segunda-feira, 28 de junho de 2010

Holanda e Argentina: vencer e não jogar bem, até onde um problema?


São 23 jogos sem perder, quatro vitórias no Mundial e dois dos melhores jogadores do momento atuando em alto nível. Afinal, há motivos para essa Holanda se preocupar além do fato de agora ter o Brasil como adversário? Não parece o caso, afinal o problema dos holandeses não é tático, técnico ou físico. É uma mera questão de intensidade nas partidas, o que pode ser amenizado pelo fato de os adversários terem exigido muito pouco ou quase nada do time de Bert van Marwijk.

A Eslováquia jogou mais de uma hora sem acertar o gol de Stekelenburg, que depois respondeu bem com duas ótimas defesas. Durante praticamente todo o tempo, a Holanda tinha o passe correto, a cadência ideal e a área muito bem protegida por uma recomposição exemplar de seus jogadores. A estratégia eslovaca de recuar Hamsik para o início das jogadas não funcionou e tê-lo para o segundo ou terceiro passe foi desperdício. Melhor seria entre Stoch e Jendrisek, próximo a Vittek. O erro de Vladimir Weiss também ajudou os holandeses.

Para a preocupação brasileira, Sneijder e Robben se mostraram afinadíssimos. Depois de levarem seus clubes até a final da Liga dos Campeões, eles jogaram juntos e fizeram a festa. O primeiro acertou um lançamento maravilhoso para o gol inicial, marcado em jogada preciosa de Arjen, que teve desenvoltura e nem pareceu o jogador que vinha lesionado. A dupla mais quente do momento em um grande dia e o sonho do hexa pode ficar para 2014.

HOLANDA (4-2-3-1) x ESLOVÁQUIA (4-2-3-1)
Melhor em campo: Robben
Melhor da Eslováquia: Weiss
O leão: Kuyt
O preguiça: Van Persie
A imagem do jogo: Lançamento de 50 metros de Robben para Sneijder

Preguiçosa e desinteressada na etapa final e dominada até marcar o primeiro gol. Pode parecer má vontade, mas a Argentina ainda precisa convencer mais na Copa do Mundo. Terá pela frente a Alemanha, como em 2006. Aquele time argentino, cabe frisar, era absolutamente superior a esse, que segue sobrevivendo com base em seus talentos individuais. Nesse sentido, nem o time de quatro anos atrás, nem nenhum outro da Copa, supera a equipe de Messi.

A estratégia mexicana foi passar do 4-3-3 ao 4-4-2, com Torrado próximo de Messi, Rafa Márquez liberado para iniciar a jogada e Javier Hernández sempre penetrando entre Mascherano e os zagueiros titulares. Assim, em meia de hora de jogo, foram ao menos três ótimas ocasiões para o time de Aguirre. Como o futebol nunca é linear, bastou um erro feio de arbitragem, um cochilo imperdoável de Osorio e a vaga foi pelo ralo. De que adiantaria voltar do intervalo determinado se havia Tévez do outro lado para marcar um golaço?

Ao contrário da Holanda, o fato de não jogar bem deve preocupar os argentinos. Não dá para imaginar o time de Maradona vencendo esta Alemanha atuando a 60% ou 70% de seu potencial como fez contra o México. Será preciso muita dedicação, conjunto e feroz disciplina a todos os aspectos do jogo. Sob o risco de pôr novamente pelo ralo mais uma geração fantástica de jogadores.

ARGENTINA (4-1-3-2) x MÉXICO (4-4-2)
Melhor em campo: Tévez
Melhor do México: Javier Hernández
O leão: Maxi Rodríguez
O preguiça: Bautista
A imagem do jogo: Heinze agredindo a câmera após o segundo gol

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