quinta-feira, 10 de junho de 2010

O problema da França: depender de Gourcuff e Domenech


O corte de Lassana Diarra trouxe mais problemas à França que todos poderiam imaginar. A equipe era irregular, mas ganhou sérias discussões em torno de sua parte tática, algo que não ocorria desde a consolidação do 4-2-3-1, ponto chave em 2006, e retomado após o fiasco na Eurocopa há dois anos. Raymond Domenech, e não é a primeira vez, fez escolhas bastante equivocadas.

Imaginou que teria tempo suficiente para reorganizar o time para um 4-3-3, promovendo Govou na ponta direita para o posto de Lass em um meio a três: Toulalan preso e suportado por Gourcuff e Malouda - na frente, Anelka enfiado e Ribery, como ele mesmo deseja, à esquerda. O resultado foi tétrico e as mudanças tiveram seu fracasso determinado com a derrota para a China.

Horas antes da estreia contra o Uruguai, a expectativa é sobre o que fará Domenech na reorganização da equipe. O ideal é o arroz com feijão, retomando o 4-2-3-1 que protege Toulalan, sobretudo com Alou Diarra ou Diaby como seu companheiro. E aí não resta escolha que não seja apostar todas as fichas em Gourcuff, alijado como volante-meia do fracassado 4-3-3, mas ideal para fazer o papel que era de Zidane em 2006.

A questão é que confiar em Gourcuff nunca é recomendável. A despencada do Bordeaux na reta final do Campeonato Francês arranharam a reputação do meia, sem dúvida o mais talentoso do elenco, mas também o mais instável. Ainda assim, com o que Domenech tem em mãos, aparenta ser a única saída para se impor sobre um Uruguai que já se anuncia defensivo.

Se esse fosse o único problema dos Bleus, vá lá, mas a autonomia de Domenech já foi desafiada pelos mais experientes do elenco, que pedem um Henry do qual já se poderia prescindir entre os titulares nesse momento. Ainda há a forma física de Gallas, que inspira dúvidas, e um grupo extremamente competitivo.

Imaginar que o atrapalhado treinador conserte tudo isso e que Goucurff tome as rédeas da equipe são os grandes problemas da França.

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