domingo, 27 de junho de 2010

Giovani dos Santos e sua volta por cima


Do ostracismo na segunda divisão inglesa para as oitavas de final da Copa do Mundo em menos de um ano. Foi o caminho percorrido pelo jovem mexicano Giovani dos Santos, um dia comparado a Ronaldinho, mas cujos momentos de glória haviam desaparecido até a chegada na África do Sul.

Para o pai Zizinho, nascido no Brasil, a explicação para a volta por cima do filho passa pela confiança que o treinador Javier Aguirre deposita nele. "No Galatasaray (atual clube) ele estava bem, mas não jogava muito. Quando tem sequência, se firma como titular da equipe e ganha segurança", disse em entrevista ao Terra.

"O treinador tem deixado ele em campo os 90 minutos em todos os jogos, isso é uma grande confiança. Ele está bem preparado fisicamente, joga e corre bem até o fim, tem tido um rendimento importante", destaca o pai, nascido em São Paulo e que fez toda a carreira de jogador no futebol mexicano.

Subindo e descendo no futebol

Giovani dos Santos, um dos principais valores do México na Copa do Mundo, conseguiu a volta por cima na carreira nas últimas semanas. Dono de grande atuação diante da Itália em amistoso pré-Mundial, jogou os 270 minutos de sua seleção até aqui na África do Sul. Com ótimo futebol, já começa a despertar olhares para si. Aqueles que atraiu quando foi campeão mundial Sub-17, em 2005, sendo eleito o melhor jogador da competição.

Aos 21 anos, o jovem mexicano já se encontrava hoje longe dos holofotes. Revelação do Barcelona, onde se esperava que pudesse ser o grande jogador do time, ficou apenas um ano entre os profissionais e acabou negociado com o Tottenham.

Mal por lá também, passou pela segunda divisão inglesa, no Ipswich Town, e depois foi enviado para o Galatasaray, da Turquia. Seu pai concorda que a Copa do Mundo era uma oportunidade para não se desperdiçar.

"Ele é um moleque de 21 anos e não sei onde poderá jogar depois do Mundial. Mas vejo ele mais maduro, preparado até para a Copa de 2014. Será um líder da seleção mexicana", aposta o pai, claro, otimista a respeito de seu pupilo. Apesar do ótimo futebol, Giovani dos Santos ainda busca o primeiro gol na Copa.

A maldição do quinto jogo

Já se vão cinco Copas do Mundo com o México sempre caindo nas oitavas de final. Desde 1990, a esperança de jogar a quinta partida de um Mundial é um mito para os mexicanos, que terão mais uma vez a Argentina pela frente. Apesar do 100% de aproveitamento dos adversário, Zizinho prefere aguardar mais um pouco.

"A Argentina é um time favorito, muito grande, mas acho que o México pode surpreender. São 11 contra 11", filosofa o brasileiro. O fato de perder contra o Uruguai a primeira posição do Grupo A ainda é algo que incomoda os mexicanos. "Devíamos ter ganhado esse jogo", lamenta. Com uma vitória, o adversário deste sábado seria a Coreia do Sul.

* Publicado no Terra

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