quarta-feira, 23 de junho de 2010

Resumos: Grupo C e Grupo D


GRUPO C: Estados Unidos 5 pts - Inglaterra 5 pts - Eslovênia 4 pts - Argélia 1 pt

ESTADOS UNIDOS
Sistemas táticos: 4-4-2 / 4-4-2 / 4-4-2
Nota do time: 7,5
Nota do treinador: Bob Bradley - 8
Melhor jogador: Landon Donovan
Melhor jogo: Eslovênia 2 x 2 Estados Unidos
Também foram bem: Howard, Bradley e Dempsey
Decepção: Onyewu
O que deve melhorar: Presença ofensiva
Até onde vai: quartas

A heroica classificação dos Estados Unidos já ficou nos principais capítulos da Copa do Mundo de 2010. Cabe observar o espírito bastante competitivo dos estadunidenses, que fizeram três jogos com puro coração e, claro, algumas qualidades. Bradley é um jogador maduro ainda jovem, Howard respondeu bem em todos os momentos e Donovan conduziu o time como se espera de alguém do seu calibre. Se veem avanços muito interessantes nos ianques, que por natureza contam com o que podemos chamar de espírito vitorioso e um jogo sempre coletivo. Claro que o grupo não foi tão difícil, mas a impressão desde já é muito boa.

INGLATERRA
Sistemas táticos: 4-4-2 / 4-4-2 / 4-4-2
Nota do time: 5,0
Nota do treinador: Fabio Capello - 5
Melhor jogador: Glen Johnson
Melhor jogo: Inglaterra 1 x 0 Eslovênia
Também foram bem: Ashley Cole e Gerrard
Decepção: Lampard
O que deve melhorar: Quase tudo, mas o bom jogo diante da Eslovênia mostrou progressos
Até onde vai: oitavas

Após dois jogos ridículos, a Inglaterra parece ter adquirido a química que pede uma Copa do Mundo. O jogo contra a Eslovênia, apesar do placar magro, apresentou um grande progresso especialmente no setor de criação, com Gerrard encostando na frente, Rooney se sentindo confortável ao lado de Defoe e a defesa, mais uma vez, funcionando muito bem. O pecado para os ingleses é encarar a Alemanha nas oitavas, o que também pode ser um primeiro passo para a campanha que realmente se esperava do time de Fabio Capello.

ESLOVÊNIA
Sistemas táticos: 4-4-2 / 4-4-2 / 4-4-2
Nota do time: 8,0
Nota do treinador: Matjaz Kek - 8,0
Melhor jogador: Handanovic
Melhor jogo: Eslovênia 2 x 2 Estados Unidos
Também foram bem: Brecko, Jokic, Birsa e Koren
Decepção: Novakovic

Como pode um time eliminado ter recebido nota 8? Pois, no caso da Eslovênia, é bastante justo. O pequeno país, localizado entre o Leste e o Centro da Europa, ainda pode se dizer um incipiente no esporte e mesmo assim fez um grande papel. Mostrou virtudes como o toque de bola no meio, a segurança por todos os pontos do sistema defensivo e o talento de Birsa, revelação do Auxerre, como um possível fio condutor para um time mais forte no futuro. Por dois minutos, não ficou entre os 16 melhores do planeta.

ARGÉLIA
Sistemas táticos: 3-4-2-1 / 3-4-2-1 / 3-4-2-1
Nota do time: 4,0
Nota do treinador: Rabah Saadane - 3,0
Melhor jogador: Belhadj
Melhor jogo: Estados Unidos 1 x 0 Argélia
Também foram bem: Bougherra
Decepção: Chaouchi

Nenhum gol marcado e uma postura muito, muito covarde. A Argélia também é dos times que não ficarão na memória da Copa de uma forma positiva e dá a impressão que só chegou à África do Sul graças ao inchaço de nações africanas neste Mundial. Claro, a equipe teve muita bravura e certamente orgulhou seu povo, mas em nenhum momento deu a sensação de que poderia jogar as oitavas. A rigidez defensiva ainda é pouco para ver o crescimento do futebol argelino. Curioso para quem eliminou a fortíssima equipe do Egito nas Eliminatórias.

GRUPO D: Alemanha 6 pts - Gana 4 pts - Austrália 4 pts - Sérvia 3 pts

ALEMANHA
Sistemas táticos: 4-2-3-1 / 4-2-3-1 / 4-2-3-1
Nota do time: 7,5
Nota do treinador: Joachim Löw - 7,5
Melhor jogador: Mesut Özil
Melhor jogo: Alemanha 4 x 0 Austrália
Também foram bem: Lahm, Schweinsteiger, Khedira e Müller
Decepção: Podolski
O que deve melhorar: Eficiência no ataque
Até onde vai: semifinal

A equipe desta vez montada pela Alemanha possui aspectos diferentes do tradicional futebol germânico. Há muito toque de bola horizontal, sempre chamando volantes e laterais para participar do jogo, em um ritmo que passa sempre pelo pé de Özil, o jogador a decidir qual a melhor iniciativa. Eventualmente ele aciona Müller e Podolski para dar profundidade, ou faz o jogo curto para aproximar a equipe. Como em tudo que fazem, os alemães já são extretamente obedientes a essa mentalidade, o que ficou claro em 270 minutos de Copa. Diante uma Inglaterra sempre dura de Capello, resta saber até onde pode ir esse Nationalelf técnico e por vezes insinuante. A aposta do blog é que vai longe.

GANA
Sistemas táticos: 4-2-3-1 / 4-1-4-1 / 4-2-3-1
Nota do time: 6,0
Nota do treinador: Milovan Rajevac - 6,5
Melhor jogador: Asamoah Gyan
Melhor jogo: Gana 1 x 1 Austrália
Também foram bem: Kingson, Kevin-Prince Boateng, Ayew
Decepção: Tagoe
O que deve melhorar: Imposição técnica, ainda muito abaixo do que pode
Até onde vai: oitavas

A seleção ganense do sérvio Milovan Rajevac é a africana que mais preservou sua identidade e também por isso deve ser a única a disputar a segunda fase. Ainda assim, Gana joga tecnicamente muito abaixo do que pode, buscando sempre o contato físico como a solução em alguns momentos. A partir do instante que os Estrelas Negras entram mais na partida, tocam a bola e fazem o jogo de triangulações inteligentes, aproximando Kwadwo Asamoah de Boateng e acionando seus dois ponteiros, o adversário se vê em dificuldade. Na raça e na força, será difícil bater os Estados Unidos. A chance de jogar as quartas é na qualidade.

AUSTRÁLIA
Sistemas táticos: 4-4-1-1 / 4-2-3-1 / 4-2-3-1
Nota do time: 6,0
Nota do treinador: Pim Verbeek - 4,5
Melhor jogador: Holman
Melhor jogo: Austrália 2 x 1 Sérvia
Também foi bem: Culina
Decepção: Cahill

O australiano está no rol dos esportistas que, mesmo quando falta técnica, não se pode duvidar. Não fosse o massacre alemão na primeira partida, seria bem possível que o país jogasse novamente as oitavas de final. A Austrália precisa com urgência se renovar, encontrar jogadores talentosos, pois Kewell, Cahill e Bresciano não vão durar para sempre. Se achar mais qualidade, os Cangurus podem se tornar uma nação de médio porte no futebol. As partidas contra Sérvia e Gana deixaram limpa a imagem do time goleado na abertura, mas que pelejou até o último momento do Mundial.

SÉRVIA
Sistemas táticos: 4-2-3-1 / 4-1-4-1 / 4-1-4-1
Nota do time: 4,0
Nota do treinador: Radomir Antic - 4,0
Melhor jogador: Jovanovic
Melhor jogo: Sérvia 1 x 0 Alemanha
Também foram bem: Vidic, Krasic e Zigic
Decepção: Dejan Stankovic

Pela terceira Copa seguida, a Sérvia (claro, antes Sérvia e Montenegro e antes Iugoslávia) decepcionou. Não que tenha sido o desempenho ridículo de 2006, mas se esperava muito mais da equipe de Radomir Antic. Dona de uma invejável campanha nas Eliminatórias e de jogadores talentosos em todos os setores do campo, o time pecou especialmente na estreia, quando atuou engessado e sem vibração. Nos jogos seguintes, um triunfo interessante sobre a Alemanha e um jogo com deficiências grandes na finalização diante da Austrália. O grupo se anunciava complicado e os sérvios não tiveram a eficácia que a ocasião pedia. Uma falha que o futebol normalmente não perdoa.

Um comentário:

André Renato disse...

O Uruguai devia aprender algo com a Eslovênia. O basquete esloveno é forte, e o futebol começa a ser também, num país com população menor que a uruguaia.

Foi o último bolão que apostei na Sérvia, cravei ela à frente da Alemanha até, nome por nome é um baita time, e terminou na frente da França nas Eliminatórias (o quanto isso significa algo, não sei). Se levar em conta que de França e Itália não se esperava grande coisa, a Sérvia concorre ao título de grande decepção. Ou ao bicampeonato, talvez.


Abraços!
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