quinta-feira, 31 de maio de 2007

Origens


Há quem diga que perder faz bem. Traz lições, aumenta a confiança em alguns casos, dá uma sede maior de vitória. E ficar de fora de duas Copas do Mundo, ao que parece, fez bem para a Colombia. Se a tese carece de maior estudo para ser comprovada ou não, o Deportivo Cúcuta, ao menos, parece ser cada dia mais um argumento forte de que o país combina com jogo ofensivo.

Com um futebol arrojado, corajoso e de velocidade, o time que venceu o Boca Juniors por 3 a 1 nesta quinta-feira, está longe de ser um Once Caldas, campeão continental é verdade, mas incapaz de criar fãs pelo mundo afora. Mais que isso, não fez bem ao futebol colombiano.

Mesmo que seja superado pelo Boca Juniors em La Bombonera, a herança do Cúcuta parece grande. Blas Pérez, vice-artilheiro da Libertadores com oito gols, é um atacante muito interessante. Este que vos escreve, aliás, já falava dele há algum tempo em texto publicado pela Trivela. Há poucos dias, Pérez ainda fez um golaço contra o Nacional, pelas quartas-de-final Diante do Boca, uma belíssima jornada mais uma vez do atacante já negociado com o Hércules da Espanha (merecia coisa melhor).

Vale também ressaltar o arrojo de Jorge Luis Bernal. Primeiro, por lançar o meia Córdoba ainda na primeira etapa e mudar completamente o panorama da partida. Depois, por surpreender e já na reta final, lançar mão de Pajoy, outro atacante, quando o normal seria recuar o time. Ousadia premiada. E o futebol colombiano grande mais uma vez.

Mercado dos Diabos


Ter o time mais espetacular da última temporada parece não ter sido suficiente para Alex Ferguson. Em uma, aliás duas, jogadas de extrema ousadia de mercado, o Manchester United confirmou a aquisição dos talentosíssimos Nani e Anderson para a próxima época.

As contratações, somadas à chegada de Owen Hargreaves, constatam a preocupação de Ferguson com Paul Scholes e Ryan Giggs, verdadeiras jóias, mas com idades que já não suportam uma temporada tão estafante quanto 2006-2007.

Anderson, venerado por gremistas e portistas, fez uma primeira parte de temporada soberba. Ao que parece, não tem características para jogar pelos lados do campo, tampouco como volante. Para render bem, o meia precisará atuar solto, responsável pela armação, embora não pareça chegar imediatamente com lugar garantido. Após a fracassada tentativa com Kléberson em 2002, será o segundo brasileiro a defender as cores dos Red Devils.

Nani, a mais nova prova da exímia academia de jovens do Sporting, tem um estilo impossível de não se comparar com Cristiano Ronaldo. Ponteiro nato, como o camisa 7 do Manchester United, o português também dribla em velocidade e finaliza bem ao gol. Sua chegada a Old Trafford, claramente representa uma opção inexistente para os lados do campo, ao passo que Ronaldo e especialmente Giggs, não tinham reposição à altura.

Belíssimos negócios!

Talento em três cores


A força do conjunto gremista, até aqui, se mostrou mais inteira no duelo contra o Santos. Os incontestáveis dois a zero, comandados por Tcheco e Carlos Eduardo, deram ao tricolor gaúcho uma vantagem que exigirá do time de Vanderlei Luxemburgo uma performance épica para a próxima quarta.

Falando de talentos individuais, impossível não destacar o menino Carlos Eduardo. Rápido, técnico, inteligente e discretamente eficiente, o melhor jogador do Campeonato Gaúcho também tem feito chover na Libertadores. Atuando sempre pelo corredor esquerdo do meio, na linha de 3 no 4-2-3-1 de Mano Menezes, tem feito ainda melhor o papel que Hugo tão bem fez em 2006.

Carlos Eduardo, que segundo conta a Revista Placar deste mês, chegou ao Olímpico ainda adolescente. Era muito franzino e, durante quase um ano, ficou quase que escondido em um alojamento gremista. O meia, àquele momento, tinha a confiança plena de um diretor que, mesmo contra vontades superiores, lhe manteve adquirindo melhor forma física durante todo o período. E deu certo!

Após Ronaldinho Gaúcho, Lucas e Anderson, é a vez de Carlos Eduardo. Pré-convocado por Dunga para a Copa América, ou possivelmente no Mundial Sub-20, o menino é mais uma prova da inesgotável capacidade brasileira de lançar novos talentos. Joga um futebol inteligente, sabe a hora certa para o drible, sabe a hora do combate, como prega Mano Menezes. Nos momentos decisivos, o camisa 11 do tricolor gaúcho tem mostrado que também sabe muito de bola.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Abaixo das expectativas


A promessa de melhor Libertadores de todos os tempos, ou dos últimos, ainda que faltem as finalíssimas, não vingou. Às vésperas do início da competição, lá em janeiro, se esperavam duelos de proporções épicas. Para isso, se considerava o forte apelo que Boca Juniors e River Plate, por si só, trazem em termos sul-americanos.

Não só isso, mas também a presença de cinco brasileiros campeões: Internacional, São Paulo, Santos, Grêmio e Flamengo. Todos aparentemente bem. Nesse cenário, ainda residiam os mexicanos, sempre ou quase sempre fortes. Pouco disso ocorreu até aqui.

A sensação, sobretudo nas quartas, era a de que muita gente grande havia ficado pelo caminho, mais ainda os brasileiros. River Plate, ao cair duas vezes diante do Caracas, sucumbiu muito antes do que seus investimentos poderiam imaginar. Internacional, entre o porre do título mundial e o insucesso no planejamento, também morreu na praia.

Além destes, o São Paulo, impulsionado por resultados pífios na fase de grupos, atraiu um Grêmio sedento por glórias em caráter precoce. E ficou pelo caminho. Ainda nesse contexto, faltou sorte, sim, sorte ao Velez Sarsfield. Atrair o Boca Juniors tão cedo, infelizmente, foi fatal para o timaço de Mauro Zárate. Ao Flamengo, que também tem um peso considerável, faltou solidez de vestiário no duelo contra o Defensor em terras cisplatinas: perder por 3 a 0 foi fatal.

Os mexicanos em geral, também não vieram fortes como geralmente se espera. O Necaxa, em nenhum momento, transmitiu convicção. O Toluca, de boas epopéias diante do Boca na fase de grupos, foi surpreendido por um gigante Deportivo Cúcuta. O América, que poderia ter feito mais, abdicou completamente da competição.

Com o Boca Juniors, grande favorito em uma das semifinais, poderíamos ter uma final marcante. Afinal, se passar o Santos, será uma trepidante revanche de quatro anos atrás. Se for o Grêmio, uma mistura de emoções e absoluto destempero, dois clubes diferenciados, a comprovação de que é preciso alma para triunfar na Libertadores. Mesmo assim, muitos dos gigantes da competição, sem dúvida, decepcionaram.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Advogado do Dunga


Mais uma convocação. Ou tiroteio. A segunda em menos de duas semanas. Meu Deus, que tortura! Do lado de cá, ansioso para o novo alistamento de Dunga, está o torcedor, boleiro, jornalista, não importa. Do lado de cá, o defensor da Pátria. Aquele que, sem dó nem piedade, tratará de esmilinguar o que fizer o traid..ops, treinador.
Frente ao televisor, aguarda ansiosamente mais uma lista. Aflito, babando de raiva, manteiga no sabugo, pronto para descer a lenha nesse gaúcho.

O que? Júlio Baptista? Tá de palhaçada! Doni? Esse Dunga é doido. Morais, de novo? A Cbf tá levando grana, não é possível. Fernando Menegazzo? Claro, quem convocou foi o Ricardo Gomes né? Defender treinador da seleção brasileira é missão impossível. Escolha o que quiser: Maníaco do Parque, Clodovil, Luís Estevão, George W Bush ou Cowboy do Big Brother. Dunga não é recomendável. Se você está cercado de pessoas estranhas e precisa de um assunto, daqueles que resultam em um papo, não pestaneje: critique o Dunga. Todos concordarão com você.

Tá certo que, eu mesmo, tenho um monte de críticas a fazer. Claro! Afinal, sou brasileiro né? Chamar o Imperador (?) Adriano após dois ou três bons jogos, depois de tudo que fez, só cinco gols em toda temporada, se mostrou um tiro n’água. No gol, até agora, não temos um titular. E já há quase um ano de trabalho. As convocações, de certa forma, não apresentam uma linha de raciocínio contínua. São muitos testes em poucos jogos.

Mas vá lá, muita gente que critica tem preguiça de buscar informação. Qualquer pessoa, repito, qualquer pessoa, que assistisse aos 34 gols do Afonso Alves no Youtube, no Campeonato Holandês (não é Campeonato Paulista), tem de concordar que vale dar uma chance pro cara. E por quais motivos tanta contestação com a garotada que o Dunga convoca? Aliás, sabiam que por razões burocráticas é que foi obrigatória a tal pré-convocação?

Trazer gente que pode ir às Olímpiadas, pra compor o elenco em convocações para amistosos e Copa América, claro, claro que é uma boa. Afinal, já ouviram a história de que é necessário ter personalidade pra vestir a amarelinha-sagrada? Pois então. Trazer os garotos ao grupo (Jô, Alex Silva, Carlinhos, Marcelo, Anderson, Denílson...) serve quase como um vestibular. Além disso, projeta algo para o futuro. Afinal, melhor do que chamar quem não terá chances lá na frente, como por exemplo, seria chamar nomes ventilados pela mídia como Marcos Aurélio (Santos) e Dodô (Botafogo).

Em suma, é difícil avaliar o trabalho de Dunga em tão pouco tempo. Do ponto de vista das relações humanas, tenho a sensação de que vai bem. Sem criar desgaste aparente, mostrou que ninguém tem lugar cativo no time. Faltava isso ao Parreira. E também não descartou ninguém - nem Ronaldo, nem Zé Roberto. Taticamente, a verde-amarela também tem um padrão escolhido (4-2-3-1), embora só mesmo a seqüência dos jogos irá esclarecer. Os resultados, até aqui, também são razoavelmente bons.

Cornetar o Dunga, tanto, tanto, sem nenhuma base em resultados, é se enfiar na vala comum. Claro que há pontos questionáveis, mas convenhamos, não existe unanimidade. Não existem, sobretudo na grande gama de jogadores que surgem no Brasil, verdades absolutas. Apenas a de que, Dunga, tem um péssimo gosto pra se vestir. E isso, nem eu sou capaz de ponderar.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Sobre a Premier League

O texto é gigantesco, mas absolutamente esclarecedor. Fala sobre o sucesso da Premier League e foi encontrado pelo Roberto Piantino. Segundo ele, a matéria é do sensacional diário francês Le Monde.

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A Inglaterra do futebol: grana, espetáculo e dominaçãoApós ter atingido o fundo do poço há 20 anos, a Premier League abriu uma dianteira na Europa em termos de espetáculo e de lucros

Pierre Jaxel-Truer e Marc Roche, enviado especial a Liverpool

Será que os "british" estão a caminho de dominar de maneira duradoura a Europa do futebol? Os aficionados até hoje se lembram do acontecimento como de uma chuva de estrelas. Há dois anos, na final da Liga dos Campeões, a mais conceituada das competições européias entre clubes, parecia que tudo conspirava em favor do AC Milan, e que este apresentaria mais uma vez um recital magistral. Mas, o seu adversário, o Liverpool, que perdia por 3 gols a 0, fazendo pouco caso das probabilidades, recuperou essa diferença e acabou triunfando na disputa de pênaltis. Uma partida rara, de grande beleza. Era um futebol-espetáculo de primeira, fiel à promessa do seu nome.

Naquela noite, uma equipe inglesa mais uma vez havia alcançado o topo do futebol europeu, e de maneira espetacular e merecida, seis anos depois do Manchester United. Naquela noite, foi um time que o ocupava o modesto quinto lugar na primeira divisão inglesa, a "Premier League", que venceu. Aquela foi mais uma demonstração de que o campeonato britânico possui mais clubes do que em outros países capazes de se impor na cena européia. Nela, quatro das suas equipes ambicionam todos os anos dominar os debates continentais: o Liverpool e o Manchester United, portanto, e mais dois clubes londrinos, o Chelsea e o Arsenal.

Dois anos mais tarde, os mesmos estão de volta, prontos para encarar a mesma disputa. A final da Liga dos Campeões vai opor mais uma vez, na quarta-feira, 23 de maio, em Atenas, os "Reds" de Liverpool aos "Rossoneri" do AC Milan. Para os clubes ingleses, os sucessos se repetem. No ano passado, o Arsenal também havia alcançado a final (mas foi superado pelo FC Barcelona). Nesta temporada, eles conseguiram colocar três representantes (Liverpool, Manchester United, Chelsea) entre os quatro que disputaram as semifinais. É de modo coletivo que eles vêm abrindo uma dianteira. Esta dianteira, eles a abrem no campo, é verdade, mas também fora dele. Além dos seus resultados esportivos, os clubes ingleses oferecem de fato aos espectadores condições de atendimento e de conforto excepcionais - apenas a Alemanha possui estádios comparáveis - e, além disso, eles souberam diversificar as suas fontes de renda para garantir um desenvolvimento mais sólido do que em outros lugares.

Para um francês acostumado com as arquibancadas de concreto do seu campeonato de primeira divisão, presenciar uma partida noturna no Old Trafford, a toca do Manchester United, é uma experiência única. Este estádio, que foi apelidado de "Teatro dos sonhos", não possui nem grades, nem quaisquer outras separações. O gramado verdejante está bem ali, diante do nariz dos espectadores das primeiras fileiras, ao alcance da mão.


Mais acima, nas arquibancadas sempre lotadas (76.000 lugares), todos estão sentados bem quietinhos. Não há o menor sinal de qualquer grupo de torcedores organizado, nem mesmo faixas. Os cantos ressoam com profundidade, quase discretos. Além disso, no "palco", um grupo de estrelas transmite como quem não quer nada a sensação de que, para completar a apresentação, só falta uma grande lona de pano vermelho para garantir que a cortina seja levantada e depois abaixada.

Contudo, vinte anos atrás, o futebol inglês estava no fundo do poço, gangrenado pela violência. O drama do estádio do Heysel, em Bruxelas, em 29 de maio de 1985, onde 39 pessoas haviam morrido vítimas dos excessos de hooligans que estavam torcendo pelo Liverpool, fez com que os seus clubes fossem praticamente banidos das disputas européias. Os seus times foram excluídos das competições no continente durante cinco anos. Então, em 15 de abril de 1989, a tragédia de Hillsborough, em Sheffield, onde 96 pessoas foram mortas esmagadas, pareceu ter dado ao "soccer" inglês o golpe de misericórdia.

Na verdade, este drama teve o efeito de um choque elétrico que esteve na origem do seu renascimento. O relatório Taylor, encomendado em conseqüência da catástrofe, estabeleceu as bases daquilo que iria se transformar, em 1992, na Premier League. As tribunas e as bancadas foram renovadas e medidas draconianas foram tomadas de modo a garantir a segurança e fazer com que as famílias pudessem voltar para os estádios. A instalação de lugares sentados e de câmeras, a profissionalização dos serviços de segurança, e uma série de outras mudanças, desde então foram imitadas por muitos outros clubes no mundo inteiro.

No início dos anos 1990, o projeto encontrou o seu promotor. O magnata dos meios de comunicação, Rupert Murdoch estava à procura de um espetáculo que fosse capaz de ajudá-lo a promover o lançamento do seu conjunto de canais especializados, reunido sob o nome de Sky Sports. Ele injetou no futebol quantias consideráveis em direitos de transmissão. A idéia era simples: o investimento deveria aumentar a qualidade do espetáculo, e, portanto, o número de assinantes.

Círculo virtuoso

O campeonato inglês atual é o resultado de um "círculo virtuoso", explica Frédéric Bolotny, do Centro de direito e de economia do esporte de Limoges (no centro da França). "É um espetáculo televisivo, mas não é só isso. É também um espetáculo ao qual se pode assistir no local onde ele acontece. Em conseqüência, ele não é dependente de uma única fonte de renda. Em 2004-2005, os direitos de transmissão pela TV não representavam mais do que 43% das suas fontes de renda, enquanto 31% provinham das receitas dos jogos". Na França, os clubes dependem de um grande difusor, Canal+, que garantiu, em 2004-2005, mais de 60% das suas receitas.

A façanha do futebol inglês também foi de conseguir apresentar um espetáculo de vocação internacional. Hoje os seus jogos são transmitidos em cerca de 200 países, e a sua audiência ultrapassa atualmente um bilhão de telespectadores. O Manchester United, por exemplo, foi um pioneiro das turnês promocionais estivais na Ásia.

O poder de entretenimento e de geração de receitas da Premier League tornou-se único. O faturamento cumulado dos clubes é superior em 40% aquele do campeonato italiano. Além de tudo, ele segue crescendo: novos direitos de transmissão pela TV, cujo valor aumentou em 70%, vão entrar em vigor durante a temporada de 2007-2008, o que lhe permitirá aumentar mais ainda a sua dianteira em relação aos outros campeonatos europeus. Os investidores estrangeiros se precipitam, liderados pelos fundos de investimentos americanos e os oligarcas russos. Foi a Emirates Airlines, a companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, que financiou a construção do novo estádio do Arsenal.

Qual perigo poderia estar à espreita dos clubes ingleses? O preço dos lugares, talvez. Na Inglaterra, a receita média, por espectador, é em média de 50 euros (R$ 133,00), ou seja, cerca de quatro vezes mais do que na França. O futebol inglês optou deliberadamente por criar um produto de luxo, afastando com isso as camadas mais pobres da população - e erradicando também os distúrbios. Diante disso, não faltam aqueles que hoje se preocupam com esta inflação. Dentre eles está o ministro britânico dos esportes, sensível à causa dos jovens cujos parcos recursos não lhes permitem mais aceder aos estádios.

Alguns torcedores do Manchester United, desesperados com a tendência do seu clube a se tornar cada vez mais "burguês", fundaram o FC United Manchester, um clube popular que atrai todo fim de semana 4.000 espectadores. Fundado em 2005, quando estreou disputando a décima divisão, este time jogará na próxima temporada na oitava. Mas nesse meio-tempo, também, a violência dos torcedores acabou encontrando novos terrenos para agir, fora dos campos: nas divisões inferiores.

As receitas com marketing do Liverpool Inc.


Bill Shankly provavelmente deve ter se revirado no seu túmulo. O treinador mítico dos Reds, que comandou o time de 1959 a 1974, cuja estátua vigia a entrada do estádio de Anfield, era uma figura eminente do socialismo escocês. Ora, eis que, desde fevereiro, o Liverpool FC, o seu "Liverpool", pertence a dois milionários americanos, George Gillett e Tom Hicks. E, para complicar tudo de vez, os dois são amigos pessoais de George W. Bush!

Os dois cúmplices estão rindo à toa desde que eles ganharam a sua aposta: acrescentar a instituição do Merseyside ao seu império dos esportes formado por equipes norte-americanas de hóquei no gelo e de basquete, sem se esquecer da rede de televisão Fox Sports em espanhol, que emite para todo o continente.

"Interessados em estender as suas atividades fora dos Estados Unidos, Gillett e Tom Hicks entenderam que a compra do Liverpool lhes oferece a possibilidade de atuar na escala mundial", explica Rogan Taylor, um especialista do business esportivo na Escola de gestão empresarial de Liverpool. Aos olhos dos dois americanos, este clube, apesar da sua formidável galeria de títulos conquistados, é em primeiro lugar uma marca planetária cujo prestígio é menosprezado. A dupla está decidida a desenvolver o seu potencial comercial, em particular por meio da venda de "produtos derivados" e dos patrocínios internacionais. Em primeiro lugar na América do Sul, onde o atual treinador, Rafael Benitez, e o goleiro "Pepe" Reina, ambos espanhóis, são idolatrados.

Além da construção de um novo estádio de 60.000 lugares, Gillett e Hicks prometeram investir maciçamente no desenvolvimento comercial da empresa Liverpool Inc. Assim como fez Malcolm Glazer no Manchester United, os novos proprietários colocaram os seus filhos respectivos em postos de comando. Com isso, o diretor-geral, Rick Parry, tem agora ao seu lado Forster Gillett, 31 anos, que proporciona o seu know-how em matéria de gestão, adquirido junto ao pai no clube de hóquei de Montréal.

Contudo, no curto prazo, a sua ambição para o Liverpool FC esbarrou em resistências. A prefeitura de Liverpool recusou o seu projeto de aumentar para 75.000 o número de lugares do futuro estádio. E o seu plano que visava a oferecer uma gama de preços muito mais ampla foi abandonado. O bilhete de preço o mais alto, que custa 28 libras (R$ 110), permanece duas vezes mais barato do que no Chelsea ou no Arsenal. Por quanto tempo ainda?

domingo, 27 de maio de 2007

Ícones


Falo de vôlei quase como um semi-leigo. Eram quase cinco da manhã e, sem sono, me vi diante de um tie-break da seleção brasileira contra a Coréia do Sul. Impossível não ver até o fim.

Na quadra, não estavam os principais jogadores dos últimos tempos (Ricardinho, Giba, Sérgio e Gustavo, por exemplo). Mas estava Nalbert. E que presença fantástica.

Com um match-point contra, foi ele, retornando ao vôlei de quadra, quem botou no chão uma bola um pouco quadrada que levantou Marcelinho. Foi ao saque e, com uma estrela enorme, cravou um ace, mudando a vantagem de lado. Coube a Rodrigão, grande bloqueador, dar a vitória ao time brasileiro.

Vale ressaltar que do outro lado estava uma Coréia do Sul hiper aflita por uma vitória diante de sua vibrante torcida. Mas do lado de cá estava Nalbert, um gigante, um monstro, daqueles ícones do esporte mundial.

sábado, 26 de maio de 2007

Seleção da Liga dos Campeões

Rapidinho rapidinho, no pique! Seleção da Liga dos Campeões.
Podem cornetar, mas tem que justificar.

Reina

Não tivemos grandes goleiros nessa edição. Tendo a optar pelo Reina por ter ido muito bem contra Chelsea e Barcelona.

Essien

Odeio improvisações em seleção de campeonato. Mas, nesse caso, dou uma de Mourinho e coloco esse ganês, um monstro, como o lateral-direito. Foi absolutamente decisivo contra o Valencia.

Carragher

Excepcionais atuações. Carragher, que no começo de carreira era um lateral sofrível, é hoje um dos melhores zagueiros do mundo. Esbanja vitalidade, posicionamento e é muito voluntarioso.

Alex

O brasileiro do PSV entra por quatro jogos. Dois em que jogou, dois em que esteve de fora. Contra o Arsenal, foi vital e individualmente dominou o ataque inglês. Já na fase seguinte diante do Liverpool, deixou clara a importância que tinha para o time que levou uma goleada dentro de casa.

Riise

Poderia entrar no meio-campo, até porque é lá onde rende mais. Esse norueguês, combinação balanceada de força e muita categoria, foi uma das razões para que o Liverpool fosse à final.

Carrick

O que fez esse jogador contra a Roma em Old Trafford foi impressionante. Contra o Milan, foi um dos que não decepcionou e primou pela regularidade em quase todos os momentos.

Gattuso

Parte do mérito pela vitória sobre o Manchester United foi pela marcação. Nesse sentido, Gattuso, um leão nos momentos decisivos, entra no time.

Gerrard

Já está se tornando rotina ver Gerrard brilhar no cenário europeu. Mais uma vez, foi alma e coração da equipe de Rafa Benítez. Foi a lucidez do time contra o Barcelona, o mais valente contra o Chelsea e o mais afim de jogo contra o Milan.

Seedorf

Em uma seleção, não há como relativizar os momentos decisivos. Por isso, Seedorf, opaco em parte da competição, tem que ser escolhido. Foi o parceiro ideal para Kaká e especialmente contra Bayern e Manchester, brilhou.

Kaká

O nome da competição, sem dúvidas.

Drogba

É hoje o maior centroavante da Europa. Por isso e claro, por belas exibições na competição, está no comando do ataque.

Téc: Carlo Ancelotti

O papel do treinador é, muitas vezes, tirar o melhor do elenco que tem. Ancelotti foi competente e encaixou o futebol do time a partir da quarta-de-final.

Reservas
Dida, Finnan, Nesta, Ricardo Carvalho e Salcido; Mascherano, Van Bommel e David Silva; Rooney, Inzaghi e David Villa.

Entrevista com ... comigo mesmo! 2ª versão

Já que a primeira versão [ http://dassler.blogspot.com/2007/05/entrevista-com-comigo-mesmo.html ] foi um grande sucesso de crítica e público, venho então com a segunda auto-entrevista à la Salvador Hugo Palaia (será que isso vai virar um quadro fixo? acho que não). Aqui, questões um pouco diferentes sobre preferências pessoais. Vamos lá!

Pingue-pongue

Qual seu segundo time?
Não tenho um específico, costuma variar. Atualmente, vinha gostando do Manchester United e sigo torcendo pelo Palmeiras (isso mesmo!).

Qual o jogo marcante da seleção brasileira?
Brasil e Holanda em 94, sem dúvidas. Ali foi a final da Copa.

Qual sua seleção de todos os tempos? Agora, dos que viu jogar.

Yashin, Leandro, Bobby Moore, Domingos da Guia e Nílton Santos; Beckenbauer, Fritz Walter e Cruyff; Garrincha, Pelé e Puskas.

Liste três treinadores do passado?
Sepp Herberger, Alex Ferguson e Rinus Michels.

Um ídolo no esporte? Sem contar do futebol.
Além do Senna e do Guga (já citado na outra semana), Oscar Schmidt.

Liste cinco filmes:
1-) Vivos, a Tragédia dos Andes
2-) Cazuza
3-) À procura da felicidade
4-) Snatch: Porcos e diamantes
5-) Clube da Luta

Enfim, já faltam perguntas. Definitivamente não será um quadro fixo :)
Termino essa ladainha por aqui. Obrigado por quem foi até o final.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Lúcio, Diego Souza, Teco e Tcheco


Em 2003, Lúcio, então lateral-esquerdo do Palmeiras, se dizia entre os melhores do mundo na posição. Àquele momento, o palmeirense era quase um embrião do são-paulino Souza - usava brincos de gosto duvidoso e soltava bravatas aos microfones. Meses depois, se tornou inimigo número 1 da torcida, antes de passar despercebido pelo São Paulo e chegar ao Grêmio.

Diego Souza estava encostado no time B do Benfica em Portugal. Havia saído de maneira estranha do Fluminense antes de ganhar a camisa 10 no Flamengo. Nem mesmo um prêmio como esse fez com que o garoto promissor se livrasse do rótulo de indolente. Mano Menezes o pediu e Felipão, lá de Portugal, disse aos dirigentes encarnados que o liberassem para o tricolor gaúcho.

Tcheco provocou brigas de foice no futebol paulista quando, em 2004, anunciou a intenção de voltar ao Brasil. Foi tão mal no Santos, tão mal, que ninguém poderia acreditar em uma volta por cima no Grêmio. Seu quase homônimo, o zagueiro Teco, fora trocado com o Cruzeiro por... Pedro Júnior! Que nem em Minas está mais. É a quinta ou sexta opção para o ataque do São Caetano.

Coindicências? No sucesso do Grêmio, o que mais impressiona é a capacidade de recuperar jogadores desacreditados. Hoje, Lúcio tem sido absolutamente essencial e mostra a eficácia ofensiva de quando era, segundo ele, um dos maiores do mundo. Diego Souza, indiscutivelmente, foi o melhor contra o São Paulo nos dois jogos. Tcheco, visivelmente recuperado, mostra o futebol que lhe consagrou com o Coritiba há alguns anos. E por fim, Teco, mostra uma maturidade que impressiona e deve fazer os cruzeirenses morrer de raiva.

Encontrar respostas para essa pergunta é uma questão que exige raciocínio profundo. A conclusão óbvia é de que há comando forte, de que Mano Menezes conhece futebol e conhece mais ainda da alma dos jogadores. Outra resposta é de que há uma vibração positiva tão grande dentro do Olímpico que é impossível não render. E de impossível, aliás, o tricolor gaúcho entende muito bem.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Carletto


A enorme turma que adora odiar Carlo Ancelotti pode se render. Com Ambrosini e tudo,o italiano foi um dos principais responsáveis pelo título europeu, que aliás, parece ser sinônimo de Milan. Mesmo com dificuldades em termos de elenco, sobretudo atacantes, mesmo com muitas lesões, mesmo com vários veteranos, Ancelotti traçou uma estratégia de jogo e confiou nela até o final.

Protegeu uma defesa que, mesmo competente, era muito lenta. Assim, usou e abusou do talento de Kaká, melhor da competição, e confiou a Seedorf a alcunha de seu fiel auxiliar. E o holandês jogou demais. Contra Bayern de Munique, é que Ancelotti conseguiu o encaixe perfeito do time que tanto hesitou nas fases anteriores e atropelaria o incrível Manchester United.

Com um meio-campo sólido e espaço para Kaká e Seedorf, o Milan foi soberbo. Inzaghi, sujeito dos mais predestinados no futebol atual, agradeceu a preferência do treinador com dois gols de centroavante. E Ancelotti, com seu segundo título europeu, soube aproveitaro que tinha de melhor em mãos e, à sua visão particular do esporte, venceu. E é um vencedor, por mais incrível que possa parecer.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

★ PREVIEWS – LIGA DOS CAMPEÕES


FINAL

Milan (Ita) x Liverpool (Ing)

Rivalidade, tradição, camisa forte, grandes jogadores, disciplina tática, defesas robustas, treinadores experientes, muitos títulos: não faltará nada. O palco, não poderia ser mais épico: Atenas, um local de extrema relevância mundial. Milan e Liverpool, ao melhor estilo das escolas italianas e inglesas, ao melhor estilo que se pede por uma final de Liga dos Campeões.

Sedento por vingança, embora tenha tido cuidado com esse clima de revanche, o Milan chega para sua décima primeira final de Liga dos Campeões: número só superado pelo Real Madrid que atingiu doze vezes. Típico exemplo de equipe que se acerta dentro da competição, o atual esquadrão milanista ganhou força ao bater Bayern de Munique e Manchester United (este tido como favorito ao título) de forma absolutamente convincente.

Ancelotti, contestado em muitos momentos, comprovou a capacidade de guiar o Milan para grandes conquistas. Sem dispor de opções interessantes para formar uma dupla de ataque, optou por um meio-campo hostil na marcação e onde Seedorf e Kaká, dividindo as funções de trequartista, têm se mostrado incontestavelmente soberbos.

Na frente de batalha inglesa, a consistência e o equilíbrio dentro de campo são armas impostas no trabalho de Rafa Benítez. Completamente íntimo de duelos desta natureza, Benítez, com um plantel moldado ao seu feitio, tem um leque de opções superior ao dos italianos e até mesmo variações táticas mais interessantes.

O sutil favoritismo apontado por muitos ao Milan certamente não incomodará ao Liverpool. Preparados para atuar como franco-atiradores, os Reds já fizeram esse papel contra Barcelona e Chelsea, duas equipes fortíssimas, mas que sentiram o gosto amargo de medir forças com um adversário de tradição européia relevante.

Final mais aguardada dos últimos quinze anos – rivaliza apenas com Milan e Barcelona de 94, o duelo entre Liverpool e Milan monopolizará ao máximo as atenções de todo o mundo da bola. Equipes fortíssimas em um campeonato que enche os olhos de qualquer pessoa, por mais alheia que seja ao futebol. Um duelo para não se perder. A História sendo escrita no presente. Onze títulos europeus dentro de campo.

★ Milan em: “Fibra”

Poucas vezes se viu - ao menos nos últimos anos - uma equipe européia de sangue latino tão à flor da pele. A combatividade de uma defesa protegida por cães de guarda como Gattuso e Ambrosini, dá o tempero de fibra que qualquer time campeão necessita, embora o Milan tenha por si só uma tradição européia que transcende esses fatores.

Taticamente ajustado ao longo da competição, o finalista italiano encontrou o ponto ideal para seu jogo quando foi a Munique duelar com o Bayern por uma vaga na semifinal. Na ocasião, o Milan chegava com um resultado ruim na bagagem: 2-2 dentro de casa. Antes, havia sofrido para vencer Celtic e no grupo mais fácil da fase anterior, não conseguiu convencer.

Pois em Munique, Seedorf e Kaká brilharam intensamente, amparados por uma exibição magnífica de Alessandro Nesta e todo o sistema defensivo. A máxima daquela partida se repetiria também contra o Manchester United, quando os rossoneri, após sair de Old Trafford com um bom resultado na bagagem (2-3), aniquilaram os Red Devils com incontestáveis 3-0.

Para vencer o Liverpool, é praticamente impossível que Carlo Ancelotti tenha alguma surpresa preparada. Deverá mais uma vez proteger a defesa com o poder de marcação propiciado por Gattuso e Ambrosini e soltar mais Andrea Pirlo para a organização. Sendo assim, espera-se o máximo de imaginação ofensiva de Kaká – que pode fazer o jogo para vencer o prêmio da Fifa, e Seedorf, que tem jogado um futebol de altíssimo nível. Se souber se impor como nos últimos jogos, será difícil barrar o Milan e sua sede de vingança.

Time provável: Dida, Oddo, Nesta, Maldini (Kaladze) e Jankulosvki; Pirlo, Gattuso e Ambrosini; Kaká e Seedorf; Gilardino (Inzaghi).

Artilheiro: Kaká – 10 gols (1º da competição)
Assistente: Clarence Seedorf – 4 assistências ( 4º da competição)Passou por: Lille, AEK, Anderlecht, Celtic, Bayern e Manchester Utd.

Posição na Série A: 4º Fase de grupos: 1º Milan – 10 pontos Títulos na Liga dos Campeões: 06 (63, 69, 89, 90, 94 e 2003)

★ Liverpool em: “Equilíbrio”

A tendência que o novo estilo de futebol inglês apresenta está bastante presente na concepção de jogo do Liverpool de Rafa Benítez. É normalmente pelos lados do campo, com Jon Arne Riise, Finnan e Gerrard, que chegam os Reds. Para defender, se fecham com duas linhas de quatro homens que formam um verdadeiro ferrolho para o oponente. Equilíbrio tático, consistência na defesa e a eficiência em converter eventuais chances de gol é o que faz essa equipe parecer invencível.

Para chegar ao duelo épico da próxima quarta-feira, Benítez usou a mesma receita de dois anos atrás: jogou como franco-atirador, sobretudo diante de um fortíssimo Barcelona, atual campeão europeu, já pela fase de oitavas-de-final. Após passar sem sustos pelo PSV Eindhoven, já com um convincente 3-0 no jogo de ida na Holanda, havia ainda o Chelsea pelo caminho. Neste outro duelo com proporções psicológicas acima do normal, pesou a melhor forma física e mental dos Reds para decidir nos pênaltis.

O plantel inglês, de modo geral, é superior ao que dispõe Carlo Ancelotti. Mesmo assim, não é de esperar nenhuma novidade no onze inicial. Benítez contará com a ótima forma de Agger-Carragher, este último o melhor zagueiro da competição. A presença de Riise, no meio ou na lateral, é sempre muito eficaz e compõe com Gerrard – diferencial técnico e mental do time – a maior ameaça ofensiva. Na faixa central da segunda linha, é provável que Javier Mascherano, dono de exibição de gala na última partida, tenha a companhia de Xabi Alonso.

O estilo de jogo do Liverpool, comparado ao que costuma fazer o Milan em campo, compõe um cenário que promete trazer tensão pra dentro do jogo. Equipes fortes do ponto de vista tático e físico que, no auge da estafa mental e de muito cansaço, darão de tudo para um título de grandeza incomparável. Nesse raciocínio, estar sem foco na disputa doméstica foi positivo. E os ingleses, com essa incrível sensação de que não perdem nunca, só precisarão de mais um jogo para comprovar tradição e equilíbrio.

Time provável: Reina, Finnan, Carragher, Agger e Riise; Gerrard, Mascherano, Xabi Alonso e Zenden (Arbeloa); Kuyt e Crouch (Bellamy)
Artilheiro: Crouch – 6 gols (2º da competição)
Assistente: Steve Finnan – 4 assistências (4º da competição)Passou por: PSV Eindhoven, Bordeaux, Galatasaray, Barcelona, novamente PSV e Chelsea.

Posição na Premier League: 3ºFase de grupos: 1º - 13 pontosTítulos na Liga dos Campeões: 05 (77, 78, 81, 84 e 2005)

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Dinossauros


Segundo conta a história, os dinossauros são os seres que habitaram a Terra do período Jurássico ao Cretácico, há mais de 200 milhões de anos atrás. Entre as suas características peculiares, destacam-se a bravura e a longevidade, capaz de lhes manterem em atividade por muitos e muitos anos.

Ainda que possa parecer obscuro e duvidoso, há quem defenda que os dinossauros, possivelmente já extintos, tenham reencarnado na alma de jogadores de futebol. De acordo com a teoria, os atletas se utilizaram da longevidade propiciada pelos animais e assim fizeram de suas carreiras uma trajetória fantástica, quase uma história sem fim. Mas como tudo um dia termina - até os dinossauros - estes monstros sagrados da bola deram adeus neste fim de semana.

- Tiranoscholl -

Na manhã de sábado, Mehmet Scholl, alemão de origem turca com um refinamento técnico todo sul-americano, foi o primeiro a dizer adeus neste fim de semana triste para os fãs da bola. Scholl teve para si uma Allianz Arena toda apaixonada por ele que, durante quinze temporadas, encantou os bávaros com um estilo de jogo que aliava muita habilidade a um futebol de extrema leveza.

Colaborou de maneira direta para que o Bayern conquistasse a Bundesliga por oito oportunidades. A Copa da Alemanha, venceu outras cinco e, em 2001, a Liga dos Campeões. Ainda houve tempo para uma Copa Uefa, em 1996, mesmo ano em que, pelo Nationalelf, conquistou a Eurocopa.

Scholl parte do futebol em um momento em que as dificuldades físicas, marcas de sua carreira, já superavam os enormes atributos técnicos. Ainda que seja uma época de fortes perspectivas para o futebol dentro da Alemanha, não parece surgir um meio-campista de toque refinado quanto este cerebral camisa 7 do Bayern de Munique. Camisa aliás, que poucos souberam honrar tanto quanto ele, um sujeito capaz de atravessar gerações com uma qualidade bem peculiar.

- Peruzzidátilo –

Angelo Peruzzi perdeu duas Copas do Mundo (94 e 98) e uma Eurocopa (2000) por lesão. E acredite: ele é um sortudo! Não que sua enorme capacidade debaixo das traves tenha caído do céu, mas Peruzzi, de tantas façanhas por Lazio e especialmente Juventus, foi um dos maiores arqueiros que a Itália já viu. E rivalizar com Buffon e Dino Zoff não é uma tarefa das mais simplórias.

É normal ficar impressionado com a segurança que Peruzzi transmitiu como goleiro. Com apenas 1,81m de altura, o italiano ainda deixou sempre a sensação de que tinha uns quilos a mais. Se tinha ou não, só a balança pode confirmar. O fato é que, mesmo já com os 37 anos atuais, o arqueiro que acaba de deixar a Lazio e o futebol era dos mais seguros na Série A.

Ainda que tenha perdido duas Copas do Mundo, Peruzzi foi o reserva imediato de Buffon na Copa 2006. Segundo confidenciou De Rossi, meia da Roma, o experiente goleiro foi um dos segredos no sucesso italiano. Sucesso aliás que marcou a carreira pautada por um título de Liga dos Campeões, outro de Copa da Uefa, outro de Mundial Interclubes, além de três scudetti.

- Costactosaurus –

Alessandro Costacurta desafiou os limites da bola ao se manter em ação até os 41 anos de idade. Tido sempre como um zagueiro de aplicação, profissionalismo e desarme acima da média, foi um gigante em um país que, tradicionamente, produz defensores de primeira linha em grande escala. Talvez por isso, não se faça presente em alguns selecionados históricos que se possa fazer, o que obviamente não diminui a carreira de um dos principais centrais da história do Milan.

Parte importante no sistema defensivo do Milan do fim dos anos 80 e início da década de 90, Costacurta formou com Baresi, Tassoti e Maldini a linha defensiva que reformulou o sistema de marcação do futebol italiano. Já nos dias atuais, com importância secundária para o time titular, se manteve firme como homem de confiança de Carlo Ancelotti.

Com a camisa rossonera, foram sete títulos de Série A e quatro Liga dos Campeões (ainda pode vencer a quinta). Na extensa galeria ainda constam cinco vitórias na Supercopa Italiana, outras quatro na européia, além de uma Copa Itália e dois Mundiais Interclubes. Sensacional!

Ídolos


O assunto, infelizmente, esfriou tanto, tanto, que não ganhou a repercussão merecida.Ter um jogador profissional, nos anos 90 e 2000, que faça mil gols, mesmo que com todas as contestações, merecia mais.

Um centroavante com a capacidade de posicionamento, finalização e técnica de Romário, com toda personalidade, merecia mais.

Infelizmente, o Brasil é um país que não sabe lidar com grandes ídolos.
Ronaldo, maior artilheiro da história das Copas, é um gordo inútil, namorador.
Ronaldinho, outro fora-de-série, só sabe pedalar, é um amarelão. Como também se disse de Kaká.

Gustavo Kuerten, que já ganhou dinheiro suficiente para garantir a vida de várias gerações da família, segue treinando, fazendo fisioterapia, disputa torneios, perde quase todos, e segue tentando. Pra mim, isso é sensacional!

É sensacional ver quem já tem tudo que o Romário tem, mirar um objetivo espetacular e ir atrás disso com unhas e dentes. Pra mim, particularmente, a vida é feita de desafios. Sou fã de quem se supera, de quem batalha todos os dias.
Gênios como Romário, ou até mesmo Guga, não têm hora de parar.Param quando quiser.
Parabéns Romário!

domingo, 20 de maio de 2007

Venceu o Stuttgart. Venceu o Nationalelf.



"No futebol, não há receita pronta para vitória". Essa frase típica do esporte, mais uma vez, foi comprovada neste sábado. O Stuttgart, com um time jovem e pouco badalado, ratificou o título da Bundesliga 06-07 ao bater em casa o Energie Cottbus por 2 a 1, gols de Hitzlsperger e Khedira. Com uma campanha estável durante toda a temporada, o Roten deu o bote decisivo para a conquista a duas rodadas do fim, propiciado por dois resultados ruins do Schalke 04, então líder.

Nesta conquista, impressiona o grande trabalho de Armin Veh, treinador do Stuttgart e até então com nenhuma experiência em equipes médias e grandes da Alemanha. Com uma série de ótimos novos jogadores revelados, não só no time campeão, mas em Schalke 04, Werder Bremen e outros, vence também com o Nationalelf. Joachim Löw, inclusive, já tem aproveitado alguns deles em uma discreta renovação nos quadros da seleção, terceira colocada na última Copa do Mundo.

Apenas no campeão Stuttgart, são vários os bons novos jogadores. Na defesa, Tasçi, reserva imediato e grande curinga, é um nome que merece atenção. Mais à frente, Hilbert e Khedira, técnicos e taticamente interessantes, auxiliaram o principal destaque, Mario Gómez, 1,89m, 21 anos, e muito bom tecnicamente. Hitzlsperger, já com 25 anos, amadureceu claramente após uma passagem ruim pelo futebol inglês.

No vice-campeão Schalke 04 também apareceram ótimos jogadores. O arqueiro Neuer, de 21 anos e uma segurança capaz de rivalizar com Kahn, Lehmann e Hildebrand. Aliás, ver surgir um novo goleiro tão jovem foi um alívio tremendo para quem só pode confiar em veteranos. Falando ainda dos Azuis Reais, Pander se mostrou um nome pronto para brigar por posição na lateral. E o novíssimo Özil, de ascendência turca, poderá ser útil a médio-prazo.

Por fim, Joachim Löw pôde ainda encontrar três possíveis opções para o ataque. Jan Schlaudraff, 23 anos, conseguiu ser destaque pelo rebaixado Alemannia Aachen ao fazer dois golaços memoráveis e jogará pelo Bayern na próxima temporada. No Werder Bremen, o consagrado Miroslav Klose atuou durante toda a Bundesliga ao lado do jovem Aaron Hunt, apenas 20 anos, e de virtudes técnicas consideráveis. Por fim, o ‘panzer’ Stefan Kiessling, 23 anos, 1,91m, mostrou faro de gol pelo Bayer Leverkusen e já é tido como selecionável.

Há poucos anos, um dos discursos mais freqüentes na Alemanha era a respeito da dificuldade em revelar novos jogadores. Pois a Bundesliga, 2006-2007, justamente após uma Copa do Mundo fantástica para os alemães, dá o tom de que o Nationalelf tem potencial de crescimento para se manter no topo por mais alguns anos.

sábado, 19 de maio de 2007

Renan


Os burburinhos em torno da saída de Clemer dos titulares do Internacional não fazem sentido. Renan, o melhor dos Colorados contra o Atlético Paranaense neste sábado, fechou o gol. Com maturidade suficiente para vestir a camisa 1 do Campeão do Mundo, o garoto fez três defesas simplesmente excepcionais. Até Alex Mineiro fazer o gol da vitória dos paranaenses, o goleiro dava a sensação de que nada passaria por ele.

Com qualidade e muita personalidade, é definitivamente o momento da transição ser consolidada. Clemer, mesmo que com importância interna, não está mais no mesmo nível do novo titular. Aliás, jamais foi um goleiro totalmente seguro. Por tudo que tem feito, por tudo que promete fazer, e por tudo que fez no Brasileirão-06 (bateu o recorde de invencibilidade no Brasileirão), Renan é a bola da vez no Beira Rio.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Entrevista com... comigo mesmo!

Sexta-feira é sempre aquela dificuldade em arrumar assunto. Sendo assim, dou uma de Palaia e faço um rápido pingue-pongue, comigo mesmo, para falar mais de mim pra vocês, milhões de leitores. E não deixar o blog parado.

Pingue-pongue

Qual o seu time?
Corinthians.

Qual o jogo marcante?
Corinthians e Santos, no Paulistão de 2001. Em termos de emoções, não vi nada comparável.

Qual a sua seleção de todos os tempos?
Falo dos que vi jogar. Schmeichel, Thuram, Baresi, Maldini e Roberto Carlos; Redondo, Ince, Maradona e Zidane; Romário e Ronaldo.

Ídolo no futebol?
Neto.

Qual o melhor e o pior esporte?
O melhor, futebol. O pior, boxe.

Em que rádio você ouve futebol?
Bandeirantes AM.

A revista que você lê?
Placar e Trivela.

A personalidade marcante em sua vida?
Meus pais, sem dúvida.
No Esporte, opto por Gustavo Kuerten.

Narrador esportivo de TV e de rádio?
Na TV, Mílton Leite e Cléber Machado. No rádio, Silvério, claro.

Comentarista esportivo de TV e de rádio?
Como sou fã dos dois, dá pra dividir. PVC na tv, Mauro Beting no rádio.

Repórter esportivo de TV e de rádio?
Na TV, sem dúvidas, André Plihal. No rádio, nenhuma preferência relevante.

Apresentador esportivo de TV e de rádio?
Na TV, João Carlos Albuquerque. No rádio, Mílton Neves.

Programa esportivo de TV?
Já foi o Linha de Passe. Hoje, tendo a escolher Arena Sportv.

Quem melhor escreve sobre esporte no Brasil?
Tostão, FATO.

Melhor e o pior técnico?
Pra escolher só um, fico com o Felipão, o melhor.O pior seria a mistura da esperteza do Joel Santana, com a educação do Leão e o discurso do PC Gusmão.

Libertad(ores)


A postura decepcionante de gremistas e santistas, nesta quarta-feira, contrasta e muito com o que fez o Libertad, do Paraguai, dentro de La Bombonera. Tivessem as equipes brasileiras um adversário como o Boca, e certamente teríamos tido duas jornadas catastróficas. Uma aula de como se exibir jogando fora de casa, sem covardia, mas com cuidados defensivos evidentemente, foi ministrada pelos paraguaios.

Com nove dos dez jogadores atrás da linha da bola durante o tempo todo, o Libertad, com extrema simplicidade, exterminava em doses cirúrgicas os avanços de um Boca Juniors tenso por demais, em especial o atacante Palacio. Psicologicamente, os paraguaios mostravam preparo suficiente para sair de La Bombonera - um dos terrenos mais hostis do mundo da bola – com um grande resultado.

Com saídas rápidas e em bloco para o ataque, o Libertad, com absoluta frequência, levava perigo à defesa boquense. Sempre que possível, inclusive, os paraguaios mantinham a posse de bola no campo ofensivo e pressionavam, ocasionalmente, as saídas descoordenadas de um Banega irreconhecível como volante central. Vale lembrar que Sergio Markarian, treinador dos visitantes, em momento algum fez substituições defensivas.

Tecnicamente, os paraguaios também impressionaram pela capacidade de desempenhar ações ofensivas e defensivas com a mesma eficácia. Marín, mais uma vez, mostrou que tinha bola pra jogar em um clube médio-grande do Brasil. Com ele pelo lado esquerdo do meio, o Libertad chegou com perigo em algumas oportunidades. À frente, impressionante a forma de Rodrigo Lopez atuando com habilidade entre os dois defensores do Boca. Técnico, ágil e fisicamente forte, Lopez atormentou os argentinos o tempo todo. E contou com outro argentino.

Pablo Guiñazu, fardando a camisa cinco do Libertad, é indiscutivelmente o dono da equipe. Se fosse italiano, seria chamado fantasista. Carrega a bola com inteligência rente ao seu talentoso pé-esquerdo. Dali não desgruda. É volantão, mas é quem articula as ações do time, em um raro exemplo de cabeça-de-área organizador. Evidente que tem funções defensivas: marca firme, corre o campo todo, e claro, dá suas pancadas. Afinal, ninguém é argentino impunemente.

A aula de como jogar fora-de-casa, incrivelmente, contou com o abono de três ações improváveis. Um peruzaço de Caranta. Estranho né? Um gol argentino mal anulado, dentro de La Bombonera. Impensável? E Riquelme, infelizmente cada dia menos feliz, bater e perder um pênalti no meio do gol. Surreal!

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Cúcuta!


Belíssimo segundo tempo do Cúcuta diante do Nacional do Uruguai.
Na etapa inicial, boas ações, mas uma tensão natural pelo primeiro gol. Normal que um time pouco experiente, de certa forma, sentisse isso. Impressionante o ímpeto na volta do intervalo.

Dois belíssimos gols. Torres, meia de muita técnica, foi o melhor em campo.
Abriu o placar com um gol de rara habilidade.
Depois, deixou Blas Pérez na cara do gol em lançamento magistral.
Pérez, na minha opinião, o melhor do time, finalizou em altíssimo nível.

É deste panamenho, aliás, que falo na coluna "Conheça o Jogador" que está no ar a partir de quinta-feira no site da Trivela ( www.trivela.com ).

Olho nos colombianos. Longe de serem um novo Once Caldas, por favor.

Vampiro com capeta


Encarar a volta de Vampeta ao Corinthians como piada seria o lógico após a confirmação do jogador no fim de tarde nesta terça-feira. Sem jogar há mais de seis meses e vindo de uma passagem esquecível pelo Goiás, o volante, com 33 anos, pode ser benéfico sim. Porque não?

Primeiramente, 33 anos, atualmente no Brasil, tem sido antônimo de velhice em muitos casos. Se houver dedicação pela forma física, o que parece a principal interrogação, Vampeta pode se tornar uma peça útil em termos de elenco, até porque 75% do Brasileirão será jogado aos finais de semana. Dessa forma, a recuperação física e a manutenção da musculatura em dia fica mais possível.

O fato de chegar com o respaldo da direção e da comissão técnica, de certa forma, também deve ser considerado. Vampeta, durante boa parte da carreira, foi tido como um jogador de grupo, querido por todos e de ótima conduta profissional. Dessa maneira, até mesmo em termos de ambiente, pode colaborar. E tem mais: qualidade por qualidade, no elenco atual corintiano, quase nenhum dos volantes (Fefo, Wendell, Bruno Otávio, Paulo Almeida) tem mais que o reforço.

Ligar a imagem alegre e polêmica que caracteriza Vampeta ao perfil de peladeiro, irresponsável e ex-profissional, nesse caso, é muito mais cômodo.

E você, o que acha da volta de Vampeta ao Corinthians?

terça-feira, 15 de maio de 2007

Consistência merengue


O título com jeitão de massa de bolo não deixa de ser uma receita de sucesso. Resistente à trovoadas e contratempos, Fabio Capello manteve as rédeas do Real Madrid e jogando um futebol confiante, sobretudo a partir do Super Clássico contra o Barcelona, faz uma campanha daquelas que cheira título. Faltam quatro rodadas para o fim da Liga Espanhola e o Real enfim parece dar um passo adiante aos tempos difíceis das últimas temporadas. Ainda que não vença, vale lembrar que foi em uma campanha mais ou menos assim que Rijkaard, em 2004, descobriu o Barcelona que venceria a Liga dos Campeões dois anos depois.

Por mais que na disputa, estejam um Barcelona claudicante e teoricamente rachado, um Valencia remendado e um Sevilla que luta em várias frentes, os resultados mostram que a reação madridista tem méritos próprios. Nas últimas nove partidas, contabilizando a partir do jogo no Camp Nou, são sete vitórias, um empate, justamente contra o Barcelona, além de uma derrota contra o Racing Santander. Neste jogo, a arbitragem, ao marcar duas penalidades contra o Real, foi no mínimo discutível.

Recém-eliminado da Liga dos Campeões, foi contra o Barcelona que o Real iniciou a recuperação. Naquela partida, com braveza e ousadia, sem dar pelota pro momento ruim, fez um jogo ofensivo e que se confunde com a própria identidade do treinador. Seguindo assim, venceu jogos com gols chorados e atuações individualmente brilhantes de Robinho, Guti e Van Nistelrooy. Até mesmo uma paciência maior dos torcedores para Diarra e principalmente Emerson, dois dos volantes com mais presença de campo no cenário europeu. Parece mesmo história de título.

É possível imaginar que, mesmo com algumas turbulências durante a temporada – a maior delas na derrota por 3 a 0 para o Recreativo Huelva – o italiano Fabio Capello tinha um script mais ou menos assim na cabeça. Em especial durante a primeira metade da temporada, Capello sofria críticas pela essência especulativa que caracterizava o jogo da equipe, tradicionalmente adepta do jogo bonito. Como quem arruma a defesa para jogar no ataque, o Real Madrid, de hoje, pode ser rotulado pela bravura e confiança que mostra em campo.

Com quatro jogos a disputar (Recreativo Huelva e Zagaroza fora de casa, Deportivo e Mallorca em casa) o Real de Capello, se mantiver o ânimo dos últimos jogos e contar com boas partidas individualmente de Raúl, Robinho e Nistelrooy, tem tudo para vencer o título espanhol. Mesmo que essa seja a Liga marcada por hesitações dos primeiros colocados, uma hora alguém terá que vencer. E são os merengues, com muita consistência, que merecem todo cuidado.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Brasileirão - 20/20 - Santos


[Apresento, de terça-feira até a próxima semana, textos sobre os clubes da Série A do Brasileirão. Alguns para o blag do Mauro Beting, outros para o Papo de Bola. Todos aqui no blog!].

Brasileirão - 20/20 - Santos

Os resultados obtidos pelo Santos no início da temporada 2007, por si só, já credenciam a equipe ao título brasileiro. Campeão paulista e de brilhante Libertadores até aqui, o alvinegro tem encantado. Some então a eficácia santista da década nesta competição com a vocação de Vanderlei Luxemburgo e chegará então a uma mistura homogênea capaz de manter o Peixe entre os primeiros colocados.

Até mesmo problemas como as saídas de Tiuí e Pedro, além das lesões de Denis, Fabiano e Antônio Carlos, não parecem suficientes para derrubar o Santos. Especialmente se puder contar com a eficácia de Luxemburgo em achar soluções. Seja no próprio elenco, seja no mercado.
Tecnicamente, o que significa o principal dos fatores ao se analisar uma equipe, o Santos é hoje o melhor do Brasil. Mesmo que não tenha um centroavante confiável e que o miolo de zaga não seja intransponível, jogadores como Kleber, Maldonado, Cléber Santana, Zé Roberto e Marcos Aurélio parecem capazes de apresentar um futebol de alto nível durante 38 rodadas.

É justamente aí que mora o aparente único perigo santista. Todos os nomes citados acima, inclusive e especialmente o de Vanderlei Luxemburgo, podem ter forte apelo na abertura de mercado europeu no meio do ano. Sem estas peças e tendo que refazer um planejamento durante o campeonato, o Peixe pode perder muito de sua força. Ainda que haja dúvidas quanto ao foco do clube, justamente pela Libertadores ser uma meta considerável, esse eventual desmanche é o que mais pode preocupar. Com todo mundo em campo e Luxa no comando, o Santos é fortíssimo candidato ao título.

Brasileirão - 19/20 - São Paulo


[Apresento, de terça-feira até a próxima semana, textos sobre os clubes da Série A do Brasileirão. Alguns para o blag do Mauro Beting, outros para o Papo de Bola. Todos aqui no blog!].

Brasileirão - 19/20 - São Paulo

No horizonte são-paulino há uma série de pontos positivos para uma competição longa e de pontos corridos como o Brasileirão. Elenco muito bom, comissão técnica experiente e qualificada, estrutura interna para prevenção e recuperação de lesões, dinheiro em caixa e até em algumas ocasiões, capacidade de repor eventuais perdas com soluções inteligentes. Por tudo isso e por ser o atual campeão, é possível dizer que o São Paulo entra na competição com o peso – claro, dividido com outras equipes – de conquistar o título.

Muricy, que está prestes a completar um ano e meio no comando da equipe, tem uma clara vocação para pontos corridos, tal qual Vanderlei Luxemburgo. Sabe que em todas ocasiões, o mais importante é pontuar. Sabe também, de acordo com o que pede a situação, mandar a campo o que é mais pertinente. Para isso, tem também jogadores versáteis e experientes, além de evidentemente qualificados.

A obsessão natural pela Libertadores, especialmente se a equipe for seguindo adiante, é que pode atrapalhar no Brasileirão. Outros times fortes e mais focados, como o Internacional, por exemplo, podem abrir vantagem segura já nas rodadas iniciais. Também nesse caso, ter diversas opções no elenco é o que pode e deve ajudar o tricolor paulista.

Para ter um vôo seguro durante a temporada, o time, entretanto, precisará fazer ajustes. A fase ruim de Souza e Leandro ; a inconsistência defensiva de Ilsinho; as possíveis birras como a de Júnior; a dificuldade da equipe em manter a posse de bola, além da pouca intimidade de Aloísio com o gol. Administrando bem os problemas, o São Paulo é fortíssimo candidato.

domingo, 13 de maio de 2007

Brasileirão - 18/20 - Sport


[Apresento, de terça-feira até a próxima semana, textos sobre os clubes da Série A do Brasileirão. Alguns para o blag do Mauro Beting, outros para o Papo de Bola. Todos aqui no blog!].

Brasileirão - 18/20 - Sport

Há cerca de um mês, quando ratificou a conquista do estadual, todos apontavam o Sport como equipe capaz de assegurar, sem sustos, uma posição mediana na tabela do Brasileirão. Contudo, após a brilhante e invicta campanha, alguns percalços: no último jogo do Pernambucano, derrota para o Santa Cruz. Na Copa do Brasil, eliminação frente ao Ipatinga. E por fim, Gallo, mentor da equipe, se foi para o Internacional e com ele, dois bons jogadores também deixaram o clube. Giovanni - que acabara de chegar – e Heleno.

A rápida mudança de planos coloca interrogações no caminho do Leão da Ilha. Para substituir Gallo, veio Giba, que também iniciou a carreira no Santos. A base do time segue a mesma, com Fumagalli, Carlinhos Bala, Washington formando a trinca ofensiva. Em termos de elenco, o novo treinador também tem de onde tirar resultados, já que a base montada por Gallo e a direção é excelente pros padrões Norte-Nordeste, sobretudo pela organização interna do clube.

Se Giba, que já não faz bons trabalhos há um tempo, manter o que foi desenhado por Gallo, o sucesso na Série A parece mais provável no horizonte do Sport. Com uma equipe naturalmente veloz e o apoio incondicional da sempre interessante Ilha do Retiro, é provável que na volta à primeira divisão, o Leão da Ilha mantenha o nível de boas campanhas dos anos 90.

sábado, 12 de maio de 2007

Brasileirão - 17/20 - Flamengo

[Apresento, de terça-feira até a próxima semana, textos sobre os clubes da Série A do Brasileirão. Alguns para o blag do Mauro Beting, outros para o Papo de Bola. Todos aqui no blog!].

Brasileirão - 17/20 - Flamengo

Faz muito tempo que o Flamengo não entra em um Campeonato Brasileiro com força para brigar nas primeiras posições. A equipe desenhada ao feitio de Ney Franco, campeã carioca e com alguns bons momentos na Libertadores, tem condições de se estabelecer como uma força alternativa considerável na briga pelo título. Até por cair fora da competição sul-americana com a sensação de que poderia ter feito bem mais, é de se imaginar que o rubro-negro entre na Série A disposto a fazer justiça.

Para impor uma campanha de excelência, será preciso que o clube encare cada jogo como uma final, da maneira como pede um campeonato de pontos corridos. A vibração demonstrada nas finais do Estadual e durante a Libertadores, também precisará entrar em campo no torneio nacional. Com esse espírito, o apoio da massa flamenguista e a capacidade indiscutível do elenco, não há porque duvidar do Flamengo.

Ney Franco precisará dar certo equilíbrio ao time, que tem a ofensividade por vocação. Isso não significa mudar a filosofia, só é preciso mais segurança. Léo Moura e Juan são ótimas opções ofensivas, assim como Renato e Renato Augusto compõe um cenário esperançoso, sobretudo se Souza, artilheiro em 2006, mantiver a média neste ano. Para isso tudo, será preciso que a direção mantenha tudo de bom que vem fazendo. Dessa forma, os resultados certamente vão aparecer.

Brasileirão - 16/20 - Vasco


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Brasileirão - 16/20 - Vasco

O marketing negativo que Celso Roth desenvolveu na carreira é impressionante. A ascendência gaúcha - em alguns lugares vistas com ressalvas, a cara de bravo, alguns trabalhos ruins e a alta rotatividade fizeram com que o treinador, que tem pontos positivos, fosse sempre contestado com famosos coros de “Burroth”. Não que seja um Telê Santana, mas com o elenco que terá em mãos, é difícil que Roth consiga reverter a imagem de incompetente.

Quando 2006 terminou, era unanimidade que o Vasco, mesmo batendo na trave no Brasileirão e na Copa do Brasil, tinha um time forte. Com a chegada do novo ano, entretanto, as coisas pioraram. Andrade, referência da cabeça-de-área, saiu do clube para jogar no...Braga! Jean, importante no ataque, foi para o...Corinthians! Diego, ótimo no apoio e perseguido pela torcida, se transferiu para o...Goiás! Não há dúvidas de que a equipe de São Januário deveria ter se esforçado para manter o trio. Então, deu no que deu.

Em meio ao oba-oba por Romário, o clube conseguiu apagar em três meses, quase dois anos de bom trabalho de Renato Gaúcho. O treinador, que claramente já havia perdido a mão, também foi embora. Por isso, será necessário construir tudo do zero novamente. Roth imagina um meio-campo forte e jogando em linha, possivelmente à inglesa. Para empregar essa filosofia, teve um bom tempo de preparação propiciado pelas eliminações da equipe.

Mesmo assim, é difícil de imaginar que haja, internamente, expectativa por grandes resultados no Brasileirão. Entre as exceções, Leandro Amaral, incrivelmente, tem jogado um belo futebol. No mais, Morais e Renato, têm potencial, mas estão devendo. Se Roth tiver o tempo que Renato Gaúcho teve, é possível que consiga posições intermediárias. Entretanto, nem mesmo assim seria difícil de imaginar a equipe brigando no fim da tabela. É complicado fazer previsões negativas para um clube grande, mas no caso vascaíno, é inevitável.

Brasileirão - 15/20 - Fluminense


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Brasileirão - 15/20 - Fluminense

A chegada de Renato Gaúcho ao Fluminense, segundo se diz, representou uma opção que agradava a direção do clube e aos patrocinadores. Além disso, o treinador parece ter jogo de cintura e maleabilidade para “adestrar” um elenco controverso onde Carlos Alberto, contratado a peso de ouro, não produz quase nada além de inimizades. Outro ponto importante a destacar é que Renato tem como uma de suas principais qualidades a motivação, o que falta ao Flu. Ou faltava.

Se há um treinador no futebol brasileiro de hoje, sobretudo no carioca, capaz de administrar tais situações, ele é Renato Gaúcho. Para gerir um trabalho de qualidade, Renato precisará da estabilidade que ninguém tem nas Laranjeiras há um ano e meio. Afinal, ninguém pode contestar jogadores de bom nível como Thiago Silva, Luiz Alberto, Júnior César, Arouca, Cícero e até mesmo Soares, que tem bola pra ser titular.

Se tiver o mesmo sucesso do Vasco, é possível que Renato Gaúcho desenterre o Fluminense da fase ruim que já dura quase um ano e meio. Com o elenco que tem em mãos, se compararmos o vascaíno de 2006, o treinador pode fazer ainda mais. O problema é que futebol não é matemática e o tricolor das Laranjeiras, muitas vezes, tem uma capacidade incrível de quebrar previsões positivas.

Só o início das rodadas pode dar uma noção melhor sobre a equipe, ainda que um eventual título da Copa do Brasil, possivelmente, esfrie o clima para o segundo semestre. Nesse caso, é só remontar o elenco para 2008. Mas ainda tem muita bola pra rolar.

Brasileirão - 14/20 - Botafogo


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Brasileirão - 14/20 - Botafogo

Pontas habilidosos, jogo ofensivo, muita velocidade. Algumas das características do Botafogo projetado por Cuca para 2007. Mesmo que desguarnecido em muitos momentos na defesa, não há como não se encantar com o futebol que tem jogado o Fogão. Entretanto, como diz o ditado, tudo que é demais faz mal. Em outras palavras: o treinador botafoguense precisa achar um equilíbrio.

Ainda que não ache, já que a equipe é naturalmente ofensiva, pode dar certo. Afinal, em campeonatos de pontos corridos, é esse o perfil dos times que costumam se sobressair. Há um temor geral entre os fãs do bom futebol de que Cuca, pressionado por algum eventual resultado ruim, altere o panorama de jogo da equipe.

O trabalho de Cuca, aliás, é hiper bem cotado em Caio Martins. Homem de caráter, o treinador também tem se destacado por buscar ótimos reforços por custos ínfimos. Nessa linha, nomes como Jorge Henrique, Luciano Almeida, Leandro Guerreiro e Ricardinho, nenhum badalado, tem mostrado resultados. Além disso, os maiores figurões, casos de Dodô, Zé Roberto e Juninho, são de uma regularidade importantíssima quando se fala em pontos corridos.

Pensar no Botafogo brigando pelas primeiras posições da tabela é um exercício fácil, sobretudo quando a torcida, tão importante, resolve jogar junto. Nestas primeiras rodadas, será fundamental pinçar no mercado algumas soluções interessantes para o elenco, cujos reservas, muitas vezes, podem destoar. Se executar essas estratégias e manter o astral positivo, podemos ver o Glorioso na Libertadores 2008. Talvez até mais cedo, se a Copa do Brasil tiver um final feliz.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Brasileirão - 13/20 - Atlético Mineiro


[Apresento, de terça-feira até a próxima semana, textos sobre os clubes da Série A do Brasileirão. Alguns para o blag do Mauro Beting, outros para o Papo de Bola. Todos aqui no blog!].

Brasileirão - 13/20 - Atlético Mineiro

Entre os três clubes grandes que jogaram a Série B recentemente (Grêmio, Palmeiras e Botafogo), dois deles, com exceção dos cariocas, conseguiram a vaga na Libertadores já na temporada seguinte. Essa estatística concreta, aliada ao incontestável título mineiro e o bom desempenho na Copa do Brasil, produzem uma expectativa fortíssima na metade alvinegra das Minas Gerais.

O Galo, de fato, tem um elenco virtuoso. Em especial a garotada (Diego, Marcinho, Danilinho, Lima, Rafael Miranda e Eder Luís) reproduz uma confiança que é baseada em resultados obtidos no ano passado e na temporada atual. Entretanto, é necessário cuidado. Até a manhã deste sábado, não há um novo treinador para suprir a saída de Levir Culpi. E o mais perigoso: não pode, de jeito algum, crer que tem um timaço. Como qualquer equipe jovem e que vem da Série B, o Atlético Mineiro precisará ir às compras para garantir mais opções ao treinador que chegar.

Adquirindo mais atletas e com um treinador capacitado para cuidar da garotada, tem tudo para iniciar o Brasileirão voando, já que vem animado com os últimos resultados, mesmo que pese a eliminação – injusta – na Copa do Brasil. Os componentes tradição e torcida, se bem utilizados, podem fazer do Galo um time duro de ser batido em 2007.

Brasileirão - 12/20 - Cruzeiro


[Apresento, de terça-feira até a próxima semana, textos sobre os clubes da Série A do Brasileirão. Alguns para o blag do Mauro Beting, outros para o Papo de Bola. Todos aqui no blog!].


Brasileirão - 12/20 - Cruzeiro

Iniciar o ano com Paulo Autuori – treinador vencedor da Libertadores 97 com o clube, contratar alguns bons jogadores e contar ainda com uma ótima base campeã da Copa São Paulo de Juniores eram fatores capazes de dar segurança ao torcedor cruzeirense quanto a 2007. Mesmo que com carências em alguns setores, especialmente lateral-esquerda, a sensação geral era de que a Raposa poderia ser enquadrada como uma das melhores equipes do país.

Bastaram dois clássicos contra o Atlético Mineiro. No primeiro, a derrota, ainda durante a primeira fase do Campeonato Mineiro, acendeu o sinal amarelo de que tudo não ia tão bem quanto podia parecer. Já no segundo, finalíssima do torneio, uma goleada acachapante de 4 a 0, demissão de Autuori e lesão grave no arqueiro Fábio. Vários jovens, em quem se depositava confiança a médio prazo, foram lançados rapidamente ao time titular. Enfim, um panorama incontestavelmente preocupante.

Mesmo com todo esse cenário negativo, a situação cruzeirense, claro, é reversível. O clube, em si, tem ótima estrutura e Dorival Júnior, contratado junto ao São Caetano, parece um nome com capacidade para armar um bom time. Para isso, precisará reverter o ambiente interno negativo e explorar ao máximo a qualidade que o elenco, individualmente, já mostrou ter. Sejam os garotos como Guilherme, seja os mais experientes como Ricardinho, Geovanni e Araújo, seja os recém-chegados Marcinho e Rômulo.

Se resistir à tradicional tentação de vender os principais jogadores no meio do ano, é possível que o Cruzeiro, com um eventual bom trabalho de Dorival Júnior, alce uma posição intermediária na tabela. Visto entretanto como uma incógnita, é possível dizer que o clube celeste, dependendo do otimismo de quem analise, possa brigar, tanto em cima, quanto embaixo. É esperar pra ver.

Brasileirão - 11/20 - Atlético Paranaense


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Brasileirão - 11/20 - Atlético Paranaense

A estratégia do Furacão se colocar como clube médio do Brasil já é, por si só, já está consolidada. Vadão, treinador do time há muito tempo e identificado na Arena da Baixada, conseguiu melhorar ainda mais um elenco que, já no fim de 2006, dava pinta de que podia atingir bons resultados como os de 2005, com Antônio Lopes, e os de 2001, quando venceu o Brasileirão e foi para a Libertadores, ou de 2004, quando foi vice-brasileiro.

Entretanto, fracassos em dois objetivos do clube (Campeonato Paranaense e Copa do Brasil) fizeram com que uma série de interrogações se colocassem na frente do clube para o início do Brasileirão. A boa base de 2006, formada por Dênis Marques, Ferreira, Danilo e Jancarlos, foi reforçada com a chegada de Netinho, Alex Mineiro e Marcão, todos titulares emprestados. Ótimos jogadores para uma equipe que é naturalmente ofensiva e dona de um contra-ataque dos mais fortes do Brasil.

Em quesito de estrutura, padrão de jogo, elenco, comando e apoio da torcida, o Atlético Paranaense pode brigar com qualquer equipe do país. Mesmo assim, com tantos times fortes e com mais camisa no páreo, fica difícil imaginar uma grande campanha se não houver regularidade, o que foi nitidamente a peça decisiva para os tais insucessos de início de ano.

Brasileirão - 10/20 - Paraná Clube


[Apresento, de terça-feira até a próxima semana, textos sobre os clubes da Série A do Brasileirão. Alguns para o blag do Mauro Beting, outros para o Papo de Bola. Todos aqui no blog!].

Brasileirão - 10/20 - Paraná Clube

Mesmo que haja uma decepção pelo vice-campeonato estadual e a eliminação na Libertadores, é necessário olhar com bons olhos para o êxito na reconstrução do time paranista de 2006 para 2007. Do ano passado pra cá, nada menos que sete titulares (Gustavo, Edmílson, Ângelo, Edinho, Pierre, Leonardo e Cristiano) deixaram o clube. Sem dinheiro em caixa, o Paraná Clube precisou recorrer a empresários e a jogadores sem espaço em clubes maiores.

E até que deu certo. Egídio, Vinícius Pacheco e Dinélson, encaixaram bem. Josiel e Lima, dois contratados, também são boas opções. Zetti, mesmo sob críticas em alguns momentos, parece pronto para dar continuidade ao que foi feito por Caio Júnior. Da mesma maneira o Paraná Clube parece capaz de alcançar um lugar seguro no meio da tabela.

O que preocupa, e muito, é a pouca resistência do clube em negociar jogadores. Na verdade, os jogadores geralmente nem são do Paraná e só estão lá como trampolim, aguardando uma proposta de fora mais vantajosa. Por vezes, até de outra equipe com mais projeção no Brasil.
Essa facilidade em perder atletas importantes, como já aconteceu em outros tempos, pode fazer com que o clube não se afirme na tabela, especialmente porque 2007 promete um nível de competição acima do normal no Brasileirão.

Brasileirão - 09/20 - Internacional


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Brasileirão - 09/20 - Internacional

Trazer uma diferente concepção de jogo, de trabalho e uma leve reformulada no elenco serão algumas das missões que Gallo abraçou ao ser anunciado como treinador do Internacional. Vindo em crescente na carreira, o técnico tem em mãos o atual campeão do mundo, mas ao contrário dele próprio, está em franca descendência.

Por outro lado, há uma série de ótimos jogadores capazes de reconquistar a força da torcida. Fernandão, Pato, Índio e Iarley, especialmente. A morosidade do início de ano, onde o Colorado acreditou ter em mãos um elenco suficientemente bom, deve dar lugar a uma busca maior em reforços para o início da competição. Nomes como Triguinho e Rosinei são bastante cotados no Rio Grande do Sul.

A tendência é que Gallo, até mesmo pelo que mostrou no Sport Recife, faça desse Internacional uma equipe muito diferente da que Muricy e Abel Braga fizeram. Imagina-se que o Colorado abandone a vocação de jogo especulativo e se torne mais efetivo no sistema ofensivo. Mudar outros setores parece a idéia do treinador que, logo de cara, barrou Clemer e alçou os garotos Renan e Titi.

Após dois anos como vice-campeão, com tempo para trabalhar e absolutamente focado em apagar os fracassos do primeiro trimestre, o Internacional é, entre os times fortes, quem entra aparentemente com mais sede de conquista. Será também uma oportunidade real de acompanhar se Alexandre Pato se tornará o jogador que o Brasil espera. É a hora e a vez do Colorado.