terça-feira, 27 de outubro de 2009

O trabalho de Autuori não é bom


Em 24 de maio, Paulo Autuori estreou no Grêmio e, após quatro jogos, já alterou drasticamente a forma de jogar da equipe, que vinha de sete vitórias e um empate na Copa Libertadores. Os gremistas, inspirados no trabalho de Celso Roth, jogavam de forma competitiva, taticamente organizada e com defesa e ataque inspirando segurança. Autuori propôs uma mudança drástica de conceitos que, até agora, não se consolidou. Pior, a expectativa de chegar ao G-4 é cada vez mais distante.

O Grêmio de Autuori só joga com vibração quando empurrado pela torcida no Olímpico, onde até os times mais medíocres que vestiam as cores azul, preto e branco venciam os adversários com certa autoridade. Decepciona a limitação do trabalho do treinador, sem variações táticas inteligentes, sem extrair o máximo de jogadores importantes, como Herrera e Maxi López, e sem uma defesa poderosa.

O desempenho fora de casa merece um capítulo à parte. Desde a Libertadores, quando o Grêmio de Autuori só arrancou um empate sofrido com o Caracas, e caiu categoricamente contra o Cruzeiro no Mineirão, o time do treinador de bons conceitos se mostra uma presa frágil. No Brasileiro, como se sabe, é o pior dos visitantes, com 1 vitória, 4 empates e 11 derrotas – pior que Sport e Fluminense. O problema é de postura e também psicológico – e o treinador não resolveu nenhum dos dois.

Time no papel e elenco, o Grêmio tem tanto quanto todos os seis primeiros colocados, os que realmente brigam por vaga na próxima Libertadores. É provável que, para 2010, a direção precise abdicar de titulares, possivelmente Victor ou Réver, ou os dois. Há de se analisar as opções de treinadores disponíveis no mercado, em dezembro, e aí avaliar se Autuori deve ficar.

É bom lembrar que Autuori, indiscutivelmente um ótimo treinador, fracassou nos retornos ao Botafogo, em 98 e 2001, Cruzeiro, 2007, e ainda por Santos e Internacional. No Peru, afetado por problemas externos, falhou na tentativa de ir à Copa do Mundo, com a talvez melhor geração do país nos últimos 15 anos. No Olímpico, além de mudar tudo no profissional, alterou drasticamente a estrutura das categorias de base, das mais prolíficas nos últimos anos.

Vale repensar se a troca de Roth por Autuori valeu a pena. Afinal, Gre-Nal o Grêmio segue perdendo e o time não decola.

2 comentários:

Daniel Utzig disse...

Dassler, acompanho seu trabalho desde quando vc começou a escrever para a Trivela, e hoje pude ler seu artigo sobre a Chapecoense, na seção de esporte do Terra. Parabens pela matéria e para maiores informações sobre nosso time, temos um blog feito por torcedores, aliados com 2 profissionais de radios locais, o endereço é www.goldachape.com.br Mais uma vez parabens e continue com o belo trabalho!

Felipe Tobar disse...

Dassler, o trabalho feito pelo autuori é bom. Nas categorias de base comeca a ser implantado um estilo europeu, de maior nocao tatica e tecnica, dispensando o fisico dos atletas. Um estilo Mourinho de treinar.
Como disse autuori em uma partida " Tem que ter massa cinzenta, massa cinzenta ". Ou seja, dispensa-se o fisico, o que a longo prazo vai dar certo.
O que nao deu certo foram os jogadores, estes sem vontade de vestir a camisa tricolor. Penso que Autuori tambem tem uma certa parcela de culpa, mas dizer que ter demitido Roth nao foi correto, ai já é exagero e modismo de quando o time vai mal na tabela.

Brother, ta show de bola todos os posts, mas como sou torcedor do gremio nao poderia deixar de ter escrito neste!

Um abracao