Provincianos

É nos campeonatos estaduais que aflora o espírito bairrista que se faz presente nas mais diferentes encruzilhadas do cenário doméstico. O charme do Paulistão, o maior do país em nível técnico e econômico. O espírito peleador do Gaúchão, onde as rivalidades aparentemente são mais afloradas e a macheza é o mais importante. Entretanto, nenhum tem o charme e a classe do futebol carioca. Marcas registradas que não se perdem ao longo dos anos, assim como os Estaduais, façanha que só o futebol brasileiro é capaz de sustentar.

Evidente que os estaduais têm história e tradição, componentes que não podem ser desprezados em qualquer segmento. Ainda assim, desde 2003, quando o futebol brasileiro passou a buscar um calendário mais coerente, é nítido que ainda falta adequar os torneios caseiros à essa realidade.

Em termos de fórmula de disputa, nenhuma parece mais interessante que a do Rio de Janeiro, incrivelmente, pois é de lá que vem a CBF e muitas das asneiras de organização do futebol brasileiro. Dois turnos curtos com algumas decisões soa atraente, sobretudo por não ocupar tantas datas no calendário e não banalizar dezenove rodadas de pontos corridos como se faz no Paulistão. É preciso priorizar fases seletivas entre os times menores, dando então dez ou doze participantes para no máximo dezessete datas.

Previews

SP

Sem Denis e nenhum outro lateral-direito de ofício, é bem provável que Luxemburgo fixe Rodrigo Souto ou Maldonado no setor para liberar Kléber e ter um meio-campo mais criativo. Dessa forma, espera ter potencial ofensivo para vencer por dois gols e fazer valer a brilhante campanha da fase anterior. Do outro lado há um São Caetano que sabe se defender bem e contragolpear melhor ainda, sobretudo por ter na frente jogadores velozes e criativos.

Palpite: Santos 2 x 0 São Caetano

RJ

Uma das máximas de qualquer campeonato é a de que só um clube pode ser campeão. A frase com conotação lógica serve para fazer com que Botafogo e Flamengo, equipes que seguem ótimos planejamentos, não mudem o rumo das coisas com uma derrota. Evidente que psicologicamente o Glorioso está fortalecido, e isso pesa um decisão. Por outro lado, se Ney Franco conseguir dar uma atmosfera positiva ao vestiário flamenguista, pode até se esperar título estadual e quem sabe uma heróica reação contra o Defensor.

Palpite: Flamengo 3 x 2 Botafogo

MG

Iniciar o ano montando ótimos elencos costuma ser usual na Toca da Raposa, ainda que naturalmente sempre se desfaça de nomes importantes ao longo da temporada. Nem mesmo o fato de ter um sempre elogiado Paulo Autuori a frente de seu projeto fez com que o Cruzeiro construísse uma equipe segura. Na outra metade do estado, o Galo, graças ao bom trabalho de Levir Culpi, quase ao acaso montou uma equipe jovem, insinuante e que só perderá o título caso o adversário consiga escalar Tostão e Dirceu Lopes.

Palpite: Atlético Mineiro 1 x 1 Cruzeiro

RS

Combustível emocional. Por buscar as quartas-de-finais da Libertadores no meio desta semana que se inicia, o Grêmio deve apostar o título gaúcho como um incentivo a mais para o jogo contra o São Paulo. A idéia faz sentido, sobretudo se embutida na conta de um dos clubes mais dependentes do aspecto emocial em todo o país. No Juventude, o raciocínio de que a equipe precisa se reforçar e muito para o Brasileirão pode ser revisto no caso de uma vitória, o que também não pode ser descartado com facilidade.

Palpite: Grêmio 1 x 0 Juventude