou e que todos os casos são recuperáveis. Mas também não é verdade.

É claro que as recuperações de Ronaldo e Nilmar estão aí e são indiscutíveis, mas jogadores como Sorín e Pedrinho, já aposentados jovens e recentemente, e Rodrigo Fabri, que vive em baixa há alguns anos e também caminha para isso, mostram que ainda há um longo caminho pela frente para a medicina esportiva. Gustavo Kuerten, do tênis, é mais um caso claro.

Apenas no Santos, há três casos crônicos de jogadores que sofrem por problemas de joelho. Maikon Leite passou recentemente pela segunda cirurgia em menos de um ano, bem como Fabiano, que já entrou na faca três vezes. Ambos procuram adquirir novamente a forma física e a confiança para jogar em alto nível.

O terceiro caso pode estar perto de uma solução. Trata-se do bom zagueiro Adaílton, autor de gol na final do Campeonato Paulista de 2007 - e há praticamente dois anos sem jogar, período em que teve mais de um problema sério de joelho. Campeão mundial sub-20 em 2003, ele tem, portanto, 26 anos, e deve enfrentar o São Paulo no domingo. Que seja um dos casos de atletas recuperados.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Uma justa homenagem a Puskas



A partir de agora, o gol mais bonito da temporada será premiado pela Fifa, que batizou o novo concurso com o nome do grandioso húngaro Ferenc Puskas, um dos 11 maiores de todos os tempos, vice campeão da Copa do Mundo de 54 e três vezes campeão da Copa dos Campeões. O primeiro vencedor será conhecido já em 21 de dezembro, data em que Lionel Messi deve ser eleito o melhor do mundo de 2009.

Neste momento, nada mais oportuno que recordar o gol mais lindo da gloriosa carreira de Puskas, no Match of the Century em Wembley, 1953. A massacrante vitória húngara sobre a Inglaterra por 6 a 3 contou com um golaço do Ocsi. Aos 23min, o ponteiro direito Budai lança o ponteiro esquerdo Czibor, que passa a Puskas. Um drible maravilhoso deixa o capitão inglês Wright sem pai nem mãe - e o 10 magiar fuzila.

Puskas morreu em Budapeste, 17 de novembro de 2006. Mas jamais será esquecido.

Os maiores fominhas do Brasileiro


Solta a bola! Vai levar a bola pra casa? Desse jeito, vou dar uma bola só pra você! Quem nunca ouviu essas frases clássicas em uma pelada? No Campeonato Brasileiro, o maior “fominha” é o flamenguista Leonardo Moura, seguido por Armero, do Palmeiras, e Vítor, do Goiás.

Nas linhas abaixo, você confere quais são os jogadores que têm mais tempo de posse de bola no Campeonato Brasileiro, se transformando em fundamentais para a transição e a armação ofensiva de suas equipes, sejam eles fominhas ou não. Só foram considerados os jogadores que disputaram pelo menos 15 partidas no torneio e ainda estão em ação na Série A.

Curioso observar que, dos 10 primeiros colocados, apenas Marcelinho Paraíba não atua como lateral ou ala, o que carimba a tese de que, no futebol brasileiro, são esses os jogadores fundamentais para a armação de suas equipes.

Confira os 15 primeiros*:

1-) Léo Moura (Flamengo) – 2min01seg
2-) Armero (Palmeiras) – 2min
3-) Vítor (Goiás) – 1min57seg
4-) Márcio Careca (Barueri) – 1min51seg
5-) Marcelinho Paraíba (Coritiba) – 1min46seg
6-) Kléber (Internacional) – 1min45seg
7-) Ruy (Fluminense) – 1min43seg
8-) Wendel (Palmeiras) – 1min42seg
9-) Léo (Santos) – 1min42seg
10-) Jonathan (Cruzeiro) – 1min42seg
11-) Guiñazu (Inter) – 1min39seg
12-) Diego Souza (Palmeiras) - 1min39seg
13-) Marquinhos Paraná (Cruzeiro) – 1min35seg
14-) Madson (Santos) - 1min35seg
15-) Cleiton Xavier (Palmeiras) – 1min35seg

* Dados: Footstats

domingo, 18 de outubro de 2009

Brilho onde sou rei


O Avaí só não está melhor na classificação do Campeonato Brasileiro porque, em três de suas cinco últimas partidas, permitiu reações de seus adversários: Fluminense, Palmeiras e Botafogo. Mesmo assim, de longe, é a equipe que mais tem ido além de suas possibilidades. Graças ao ambiente proposto por Silas, o técnico revelação de 2009, e ao talento de muitos jogadores, em especial o de Marquinhos.

O cérebro deste grande Avaí vive novamente um grande momento na carreira e, a exemplo do que havia feito no Paraná, em 2003, brilha em um vestiário em que é absoluto. Com o time montado para si, Marquinhos distribui o jogo, tem liberdade de movimentação e uma regularidade impressionante. No total, já são seis gols marcados e cinco assistências precisas para gols no Brasileiro. Não à toa, Silas fez um discurso todo a favor de seu melhor jogador na ocasião do acesso de 2008.

Contra o Goiás, neste sábado, mais uma bela atuação. Segundo dados do Footstats, ele foi o avaiano com mais tempo de bola nos pés (1m57seg), líder em lançamentos e, ainda, entregou com perfeição 26 dos 36 passes que deu na partida. O melhor foi a frieza, cara a cara com Harlei, no lance do gol da vitória contra os goianos. Mais um dia de Marquinhos, um senhor jogador neste Brasileiro.

As marcas do Mundial Sub-20


A falta que jogadores como Giuliano, Paulo Henrique Ganso, Alex Teixeira e Tolói fizeram em seus clubes já dá a dimensão do bom time que Rogério Lourenço, mesmo com tantos problemas, conseguiu reunir para a seleção sub-20 que disputou o Mundial da categoria no Egito. Chegar até a decisão, superando bons adversários como Alemanha e Uruguai, foi uma vitória particular para o treinador, que conseguiu dar espírito de grupo e um equilíbrio tático interessantes para uma equipe montada abaixo de suas possibilidades.

É verdade que ficará na garganta o gosto amargo de não vencer um jogo que estava nas mãos. Desde a expulsão de Daniel Addo na etapa inicial, Gana ficou nas cordas e o Brasil não foi suficientemente incisivo para matar o adversário, em que pese a prejudicial lesão de Tolói, deixando os brasileiros, na prática, também com 10 a partir de certo momento.

Para uma equipe marcada pelo conjunto e pela personalidade determinada, essa falha decisiva custou caro. Errar três pênaltis na disputa fatal é mais uma hesitação imperdoável e que torna o título aceitável para Gana. Resta a satisfação das vitórias marcantes sobre Uruguai e Alemanha, dois dos times mais fortes do torneio.

Em suma, a competição disputada na África apresentou partidas de tirar o fôlego, como Itália e Espanha, Brasil e Alemanha ou Costa Rica e Hungria, bem como grandes valores como Dominic Adiyiah, Andre Ayew, Kopplin, Koman, Nemeth e Viudez, para não ir além - e até goleiros como Alavarado, Fiorillo, Rafael e Agyei.

Não há como fechar os olhos para os tantos desfalques importantes, que em campo tornariam o Mundial Sub-20 um torneio de primeiríssima linha. A Fifa, quase sempre omissa nesse tipo de situação, precisa urgentemente criar mecanismos para que, em 2011, os melhores da geração /91 e /92 estejam em campo.

Mais: Review cirúrgico dos amigos Lincoln Chaves e Marcus Alves sobre o Mundial

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Os reforços de Luxemburgo


Com justiça, Vanderlei Luxemburgo ganhou a fama de um treinador perspicaz para contratar jogadores. Em seus melhores momentos da carreira, encontrou promessas escondidas, redescobriu veteranos em queda e achou novos posicionamentos para atletas desvalorizados. O desempenho dos reforços indicados na quarta passagem pelo Santos, em 2009, é apenas mais um sinal do mau momento do técnico.

Nesta sexta-feira, o volante Emerson pediu dispensa após perder o resto da temporada com uma lesão na tíbia. A atitude generosa do jogador não diminui os altos gastos envolvidos em sua contratação. E não é o único a se dar mal dos que chegaram com Luxemburgo. Veja:

George Lucas: sem dúvidas, o grande acerto. Chegou sem alarde e resolveu o problema da lateral direita, mostrando talento e constância para os cruzamentos e bolas paradas. No entanto, já se machucou. Domingo estará de fora pela terceira vez seguida.

Emerson: chegou oito quilos acima do peso e demorou um mês para estrear. Apesar de gostar da vida noturna de Santos, não se firmou no time. Foram seis jogos, apenas um completo, e nenhuma participação digna de nota.

Jean: sua contratação está prestes a completar dois meses e sequer estreou por causa de lesões. O atacante não faz um torneio digno desde o Carioca de 2004, mas mesmo assim tem um salário de três dígitos.

Sérgio: contratado para dar experiência aos goleiros jovens, nem deve jogar.

Gil: chegou com status de revelação do futebol goiano, mas só fez um jogo.

Edu Dracena: tem potencial para jogar com sobras no futebol brasileiro, mas não joga há pelo menos cinco meses após operar o joelho e ainda faz fisioterapia com a Série A em contagem regressiva. Apesar das dúvidas, ganhou um contrato de três temporadas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Se a Copa fosse amanhã...

Os meus 23 seriam:

- Júlio César, Victor e Marcos
- Maicon, Daniel Alves, André Santos e Fábio Aurélio
- Lúcio, Juan, Luisão e Alex Costa
- Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires, Elano e Hernanes
- Kaká e Diego
- Luís Fabiano, Adriano, Robinho, Nilmar e Grafite

PS.: Claro, Fábio Aurélio, Hernanes e Grafite precisariam ter sido testados. Se Juan pifar, iria de Thiago Silva. Marcos ajudaria muito no vestiário e, na hora do aperto, pode jogar qualquer partida.

Importante observar que alguns jogadores fazem duas funções. Ramires pode e deve ser mais testado na vaga de Felipe Melo, que pode recuar para o lugar de Gilberto Silva e formar um time mais abertado. Daniel Alves pode aparecer pela direita no meio-campo, em função que jogam o próprio Ramires e Elano. Hernanes joga nas três funções mais defensivas do meio e pode ser bem útil.


Maradona, da UTI à Copa do Mundo em 30 meses*


* Originalmente publicado no Terra

Diego, se alimentando por sondas e respirando por aparelhos, arrancou tudo, saltou da cama e saiu caminhando. Passou pelo espelho e se assustou com o que viu: sua palidez doía os olhos e, se subisse na balança, é certo que veria três dígitos. Naquele 25 de abril de 2007, televisões argentinas exibiam tarjas de luto e lhe davam como morto. Praticamente 30 meses depois, não foi lá tão diferente e, mais uma vez, Maradona sobreviveu.

Se em abril de 2004, no auge do vício pela cocaína, Maradona foi internado em estado delicadíssimo e os médicos avaliaram seu coração em frangalhos, como estaria Don Diego no Centenário, em Montevidéu, durante aqueles 90 minutos em que novamente flertou com a vida e a morte? A verdade é que o maior ídolo argentino tem o dom da regeneração, a aura dos campeões e a benção dos céus, por mais que suas atitudes jamais tenham sido ortodoxas.

No roteiro cinematográfico argentino das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, enquanto Coco Basile iniciava sua caminhada pós-Mundial da Alemanha, Maradona convivia com o novo vício da bebida, a forma que encontrara para ficar longe das drogas. Em território argentino, chegou a se dizer que teria bebido 15 garrafas de champanhe 48 horas antes de uma internação.

Se em abril de 2007 foi dado como morto, em março Maradona tinha vivido momentos ainda mais delicados. A pancreatite, que fataliza 80% dos que dela se acometem, lhe tomava conta. Enquanto isso, a ambulância que o transportava, sem sucesso, não conseguia um hospital para tratá-lo. Sim, naquele 28 de março, várias foram as autoridades médicas de Buenos Aires que deram as costas para o maior ídolo argentino em todos os tempos.

O golpe da China e o início terrível

Enquanto a seleção se deteriorava e a direção da AFA (Associação de Futebol Argentino) cada vez mais vivia às turras com Basile, Maradona se revigorava. A ponto de ter escalado como supervisor da seleção olímpica para os Jogos Olímpicos de Pequim.

No Mar da China, Don Diego navegou soberano. Na ríspida relação entre Riquelme e Messi na Ásia, a aproximação do então dirigente iniciante foi ao jovem ascendente, candidato a melhor do mundo. Também se fortaleceu a relação com Gago e Aguero. Juan Román Riquelme cada vez mais ficava de canto. Cada vez menos, se sentia o dono daquele ambiente que terminou com medalha de ouro.

A relação de Maradona com a família Grondona se tornou tão afetiva novamente que, Julio, o comandante do futebol platino, lhe prometeu o comando técnico um dia. E quando Alfio Basile foi demitido, El Diez não hesitou em tirar seu telefone do gancho e ligar para a AFA. A Argentina, que produzira técnicos acima de qualquer suspeita, como Marcelo Bielsa (Chile), Gerardo Martino (Paraguai), Carlos Bianchi (ex-Boca), Ramón Diáz (ex-River), escolheu seu maior ídolo. Ignorou qualquer decisão sensata.

Maradona, que havia vencido dois jogos de 23 à frente de Deportivo Mandiyú e Racing de Avellaneda, ganhou a seleção argentina de presente a menos de dois anos para a Copa do Mundo. De cara, rachou com Riquelme, a quem fez críticas públicas. Román não perdoou o golpe de El Pibe na China e nem a forma como Basile foi sacado do cargo. Logo ele, o técnico que apostara no camisa 10 afastado no Villarreal em 2007 e lhe acomodara no esquema tático ideal.

Apesar dos pesares, Don Diego ainda continuava sendo uma figura tão midiática quanto fatalista. Agarrou-se nos jogadores e à profissão como um estagiário ambicioso. Visitou clubes, conversou com outros treinadores, virou figura comum em estádios de Almagro a Liverpool. Para vê-lo em ação no debute em Glasgow, o novo comandante arrastou consigo 500 jornalistas credenciados. Nada mal.

No topo do iceberg, Maradona veria tudo derreter rapidamente. Estreou nas Eliminatórias surrando os pobres venezuelanos por 4 a 0 em Nuñez. Mas, no jogo seguinte, não seria perdoado em La Paz, onde havia batido bola com o presidente Hugo Chávez. A derrota de 6 a 1 diante dos bolivianos foi o momento mais humilhante da camisa argentina. Também perdeu no Equador e, pressionado, acionou o caldeirão de Rosário para enfrentar o Brasil. Tomou mais três e caiu também diante do Paraguai. A Copa era um fino raio de luz ao fim do túnel.

Os heróis de Maradona

O fatalismo comum aos latinos também vive muito forte na cabeça de Maradona. Se sentiu acuado, pressionado, e resolveu que todos estavam contra ele. Segundo 85% dos argentinos, aquele agasalho não poderia ser dele. Perdido, Don Diego recorreu a seus heróis de guerra. Em baixa na carreira, Schiavi e Palermo, heróis do Boca Juniors, foram acionados.

Mais uma vez, Maradona estava sentado naquela cama de hospital, preso por tubos e monitorado por raio-x. Ele tinha um minuto e alguns acréscimos para reverter situação trágica após a cabeçada fatal de Rengifo. Como em abril de 2007, El Pibe foi ressuscitado. Sob métodos nada convencionais, com gol impedido de Palermo. Mas quem disse que Don Diego quer algo convencional?

Quis o destino que fosse Palermo, o jogador de quem mais Maradona comemorou gols com a camisa do Boca. Alguém que também viveu sempre entre o céu e o inferno. Marcado pela perda de três pênaltis num dia e por acidente na Espanha: ao comemorar um gol com torcedores do Villarreal, o "otimista do gol", apelido dado por Carlos Bianchi, viu um muro desabar e fraturar tíbia e perônio. Ou que, em 2006, viu sua mulher grávida de seis meses perder o filho Stefano. E que em 2009, aos 35 anos, teve a lesão mais grave da carreira.

O gol salvador do "otimista" Martín Palermo fez Maradona novamente se levantar da cama do hospital. Inacreditavelmente, o fez deslizar sua arredondada saliência pelo molhado gramado de Nuñez. Um peixinho adolescente, como o choro abraçado a Palermo. O palco do River Plate reverenciava dois ídolos máximos boquenses. Coisas de Don Diego. "

A batalha final em território cisplatino ainda reservou mais um momento para testar a estrela de Maradona. Nem 10 minutos depois de colocar o mediano Bolati em campo, ele viu o volante, em jogada de sorte típica a um ganhador de loteria, carimbar o passaporte para o Mundial. Neste exato momento, Diego caminha para a África com mais 23 guerreiros loucos por ele. Inacreditável como levantar de uma cama de hospital à beira da morte.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Futebol brasileiro em outra realidade


O site português Futebol Finance divulgou nesta quarta-feira as melhores médias de público do futebol europeu na última temporada. A liderança é do Manchester United, tricampeão inglês e presente nas duas finais europeias mais recentes, com com 75.304 torcedores. Ainda há Borussia Dortmund, Real Madrid, Barcelona e Borussia Dortmund acima dos 70 mil.

No futebol brasileiro, atrair o público ao estádio ainda é um mito. Chegar às arquibancadas para ver seu time segue sendo uma verdadeira aventura, desde comprar o ingresso, até ir ao banheiro e passando na saída para voltar pra casa. Logo, os números da Série A são bem diferentes.

O Atlético-MG vive um momento especial com sua torcida e lidera a média de público do Campeonato Brasileiro, com 37.257 torcedores por jogo. Logo atrás vem o Flamengo, com 31.275. O terceiro colocado está distante e é o São Paulo, com 22.562. Na Europa, todos levariam de lavada.

Com seus números, o Atlético-MG viria apenas na posição 37 entre os europeus. O Flamengo, no número 47, enquanto o São Paulo nem estaria entre os 50 primeiros.

É, ainda há muito trabalho para o país do futebol, da Copa de 2014 e da Olimpíada 2016.

Compare: os números da Europa x os números do Brasil

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como será a repescagem nas Eliminatórias da Europa?

O incrível Dzeko: Bósnia de olho no chaveamento da repescagem

Dos nove grupos europeus para a Copa do Mundo, sete já têm os campeões definidos. Suíça e Eslováquia são favoritos absolutos para conquistarem as duas vagas diretas que sobram: suíços recebem Israel, virtualmente fora, enquanto eslovacos visitam a já eliminada Polônia precisando só de uma vitória simples. Logo, o grande atrativo desta quarta-feira será o chaveamento das repescagens.

As seleções já garantidas na repescagem são: Irlanda, França, Bósnia e Rússia. Se der a lógica, o grupo de oito seleções será completado por Ucrânia (briga com a Croácia), Eslovênia (briga com a República Tcheca), Grécia (briga com Israel) e Portugal (briga com a Suécia). A Noruega, do Grupo 9, deve ser a pior segunda colocada e ficará de fora pelo índice técnico.

Cabe lembrar que o sorteio dos jogos de repescagem tem direcionamento. Ou seja, quatro das oito seleções com melhor posicionamento no Ranking da Fifa (contará a atualização de 16/10) ficarão de um lado do sorteio, enquanto as quatro abaixo ficarão do outro.

Em tese, os cabeças de chave serão: Rússia (#6), França (#10), Grécia (#12) e Portugal (#17). Do outro lado, ficariam Ucrânia (#25), Irlanda (#38), Bósnia (#46) e Eslovênia (#54). O único país capaz de mudar o chaveamento seria a Croácia, número 9 no ranking. No entanto, depender de Andorra, com zero pontos, é algo que deixa os croatas praticamente fora da Copa.

Sorteio virtual:
Pote 1 - França, Rússia, Grécia e Portugal
Pote 2 - Ucrânia, Irlanda, Bósnia e Eslovênia

Veja os grupos e o Ranking da Fifa atual

Atualização do post: foram confirmadas as oito seleções previstas. O sorteio, de fato, será como descrito acima.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O milagreiro salvo pelo resultado


A primeira meia hora de jogo do Cruzeiro no clássico contra o Atlético-MG foi impressionante. Com os dois laterais (Jonathan e Diego Renan) muito bem, os três volantes (Marquinhos Paraná, Henrique e Fabrício) marcando firme e Gilberto distribuindo o jogo, o time de Celso Roth ficou atordoado. Rapidamente, Thiago Ribeiro foi lançando em velocidade e cruzou na medida para Wellington Paulista fazer o crime.

Quase todo o resto do jogo, até pela dificuldade de jogar sem Gilberto e Wellington Paulista, lesionados, foi do Atlético-MG trocando passes, buscando espaços e ocupando o campo de ataque. Mas quase sempre sem ideias efetivas, em jogadas que terminaram para Correa cruzar e Leonardo Silva e a bem postada defesa cruzeirense rebater.

Adílson Batista teve sua parcela de culpa, recuando o time em todos os momentos e chamando o adversário para o campo de defesa cruzeirense. Foi salvo pelo resultado em um dia em que não trabalhou bem durante o jogo, mas em um notável trabalho de recuperação.

Não bastasse ter perdido a Copa Libertadores, Ramires, Wagner e Gérson Magrão, o treinador segue convivendo com lesões e ainda não deve ter Kléber, seu melhor jogador, em todo o resto do ano. Ele que, aliás, só jogou em 14 dos 29 jogos desta Série A.

Apesar da tarde de mexidas infelizes, Adílson é um milagreiro e o Cruzeiro lidera o returno com 20 pontos. As chances de voltar à Libertadores, com cinco pontos ao G-4 a nove rodadas do fim, é real. E o Atlético-MG segue sendo despachado pelo treinador, de retrospecto impressionante nos clássicos mineiros.

Adílson e o Super Clássico:

09/03/08 - Cruzeiro 0 x 0 Atlético-MG - Estadual
27/04/08 - Cruzeiro 5 x 0 Atlético-MG - Estadual
04/05/08 - Cruzeiro 1 x 0 Atlético-MG - Estadual
13/07/08 - Cruzeiro 2 x 1 Atlético-MG - Brasileiro
19/10/08 - Cruzeiro 2 x 0 Atlético-MG - Brasileiro
17/01/09 - Cruzeiro 4 x 2 Atlético-MG - Torneio de Verano
15/02/09 - Cruzeiro 2 x 1 Atlético-MG - Estadual
26/04/09 - Cruzeiro 5 x 0 Atlético-MG - Estadual
03/05 /09 - Cruzeiro 1 x 1 Atlético-MG - Estadual
12/07/09 - Cruzeiro 0 x 3 Atlético-MG - Brasileiro
12/10/09 - Cruzeiro 1 x 0 Atlético-MG - Brasileiro
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Saldo: 8 vitórias, 2 empates e uma derrota

As mais caras e as mais eficientes

O site português Futebol Finance é leitura obrigatória na internet, fazendo sempre estudos inteligentes e curiosos. Nesta segunda-feira, o FF traz a lista das 10 seleções mais valiosas do futebol mundial. A conta é simples: foram selecionados os 25 jogadores mais convocados de cada um nas Eliminatórias e contabilizada a estimativa do quanto vale cada um.

A Espanha, com Xavi, Iniesta, Puyol, Torres, Fabregas e David Villa, é a seleção com o elenco mais caro, disparado, com 510 milhões de euros. De fato, são jogadores jovens, em alta e campeões europeus. O Brasil vem em segundo lugar, com 450 milhões de euros pelas "feras de Dunga", enquanto a França que só irá jogar a repescagem está avaliada em 440 milhões.

Para "arredondar a conta", o blog contabilizou o aproveitamento de cada um dos 10 primeiros no estudo do Futebol Finance. O objetivo, em que pese a diferença técnica entre as Eliminatórias Sul-Americanas e as Europeias, é saber se as mais caras também são as mais eficientes. Então, veja os dois rankings.

As 10 seleções mais valiosas:

1-) Espanha - 510 milhões de euros
2-) Brasil - 450 milhões de euros
3-) França - 440 milhões de euros
4-) Inglaterra - 420 milhões de euros
5-) Itália - 400 milhões de euros
6-) Argentina - 390 milhões de euros
7-) Portugal - 340 milhões de euros
8-) Alemanha - 290 milhões de euros
9-) Holanda - 280 milhões de euros
10-) Rússia - 210 milhões de euros

A eficiência das mais valiosas nas Eliminatórias:

1-) Espanha – 100%
2-) Holanda – 100%
3-) Alemanha – 92%
4-) Inglaterra – 88%
5-) Rússia – 77%
6-) Itália – 77%
7-) França – 66%
8-) Brasil – 64%
9-) Portugal – 59%
10-) Argentina – 49%

Paixão chilena ao microfone



O sofrimento chileno acabou no último sábado e, mais uma vez, de forma apoteótica, virando sobre a Colômbia dentro de Medellín e vencendo por 4 a 2. La Roja retorna para a Copa do Mundo após duas edições de ausência e pela oitava ocasião na história mundialista. Fruto de um trabalho obcecado e competente de Marcelo Bielsa, além de uma geração brilhante de jogadores, a classificação despertou o nacionalismo do povo andino.

Claudio Palma, narrador chileno do Canal del Fútbol, nos brinda com um desabafo apaixonado e histórico. No vídeo, ele recorda grandes jogadores, vivos e mortos, da história do país, casos de Fernando Cornejo, Julio Martínez e Iván Zamorano, entre outros. Celebra uma campanha irretocável, com feitos como o fim do jejum de 25 anos contra o Peru, a vitória que tirou a invencibilidade do Paraguai, os três pontos na altitude boliviana e um grande resultado contra a Argentina.

Nos tempos em que o povo brasileiro parece distante de sua própria seleção e a narração de Galvão Bueno mais lembra um produto institucional, que responde pelos interesses da emissora em que trabalha, o discurso de Claudio Palma é um alívio.

Diria ele, com o fatalismo tipicamente latino: "África do Sul! África do Sul desconhecida. Espera-nos, porque talvez será a primeira e última vez".


PS: O amigo chileno Jose Miguel, que indicou o vídeo para o blog, transcreveu todo o discurso de Claudio Palma nos comentários. Vale muito a pena ler e ouvir.

sábado, 10 de outubro de 2009

10 rodadas para o fim do Brasileiro - Parte 2: a vaga na Libertadores


Com nove pontos de vantagem sobre o quinto colocado Goiás, é praticamente impossível não ver o Palmeiras na próxima Copa Libertadores. Já o Barueri, 13 colocado, tem 10 pontos a menos que o quarto colocado Atlético-MG, e dificilmente chega até o G-4. Entre os dois extremos, praticamente todos podem pensar, por mais que a vaga pareça restrita aos sete primeiros, limite que vai até o Grêmio.

Hoje, a grande questão parece ser se Flamengo e Grêmio, que rondam o G-4 há algum tempo, terão força para um arranque final.

O time de Andrade definitivamente se ajustou, alcançando sete jogos sem derrotas e até uma sequência, agora encerrada, de seis partidas sem ser vazado. Os méritos do treinador vão desde rapidamente agrupar Álvaro e Maldonado aos titulares até tirar o melhor futebol de nomes desacreditados como Petkovic e Zé Roberto. Em confrontos decisivos, o Maracanã e a massa rubro-negra podem transpor lugares na tabela a favor do Fla.

O Grêmio segue com a velha questão de não vencer longe do Olímpico, onde até colecionou dois resultados adversos nas últimas rodadas. O time de Autuori precisa provar um pouco mais e, no meio do caminho, há um Gre-Nal com jeitão de decisivo, do campo moral até a tabela de classificação. Uma vitória no Beira-Rio seria fundamental aos tricolores.

Abaixo disso, o único time com força aparente para arrancar ainda mais nas 10 rodadas finais é o Cruzeiro. Líder do returno ao lado do Palmeiras com 17 pontos, o vice-campeão sul-americano não terá Kléber, mas vem se saindo bem com outras soluções, e assim como o Grêmio terá um clássico no caminho, já nesta segunda-feira. Avaí, Vitória e Santos podem sonhar, mas o único técnico com recursos reais para vislumbrar chegar ao G-4 é Adílson Batista.

É importante frisar que Palmeiras, São Paulo, Atlético-MG, Inter e Goiás se revezam nas cinco primeiras posições há sete rodadas. Não será fácil tirar a Libertadores deles. E se fosse para apontar qual deles fica de fora, iria nos esmeraldinos. Sem convicção.

- Em negrito, os que se classificaram

O Brasileiro em 2009 com 28 rodadas:
1-) Palmeiras - 54 pontos; 2-) São Paulo - 49 pontos; 3-) Internacional - 47 pontos; 4-) Atlético-MG - 47 pontos; 5-) Goiás - 45 pontos; 6-) Flamengo - 42 pontos; 7-) Grêmio - 41 pontos; 8-) Vitória - 40 pontos; 9-) Cruzeiro - 39 pontos; 10-) Avaí - 39 pontos; 11-) Santos - 39 pontos

O Brasileiro em 2008 com 28 rodadas:
1-) Palmeiras - 53 pontos; 2-) Grêmio - 53 pontos; 3-) Cruzeiro - 49 pontos; 4-) Flamengo - 49 pontos; 5-) São Paulo - 49 pontos; 6-) Coritiba - 44 pontos; 7-) Vitória - 43 pontos; 8-) Goiás - 43 pontos; 9-) Botafogo - 43 pontos; 10-) Internacional - 42 pontos

O Brasileiro em 2007 com 28 rodadas:
1-) São Paulo - 63 pontos; 2-) Cruzeiro - 51 pontos; 3-) Grêmio- 47 pontos; 4-) Santos- 45 pontos; 5-) Palmeiras - 44 pontos; 6-) Fluminense - 43 pontos; 7-) Botafogo - 42 pontos; 8-) Vasco - 40 pontos (com um jogo a menos); 9-) Sport - 39 pontos; 10-) Goiás - 37 pontos; 11-) Figueirense - 37 pontos; 12-) Flamengo - 37 pontos (com um jogo a menos)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

10 rodadas para o fim do Brasileiro - Parte 1: o título


Uma análise fria dirá que só o São Paulo é o unico real candidato a tirar o título do Palmeiras, mas os sete pontos de distância e o equilíbrio do Brasileiro-09 ainda dão chances bastante razoáveis para Internacional e Atlético-MG. O Goiás, que tomou de três de Botafogo e Cruzeiro, vê nove pontos para conquistar uma taça inédita - e 99% impossível.

O Palmeiras, que poderia ter saltado sete pontos na frente do São Paulo e nove na frente de colorados e atleticanos, mostrou o quanto Diego Souza é imprescindível, especialmente na medida em que Vagner Love não parece 100% adaptado e Cleiton Xavier é mais arco que flecha. Mas, apesar do empate com o Avaí desta quinta, ainda tem dois corpos na frente dos demais.

O São Paulo de Ricardo Gomes ainda não engatou a quinta marcha no Brasileiro. Falta um algo mais para o atual tricampeão, como ter atacantes que resolvam com regularidade, e uma defesa que seja irretocável como sempre foi.

O Inter com Mário Sérgio provoca dúvidas e só o tempo dirá se o novo treinador consegue tirar grande futebol de seu elenco. O Atlético-MG tem clássico no domingo e é bem possível que o resultado diante do Cruzeiro delimite seu papel nas últimas nove rodadas.

O Brasileiro em 2009 com 28 rodadas:
1-) Palmeiras - 54 pontos; 2-) São Paulo - 49 pontos; 3-) Internacional - 47 pontos; 4-) Atlético-MG - 47 pontos; 5-) Goiás - 45 pontos

O Brasileiro em 2008 com 28 rodadas:
1-) Palmeiras - 53 pontos; 2-) Grêmio - 53 pontos; 3-) Cruzeiro - 49 pontos; 4-) Flamengo - 49 pontos; 5-) São Paulo - 49 pontos

O Brasileiro em 2007 com 28 rodadas:
1-) São Paulo - 63 pontos; 2-) Cruzeiro - 51 pontos; 3-) Grêmio- 47 pontos; 4-) Santos- 45 pontos; 5-) Palmeiras - 44 pontos

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Bom pra todo mundo


Um ou outro nome será discutido, mas é boa a decisão de mesclar titulares para subir a altitude na Bolívia, domingo. Tecnicamente, qualquer time brasileiro será superior contra os bolivianos, e os escolhidos por Dunga no treinamento parecem em condições físicas para trazer pontos da longa viagem, a última pelas Eliminatórias.

Aparentemente, Dunga optará por Josué, Daniel Alves, Ramires e Diego Souza como meio-campo titular - Kaká, mostra a foto, treinou entre os reservas. Dando a lógica, será bom para ver Ramires pelo lado esquerdo no meio, algo inédito na seleção, comum nos tempos de Cruzeiro. Também para observar o camisa 7 palmeirense em ação com a canarinho, já que a reserva de Kaká é uma questão ainda a ser resolvida.

Ótima oportunidade ainda para Luisão e Miranda convencerem o treinador de que podem ser os reservas, por mais que Thiago Silva e Alex Costa tenham mais cancha. E, ainda, para Adriano e Nilmar repetirem o bom desempenho da vitória sobre o Chile em Salvador.

Em seus domínios, a Bolívia é um time perigoso que venceu Paraguai e Argentina nestas Eliminatórias. Também bateu o Brasil em 93, na primeira derrota brasileira pela competição - 2 a 0, em 2001, com frango de Marcos, 3 a 1. Em 2005, nada de vitória: 1 a 1.

O retrospecto total da Bolívia em casa nestas Eliminatórias, no entanto, não chega a ser poderoso: 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Dá para o Brasil ganhar mais essa e com time misto.

Os jogos da Bolívia em casa nas Eliminatórias:

Bolívia 0 x 0 Colômbia
Bolívia 0 x 2 Chile
Bolívia 4 x 2 Paraguai
Bolívia 3 x 0 Peru
Bolívia 2 x 2 Uruguai
Bolívia 6 x 1 Argentina
Bolívia 0 x 1 Venezuela
Bolívia 1 x 3 Equador

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A incrivel história de Adriano Basso


Ele tem 35 anos, nasceu em Jundiaí, defendeu Ponte Preta e Atlético-PR, entre outros, é goleiro e mede 1,85 m. Seu nome é Adriano Basso e ele é ídolo do...Bristol City, da segunda divisão inglesa.

Essa e outras histórias curiosas sobre brasileiros que jogam nas segundas divisões dos principais países do mapa europeu da bola estão na série de matérias publicada hoje no Terra.

Confira:
Brasileiros desprezam país do futebol por "periferias" da Europa
Ex-santista tem bom salário e "porrada" na segunda divisão da Espanha
No Lecce e de "saco cheio", irmão de Kaká quer espaço no Milan

O que esperar de MÁRIO SÉRGIO no INTER


Mário Sérgio foi a mais exótica solução que o Internacional poderia apresentar para tentar reagir em uma temporada que, com Tite, parecia morta. O treinador ficou marcado pela passagem marcante do ponto de vista negativo pelo Botafogo em 2007 e por uma saída prematura enquanto realizava bom Campeonato Paulista com a Portuguesa neste ano. Seus bons trabalhos, como o Corinthians de 93, o Atlético-PR de 2001 e São Caetano de 2002, já estão distantes.

Não se pode ignorar a ligação que Mário Sérgio tem com o Inter e mesmo o futebol gaúcho, dado o seu sucesso com a camisa do Grêmio nos anos 80. A questão, no entanto, é que o carioca de 59 anos parece com as ideias amareladas e um futebol engessado demais para a oferta de talento que o elenco colorado oferece. Ainda que Tite fosse conservador e a defesa alvirrubra se mostrasse uma peneira em alguns momentos, não era de alguém como Mário que o time parecia precisar.

Fernando Carvalho profetizou que o Inter voltará a jogar à gaúcha, mas um torneio franco como o Brasileiro de pontos corridos pede algo diferente. Mário é um treinador médio em péssima fase, um ego duro de lidar e certamente uma injeção de disciplina no vestiário do Beira-Rio.

A julgar pela força e consistência de São Paulo, Palmeiras, Goiás e Atlético-MG, ou mesmo um possível punch forte de Grêmio e Flamengo nas rodadas finais, a tarefa do substituto de Tite será bastante árdua.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Diego, o decisivo


Jogo duro para o Palmeiras na Vila Belmiro contra o Santos. Até o gol de Luizinho em boa jogada de Neymar, meias e atacantes palmeirenses estavam distantes dos volantes e laterais, enquanto o time da casa tramava bem com o próprio Neymar e também Madson, quando Pará e Germano saíam para o jogo. O grande jogador aparece quando as coisas não vão bem e time campeão é aquele que ganha mesmo quando não está num grande dia. E como num piscar de olhos, Diego Souza deu a vitória para o time de Muricy, líder há 13 rodadas.

Se o momento do jogo era complicado para o Palmeiras, mais difícil ainda era a bola que Diego Souza escorou de cabeça para as redes. A partir dali, Luxemburgo tentou abrir o time com Felipe Azevedo, mas foi pego nos contragolpes. Primeiro, o camisa 7 recolhe na área e dá de bandeja para Robert virar. Depois, inicia linda jogada concluída por Vagner Love. A Vila Belmiro, onde Diego já fez gol decisivo na Libertadores de 2007, com o Grêmio, voltou a ser o palco dele.

De 15 vitórias palmeirenses em 27 rodadas, Diego Souza foi decisivo em pelo menos oito, além dos empates com Barueri e Atlético-MG. Cresceu demais a partir da chegada de Jorginho ao comando técnico e se consolidou com Muricy. A onze rodadas do fim e com vantagem de cinco pontos, o Palmeiras parece cada vez mais campeão. Muito disso se deve a seu decisivo camisa 7.

Os jogos decididos por Diego Souza:

Barueri 2 x 2 Palmeiras - duas assistências
Avaí 0 x 3 Palmeiras - assistência para o segundo gol
Flamengo 0 x 2 Palmeiras - fez o primeiro gol
Palmeiras 1 x 0 Santo André - fez o gol
Palmeiras 1 x 0 Fluminense - fez o gol
Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras - assistência para o gol
Palmeiras 2 x 1 Internacional - participou diretamente nos dois gols
Palmeiras 2 x 1 Barueri - fez o primeiro gol
Palmeiras 2 x 1 Cruzeiro - fez o primeiro gol
Santos 1 x 3 Palmeiras - fez um gol, deu assistência e participou de outro



Matéria no Terra: Muricy garante marca histórica e amplia vantagem de Luxemburgo

domingo, 4 de outubro de 2009

Lopes, o salvador


Antonio Lopes é um treinador experiente e bastante razoável, mas sua contratação não parecia uma boa medida para salvar o Atlético-PR. Desde que deixou o Corinthians em 2006, foram quatro trabalhos por clubes diferentes no Brasileiro e um aproveitamento fraquíssimo, de 33%. Daí se imaginar que apostar nele era pegar um atalho para a Série B. Lopes, então, arregaçou as mangas e faz trabalho de primeiro nível em seu retorno à Arena da Baixada.

O time que venceu o Corinthians e 29 mil torcedores no Pacaembu vai muito bem com o experiente treinador. Foi o décimo jogo pelo Brasileiro, com seis vitórias e um empate, suficiente para sair da zona do rebaixamento e elevar o aproveitamento que era terrível, com 31%. Hoje, são oito pontos a mais que o Náutico, o 17º da tabela.

O crescimento vem com uma zaga bem arrumada, com Manoel, zagueiro destaque da última Copa São Paulo, jogando o fino da bola, normalmente com Nei a seu lado em uma linha de três atrás. Outra aposta de sucesso foi em Wesley, curinga do time, um dos principais dribladores da Série A e homem de confiança. A dupla Valencia-Rafael Miranda também é firme e linear, enquanto até mesmo Paulo Baier e Marcinho parecem comprometidos, marca maior do time.

Exigir de Lopes um time que brigue muito acima da zona de rebaixamento não é possível. O Atlético-PR de hoje, montado com jovens e pouco dinheiro, não tem capacidade de vencer os adversários na superação técnica e nem se sente seguro para dominar uma partida. Mas vende derrotas, como a última diante do Palmeiras e também contra o Atlético-MG, por um preço caríssimo, e arranca resultados expressivos, como bater o Corinthians no Pacaembu.

Antonio Lopes, artífice da reação, está renovado. Faz trabalho para salvar o Atlético-PR de um rebaixamento anunciado.

O bom chutador resolve


Em outros fundamentos, Correa é um jogador regular, sem brilhos nem deslizes. Mas o deixe chutar ou cruzar. Aí, o grande reforço atleticano é um monstro. Em pouco tempo no Galo, o volante se tornou referência, a ponto de ter participado diretamente nos triunfos contra Atlético-PR, Santos e Barueri, o adversário deste sábado.

A vitória, que pode recolocar o Atlético-MG no G4, surge dos pés do grande chutador, que lançou bola venenosa soltada pelo competente Renê para o primeiro gol de Diego Tardelli, e depois cobrou falta milimétrica.

Na mesma hora, Marcelinho Carioca havia dado o ar da graça no Bruno José Daniel. Jogo duro contra o Vitória, resolvido para o Santo André por intermédio de bola milimétrica - e venenosa - colocada por Marcelinho na cabeça de Nunes. O bom batedor resolve nos dias de hoje, pobre é quem não tem o seu.

PS: A título de curiosidade, Juninho, do Botafogo, e Souza, do Grêmio, são os líderes em gols de falta no Brasileiro. Cada um fez quatro.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Edno ou Defederico?


O meia que atua por dentro no desenho 4-2-3-1, esquema utilizado por Mano Menezes no Corinthians desde maio de 2008, deve ter características muito próprias. Hoje no Parque São Jorge, a despeito dos devaneios por Riquelme - ou até Ronaldinho Gaúcho, a grande dúvida é se o titular será Edno ou Defederico.

A impressão é de que Edno possui mais atributos técnicos e táticos para a função. Em primeiro lugar, porque a região do campo em que atua o meia-atacante induz normalmente a duelos individuais contra os volantes ou até zagueiros adversários. Daí a Mano Menezes crer que Defederico precise adquirir mais força para jogar por ali. E, ainda, as principais jogadas do argentino no último clássico contra o São Paulo terem surgido pelas beiradas do campo, setor favorável para jogadores mais leves.

Edno, que precisará justificar todo o esforço financeiro - e até diplomático - para sua contratação, tem o estilo rompedor que casa mais para o 4-2-3-1. Defederico tende a ser alternativa para Dentinho e Jorge Henrique ou mesmo para brigar pela vaga que era de Douglas em um ou outro momento. Hoje, a tendência é que Edno, que cabe bem como opção até pelas beiradas ou como centroavante, seja o titular da meia.

Ele e Defederico terão 11 jogos para mostrar que ao menos um pode ser o dono da posição na Copa Libertadores.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A primeira vez de Oscar


Cerca de uma hora antes do início de Náutico e São Paulo, conversava com Zé Sérgio. Técnico sub-17 são-paulino há seis anos, Zé, um dos últimos grandes pontas de nosso futebol, falava da dificuldade que os garotos da base tricolor têm no profissional, quando as oportunidades normalmente não passam de 20 minutos de jogo.

Curiosamente, pouco tempo depois, na partida entre paulistas e pernambucanos, Oscar foi chamado por Ricardo Gomes nos Aflitos. Pela oitava vez, entrou em campo neste ano e, como em todas as outras, teve menos de 20 minutos para mostrar serviço. Acionado no lugar de Marlos, apagado, Oscar formou grande dupla com Hugo, que resolveu para o São Paulo pela segunda vez em Recife neste Brasileiro.

Oscar deu assistência precisa para Hugo, proporcionou a expulsão de Michel e ainda deixou Rodrigo na cara de Gledson para fazer o terceiro. Está claro que o garoto, que só entrou em campo pelas suspensões de Dagoberto e Washington, e mesmo assim por apenas 20 minutos, merece mais espaço - casos também de Wellington e Henrique.

De qualquer forma, o São Paulo renasceu nos 45 minutos finais nos Aflitos. Empatou com um a menos, virou com dois a menos, e no mínimo manterá os cinco pontos de distância para o líder. Um dia para não se esquecer no Morumbi. O dia do primeiro grande brilho de Oscar no profissional.